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As tendências do futuro da tecnologia e da mobilidade automotiva

A Ford promove um programa mundial de inovação voltado ao desenvolvimento de novas tecnologias e intensa pesquisa da mobilidade nos grandes centros urbanos. Esse foi o tema principal da palestra dada em São Paulo pelo vice-presidente de Pesquisa e Engenharia Avançada da Ford, Ken Washington, que comanda os laboratórios da Ford em Palo Alto, no coração do Vale do Silício, na Califórnia, EUA.

“A inovação é parte do DNA da Ford e estamos caminhando para ser tanto uma fabricante de veículos como uma líder mobilidade, para mudar o modo como o mundo se move, assim como nosso fundador Henry Ford fez há mais de 100 anos”, disse. “Muitos resultados desses esforços já estão no mercado, como os motores EcoBoost, materiais leves avançados e recursos de assistência ao motorista que ajudam milhões de pessoas a evitar acidentes e melhorar a segurança.”

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O plano Ford Smart Mobility, apresentado em janeiro no Consumer Electronics Show, em Las Vegas – a maior feira de tecnologia do mundo –, mostra a visão da empresa na busca de novas soluções de mobilidade, com foco na conectividade, veículos autônomos, análise de dados e experiência do cliente. Quatro megatendências estão na base do plano: o avanço da população urbana, o crescimento da classe média, a sustentabilidade ambiental e as mudanças de hábitos e prioridades dos consumidores.

Megatendências – Existem hoje mais de 25 megacidades ou áreas metropolitanas com população de mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo São Paulo, no Brasil. Em 2030, a expectativa é haver mais de 40. A infraestrutura existente não é capaz de suportar o número de veículos esperado. Junto com as cidades, há também o rápido crescimento da classe média global, consumidora de carros. A terceira megatendência é a poluição do ar urbano e a quarta, a mudança das atitudes e prioridades dos consumidores.

“A geração do milênio – nascida entre 1980 e início de 2000 – está atrasando decisões como casamento, compra da casa e filhos. Como consumidores, eles se comportam de forma diferente das pessoas da minha geração ou mais velhas, especialmente quando se trata de mobilidade. Com o avanço da tecnologia, as pessoas se habituaram a facilidades como a computação rápida, conectividade das coisas e das pessoas, como se fosse mágica, e esperam essa mesma agilidade no transporte”, diz o especialista.

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As soluções previstas pela Ford incluem veículos que se comunicam uns com os outros e com a infraestrutura da cidade, os dispositivos móveis e casas inteligentes, ajudando a evitar congestionamentos e a criar novas experiências.

“Vemos um mundo onde os veículos não são apenas propriedade, mas também usados sob demanda ou compartilhados entre dois ou mais proprietários ou locatários, e têm capacidade de operar de forma autônoma ou semiautônoma de acordo com o ambiente”, continua. “E, finalmente, vemos um mundo onde os consumidores podem decidir compartilhar as informações sobre sua direção e roteiros com uma empresa de mobilidade, como a Ford, para que possamos adaptar a experiência de mobilidade às suas necessidades e melhorá-la.”

Tecnologia e pesquisa – Ken Washington falou também sobre o novo Centro de Pesquisa e Inovação da Ford em Palo Alto, no Vale do Silício, na Califórnia, sede das maiores empresas de alta tecnologia do mundo, cujo ritmo de trabalho tem gerado o dobro de inovações que se espera para uma equipe desse tamanho.

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O líder do laboratório, Dave Kaminski, antes de assumir essa função foi responsável pelo lançamento de duas novidades no Brasil: o SYNC AppLink e a Assistência de Emergência, como engenheiro-chefe de sistemas elétricos e eletrônicos.

O plano Ford Smart Mobility tem como base os avanços tecnológicos nos sistemas de conectividade, software e sensores para a direção autônoma e análise de dados. O primeiro item é a conectividade. O número de smartphones no mundo vai crescer para mais de 5 bilhões no ano que vem, o que representa 80% da população do mundo. “A Ford captou essa tendência precocemente e lançou o sistema SYNC há oito anos, na CES. Hoje, o SYNC é o sistema de conectividade e entretenimento mais popular da indústria, com mais de 12 milhões de veículos equipados no mundo”, diz Washington.

O segundo item são os softwares e sistemas de sensores para direção autônoma. A Ford já produz e vende veículos semiautônomos, que usam software e sensores para estacionar em vagas paralelas e perpendiculares, ajustar a velocidade com base no fluxo de tráfego ou aplicar os freios em caso de emergência. A empresa mantém ainda veículos totalmente autônomos de pesquisa rodando em testes.

“Temos veículos autônomos em nossos planos futuros e acreditamos que a direção automatizada será possível em determinadas áreas e ambientes. A automação completa será possível em áreas onde o mapeamento de alta definição está disponível, junto com condições ambientais favoráveis para os sensores do veículo”, explica.

Outro facilitador do plano Ford Smart Mobility é a expansão da capacidade de gerenciamento de dados (“big data”), que permitirá oferecer serviços personalizados para os clientes, aproveitando o enorme avanço do poder de computação. “A Ford leva a segurança e privacidade dos dados dos clientes a sério. O nosso papel é ser servidores de confiança para oferecer serviços de valor aos clientes que optarem por partilhar seus dados conosco”, afirma.

Experimentos globais – Para Ken Washington, as atuais transformações representam uma oportunidade tão grande quanto a de Henry Ford para a criação de um mundo melhor. Com o Ford Smart Mobility, a Ford iniciou uma série de experimentos em todo o mundo que estão ajudando a empresa a aprender e moldar os negócios para o futuro.

Esses experimentos incluem o uso de bicicletas elétricas para uso pessoal e comercial, dentro de um sistema integrado de transporte com carro, ônibus, metrô e trem. Um aplicativo que reúne informações sobre o clima, trânsito, custo de estacionamento e transportes públicos planeja a rota mais rápida e econômica.

No Reino Unido, a Ford participa de um projeto de carros autônomos patrocinado pelo governo do Reino Unido para testar a comunicação entre veículos. Outra pesquisa, com a participação de mais de 600 empregados voluntários da Ford, analisa como os dados gerados pelos veículos podem ajudar no desenvolvimento de novas soluções de mobilidade. “Os carros hoje produzem uma enorme quantidade de dados, de mais de 25 gigabytes de informação por hora, que nos ajudam a entender como as pessoas se movem e a enxergar padrões”, explica o especialista.

Em Londres, um experimento de carros urbanos sob demanda disponibiliza veículos para uso flexível e compartilhado na cidade. Metade da frota é formada por carros elétricos e seu uso é cobrado por minuto. Outra pesquisa, voltada para melhorar a segurança e experiência de viagem dos ciclistas, usa sensores e a plataforma OpenXC para captar dados como velocidade, aceleração, tempo e altitude de bicicletas.

Essas experiências representam investimentos significativos na pesquisa de novas soluções de mobilidade, sem a antecipação de resultados. “Ao buscar a inovação em todos os aspectos do nosso negócio, estamos determinados a aprender e assumir riscos para desafiar os costumes e a tradição e mudar a forma como o mundo se move, mais uma vez”, completa Washington. “Algumas dessas inovações já estão disponíveis para nossos clientes nas ruas”.

Carreira de sucesso – Ken Washington é vice-presidente de Pesquisa e Engenharia Avançada da Ford desde agosto de 2014. Nessa função, lidera a área de pesquisa e desenvolvimento global e estratégias de tecnologia da Ford. Antes disso, foi vice-presidente de Pesquisa Avançada e Tecnologia Espacial e Laboratórios de Desenvolvimento da Lockheed Martin Space Systems – empresa aeroespacial norte-americana–, liderando uma equipe de cerca de 700 cientistas e engenheiros.

Anteriormente, na mesma companhia, foi diretor do departamento de Programas de Privacidade, responsável pela área de segurança da informação, além de vice-presidente de Tecnologia da Informação. Antes de ingressar na Lockheed Martin, em 2007, atuou como diretor executivo de informática da Sandia National Laboratories, onde também exerceu funções de liderança nas áreas técnicas e de administração.

Nascido em outubro de 1960, Ken Washington possui mestrado e doutorado em Engenharia Nuclear pela Texas A&M University, quarta maior universidade dos Estados Unidos, e é membro do Seminário XXI em Relações Internacionais do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

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