A Ford desenvolveu seu primeiro carro elétrico há mais de 100 anos – uma versão do Modelo T projetada por Henry Ford e Thomas Edison – e vai lançar este ano o novo Focus Electric, com uma série de avanços. No meio dessa trajetória há projetos menos conhecidos que contribuíram para a evolução da tecnologia, como o Ford Comuta, conceito elétrico que está completando 50 anos.
Apresentado no Salão de Gênova, na Itália, em 1967, o minicarro chamava a atenção pelas formas não convencionais. Ele foi desenvolvido pela Ford do Reino Unido como proposta de veículo urbano focado na eficiência. A carroceria produzida em fibra de vidro e metal pesava pouco mais de 540 kg.
O tamanho reduzido era outro destaque do projeto: dois Comutas equivaliam a um sedã Ford Cortina da época. Mesmo assim, tinha capacidade para levar dois adultos na frente e duas crianças no banco de trás.
O conceito usava dois motores elétricos de 5 cv, alimentados por quatro baterias de chumbo-ácido de 12 V. Sua autonomia era de cerca de 65 km, quando usada a velocidade média de 40 km/h, que podia chegar a 60 km/h em ultrapassagens. O Museu da Ciência de Londres, na Inglaterra, mantém em exposição uma unidade do Comuta, que não chegou a entrar em produção.
Mais recentemente, a necessidade de redução das emissões e de aumento da eficiência energética trouxe um novo impulso para os carros elétricos. O novo Focus Electric, com lançamento marcado para o final do ano, é um exemplo do salto tecnológico realizado desde então.
Entre outras novidades, ele conta com um sistema avançado de carga rápida que repõe 80% da energia em cerca de 30 minutos – cerca de 2 horas mais rápido que o Focus Electric atual.
O modelo é um dos 13 novos carros elétricos que a Ford vai lançar até 2020, como parte de um investimento de US$ 4,5 bilhões, o maior já feito na história da marca nesse tipo de tecnologia. No Brasil, a linha é representada pelo Ford Fusion Hybrid, campeão em economia de combustível no ranking do Inmetro, combinando dois motores, elétrico e a gasolina.