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Gestor continua sendo um dos principais motivos da demissão voluntária

Há um contingente significativo de funcionários que pedem demissão para trocar de chefe; não de empresa. Na prática, a empresa oferece excelente salário; oportunidade de crescimento pessoal e profissional; e uma série de benefícios – no entanto, um gestor equivocado leva o profissional a pedir demissão e, com isso, gera uma perda considerável para a empresa – sobretudo se esse colaborador é um talento.

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Análise qualitativa do Great Place to Work® aponta que gestores frequentemente destroem o sentimento de significado no trabalho; muitas vezes, sem perceber. Essa análise – que envolve 53 países nos quais a consultoria conduz a pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar – indica alguns comportamentos que devem ser evitados para que os líderes não causem a demissão voluntária de profissionais essenciais ao bom desempenho das organizações.

Segundo Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work® Brasil, a principal função do líder é cuidar das pessoas. “Uma boa liderança é bem rara nas empresas. Um estudo global revela que 75% das empresas apontaram que a construção do talento de liderança é o maior desafio que enfrentam. Isso ocorre porque muitos líderes simplesmente não sabem qual é a sua verdadeira função em um cenário em que o aprendizado é focado em conhecimentos técnicos e especializados. Os líderes não sabem – e não se preparam – para aquela que é a sua principal função: cuidar das pessoas; focar no aspecto humano nas relações de trabalho”, afirma o especialista. Shiozawa acrescenta que os líderes precisam ser capazes de comunicar claramente qual é a missão da empresa e como o trabalho de cada membro da equipe é importante para caminhar nessa direção.

É fato que todos os líderes e gestores de pessoas almejam se tornar inspiradores para as respectivas equipes. Não se trata de vaidade individual, mas profissionais motivados e um excelente ambiente de trabalho são a origem de empresas mais produtivas, lucrativas e sustentáveis. A vanguarda da gestão empresarial reconhece que um modelo que tem como pilar central o investimento em pessoas é parte importante da estratégia do negócio.

Ruy Shiozawa aponta quais comportamentos devem ser evitados pelos gestores.

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#1. Sinais de mediocridade

Nobres propósitos e altas expectativas costumam permear as missões, mas poucas empresas estão ativamente trabalhando para tornar a missão realidade. Um exemplo é a palavra inovação – muito usada pelas empresas. Mas para inovar, é preciso correr riscos, ainda que calculados. A liderança está disposta a correr esses riscos? Se não estiver, melhor não falar sobre o assunto. A incoerência entre teoria e prática pode tirar todo o propósito do trabalho.

#2. Déficit de atenção estratégico

O gestor deve estar atento a fatores internos e externos que podem afetar a empresa. Um comportamento recorrente é o abandono de projetos – aqueles que não são finalizados e que não têm tempo para alcançar a maturidade.

Esse comportamento é típico de gestores que trocam constantemente de estratégia ou toda semana aparecem com uma nova solução – que será abandonada rapidamente. Esse comportamento passa a impressão ao funcionário de que a liderança não sabe qual é a estratégia da companhia; que não há continuidade ou objetivo bem definido.

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#3. Falta coordenação

Os gestores “falam a mesma língua” que os funcionários? Cada departamento age como acredita ser melhor sem conexão com a estratégia e a missão da organização? Esse comportamento destrutivo da liderança leva a qualidade dos produtos/serviços a degringolar. O funcionário passa a duvidar que algo vá mudar; perde o orgulho pelo trabalho realizado. O ambiente de trabalho torna-se “aquele lugar que eu vou porque preciso pagar as minhas contas”.

Técnicas de líderes inspiradores

Um dos conceitos abordados pela equipe do GPTW é o framing (enquadramento, em tradução literal), que é o processo de selecionar certos aspectos de uma situação e, ao mesmo tempo, minimizar a importância de outros. A ideia é que um significado seja mais aceito em relação a outro.

No trabalho, sempre existirão tarefas monótonas e aparentemente irrelevantes – tarefas que as pessoas não gostam de fazer. É inevitável, mas o líder pode utilizar o conceito de framing para direcionar o foco d e um funcionário das características que tornam determinada tarefa “insuportável” para as particularidades que a tornam importantes para a empresa como um todo.

“É claro que o funcionário não vai se apaixonar por aquela tarefa, mas vai ao menos entender porque precisa fazê-la. Quando o framing é utilizado com sucesso, o liderado enxerga a importância para a empresa e passa a construir uma maior identificação com a missão e os valores; entende como cada tarefa – mesmo a mais maçante – contribui para o êxito da companhia como um todo”, salienta Ruy Shiozawa. Além do framing, ele também aponta mais cinco técnicas e comportamentos de um líder inspirador.

#1. Faça um exercício com a equipe no qual cada um identifique as principais “forças pessoais” e como essas características podem ser usadas no trabalho. Na ocasião, pergunte como seria o trabalho se as aspirações de cada colaborador se concretizassem. Ajude cada membro da equipe a planejar o desenvolvimento da própria carreira para atingir o objetivo.

#2. O feedback não é dado apenas de cima para baixo. Pergunte aos colaboradores sobre quais valores da empresa – e do próprio gestor, caso exista confiança para receber respostas sinceras – não são percebidos no ambiente de trabalho.

#3. Direcione seus colaboradores para as funções com as quais se identifiquem e se sintam motivados. Para isso, crie um ambiente mais flexível – e atribua a cada colaborador a tarefa em que possa se destacar.

#4. Os erros são acontecimentos naturais e mais importante do que “punir” o culpado é promover uma reflexão individual e organizacional para entender o erro e aprender com ele. Somente o erro que se repete é que deve ser objeto de ações mais enérgicas. A pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil mostra uma evolução na porcentagem de funcionários que afirmam que os gestores enxergam os erros como parte do negócio: em 1997 era de 54%; em 2014 passou para 74%.

#5. Humanize o ambiente de trabalho. Um exemplo é deixar os colaboradores decorarem suas mesas; promova atividades fora do ambiente de trabalho, converse mais sobre o cotidiano – as possibilidades são infinitas.

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