Pesquisa revela que falta de manutenção, incluindo problemas nos freios, é uma das principais causas de acidentes – Não são apenas os proprietários de automóveis que precisam estar atentos às condições dos veículos. Os motociclistas também devem se conscientizar sobre a importância de conferirem o bom funcionamento de suas motos, sobretudo dos freios, para circularem com segurança no trânsito cada vez mais intenso das cidades.
Segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) sobre as causas de a cidentes com motos, 8% são causados por problemas relacionados à manutenção. Entre os itens com pior conservação estão: pneus 11% e freios, 7%.
Somado a estes dados, 86% dos motociclistas brasileiros se dizem preocupados com a frenagem de emergência. Segundo pesquisa realizada pela Bosch, 91% dos entrevistados já realizou uma frenagem de emergência. Os principais motivos são: a presença de buracos/fossas na rua (60%), a travessia de pedestres (57%) e a parada inesperada de um veículo à frente (53%). A pesquisa destaca também que, em situações de emergência, 61% dos pilotos freiam com menos força do que gostariam em virtude do medo de travar as rodas.
Manutenção preventiva – Estar atento às boas condições dos freios é fundamental e garante mais segurança e menor custo na manutenção do sistema. Entre os itens a serem observados, está o fluido de freios.
“Na hora de substituir o fluido é importante levar em consideração à especificação correta para cada tip o de motocicleta, já que as características do produto estão relacionadas ao desempenho do veículo. Assim, a orientação é sempre seguir as especificações do manual da montadora”, afirma Daniel Lovizaro, gerente de Assistência, Serviços e Treinamentos Técnico da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch para a América Latina.
A linha de fluido de freios para motocicletas da Bosch, que conta com as versões DOT 3, DOT 4 e DOT 5.1, atende às mais diversas necessidades dos clientes. “O fluido de freio é um componente de segurança e sua atuação é de extrema importância para o funcionamento do sistema. Assim, a aplicação de um fluido não adequado pode reduzir a eficiência da frenagem ou mesmo danificar o freio, podendo causar sérios riscos”, destaca Lovizaro.
Frenagem com segurança – A Bosch, uma líder no desenvolvimento de tecnologias automotivas, investe no desenvolvimento de sistemas e soluções para mobilidade, visando promover mais segurança no trânsi to. Neste sentido, o importante mercado duas rodas também é contemplado.
Com relação aos freios e para evitar o travamento das rodas, a Bosch desenvolveu o ABS 9 – Sistema Antibloqueio de Frenagem específico para motos, que pode ser aplicado na produção de qualquer modelo – grande, média ou baixa cilindrada, desde que a moto seja sempre equipada com pelo menos um freio a disco com atuação hidráulica.
“O ABS para motocicletas, sistema fabricado pela Bosch desde 1994, impede que as rodas travem e permite uma frenagem segura, além de proporcionar uma distância de parada menor”, explica Alexandre Pagotto, chefe de marketing da divisão Chassis System Control da Robert Bosch.
Pagotto ressalta que o travamento da roda é extremamente perigoso e pode causar a queda da moto. “Com o ABS, o piloto pode aplicar força total na frenagem sem se preocupar com os efeitos”, acrescenta.
Na Europa, já foi aprovada a lei que determina a obrigatoriedade do ABS como equipamento original para um número maior de motos, cujo objetivo é reduzir ainda mais o número de acidentes de trânsito. O sistema deverá ser instalado em todas as motos que tenham motorização superior a 125 cc.
A lei, que passará a vigorar a partir de 1° de janeiro de 2016, ressalta que o ABS deve ser aplicado em motos às quais será concedida a homologação e, a partir de 2017, para todos os modelos. Além disso, será exigido que veículos de duas rodas, com motorização de acima de 50 cc até 125 cc, tenham ABS ou pelo menos CBS (Combined Brake System).
“Este sistema, que tem funcionalidade diferente do ABS, trabalha com os freios dianteiro e traseiro mecanicamente, resultando que ambas as rodas sejam simultaneamente desaceleradas durante a frenagem, mesmo utilizando apenas o pedal de freio traseiro, por exemplo. No entanto, essa solução não regula a pressão do freio, o que significa que as rodas ainda podem travar no momento de uma frenagem de emergência, situação q ue se agrava em pisos com baixa aderência”, explica Pagotto.
Na prática, o sistema corrige um mau hábito de frenagem de muitos condutores que, na maioria das vezes, usam apenas o freio traseiro, quando o correto é utilizar de forma controlada ambos os freios, sendo que a maior efetividade está na roda dianteira. “O CBS utiliza um pouco do freio dianteiro mesmo quando pressionado somente o freio traseiro.
Já com o ABS, o motociclista pode usar toda a força em ambos os freios, que a roda não irá travar e será feita eletronicamente a melhor frenagem possível, havendo a possibilidade de desviar de algum obstáculo se necessário”, complementou o chefe de marketing da divisão Chassis System Control da Robert Bosch.
Obrigatoriedade nacional – No Brasil, a resolução nº 509/14 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), publicada no dia 9 de dezembro de 2014, tornou obrigatório a instalação do ABS em todas as motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos, prod uzidos a partir de 2016, com motorização acima de 300 cc, importadas ou nacionais. Já nas motos de até 300 cc a obrigatoriedade é de uso de pelo menos um dos sistemas: do sistema de frenagem combinada das rodas (CBS) ou do ABS, ficando a decisão, neste caso, por conta do fabricante.
O cronograma de implantação é gradual, sendo 10% da produção ou importação a partir de janeiro de 2016, chegando a 100% em 2019.