Erica Klampfl, gerente global de Pesquisa sobre o Futuro da Mobilidade da Ford, falou na Campus Party Brasil 2015 sobre as tendências mundiais e estratégias da empresa para liderar essa transformação e sobre o Desafio da Mobilidade Ford que será realizado este ano no Brasil.
“Na Ford, estamos buscando a inovação em todas as áreas do negócio. Isso inclui motores mais econômicos, materiais mais leves e tecnologias avançadas que ajudam milhões de pessoas a evitar acidentes”, disse. “Para nós, mobilidade é muito mais do que ir do ponto A para o ponto B – é o progresso humano.”
Segundo ela, o cenário hoje é dominado por quatro megatendências globais, que desafiam o modelo de transporte atual e limitam a mobilidade pessoal, especialmente em áreas urbanas: o crescimento explosivo da população, uma classe média em expansão, preocupações com a qualidade do ar e a saúde pública e mudanças nas atitudes e prioridades dos consumidores.
“Hoje há no mundo 28 megacidades, áreas urbanas com mais de 10 milhões de pessoas. Em 2030, deverão ser 41 megacidades, com grande impacto na mobilidade. Até 2030, a classe média também deve dobrar de 2 bilhões para 4 bilhões de pessoas no mundo, expandindo a venda de carros. E tudo isso também tem impacto nas emissões e qualidade do ar”, afirmou.
Ao mesmo tempo, a geração dos “Millenials”, pessoas nascidas do começo dos anos 80 ao começo de 2000, traz novos padrões de comportamento. “Hoje, 47% das pessoas gostam de usar o smartphone para planejar o seu transporte, 39% dizem viajar de ônibus, trem ou táxi para se manter conectados e 34% mostram em interesse em alugar seu carro para estranhos, se pudessem”, comenta.
Com base nesses estudos, a Ford desenvolveu um plano de inovação – o Ford Smart Mobility – baseado em experimentos globais para avançar na conectividade, mobilidade, veículos autônomos, experiência do cliente e “big data” (gerenciamento de grande volume de dados). O objetivo é criar um modelo de transporte e mobilidade totalmente novo para a próxima década.
“Nesse novo modelo que estamos criando, os veículos falam uns com os outros, motoristas e veículos se comunicam com a infraestrutura da cidade para diminuir os congestionamentos e as pessoas compartilham veículos e várias formas de transporte no seu trajeto diário”, explicou Erica Klampfl.
Ela também apresentou dados sobre o avanço da conectividade. “Há um ano, havia 4,3 bilhões de smartphones no mundo. Em dois anos, haverá quase 1 bilhão a mais, totalizando 5,1 bilhões, ou 80% da população mundial”, destacou.
“O futuro da conectividade abre a oportunidade de criar um novo nível de interação e experiências para os consumidores, junto com a tecnologia de sensores e softwares nos veículos, como os já usados nos sistemas de estacionamento automático e frenagem de emergência dos carros da Ford.”
A Ford está realizando 25 experimentos de mobilidade ao redor do mundo, o “Innovate Mobility Challenge Series”, para testar ideias inovadoras de transporte e criar experiências melhores para o consumidor. Eles incluem desde novas soluções para encontrar vagas de estacionamento, sistemas de compartilhamento, de aquisição de dados de veículos e bicicletas para estudo de hábitos até sistemas que ajudam a agilizar o atendimento médico em áreas remotas.
“Acreditamos que as grandes ideias nem sempre vêm de dentro. Precisamos encorajar não só nosso pessoal, mas também oferecer as ferramentas para que outros possam inovar junto conosco”, destacou. “Faz parte da inovação aprender e assumir os riscos para evoluir.”
Segundo ela, a Ford deu um desafio aos seus engenheiros, cientistas e técnicos: usar a inovação não só para criar melhores produtos, mas inovar toda a experiência de transporte para torná-la mais fácil e melhorar a vida das pessoas. “Isso inclui nosso time e engenheiros do Brasil. Eles são parte da nossa jornada de inovação. Isso mostra por que estamos tão empolgados com o desafio no Brasil, como primeiro passo para melhorar a mobilidade em cidades como São Paulo.”
Experiência – Erica Klampfl liderou o grupo de Análise de Estratégia e Sustentabilidade na Pesquisa e Engenharia Avançada da Ford antes de assumir a função atual. Ela é Ph.D. em Matemática Aplicada e Computacional pela Universidade Rice e tem mais de uma década de experiência no desenvolvimento e aplicação de operações de pesquisa e outras técnicas de análise voltadas ao fortalecimento da estratégia de negócios, sustentabilidade ambiental e eficiência da produção. Suas contribuições ajudaram a Ford a vencer o Prêmio INFORMS 2013.
Ela é participante ativa da INFORMS, faz parte dos conselhos consultivos da Universidade de Michigan e da Universidade Estadual de Michigan e do Conselho de Governadores do Instituto de Matemática e suas Aplicações.
Seus reconhecimentos internos incluem o Prêmio Henry Ford de Tecnologia em 2010, o Prêmio Ford de Conquista Técnica em 2013, 2010, 2009 e 2008 e mais de uma dúzia de patentes registradas.