Cerca de 150 estudantes de engenharia dos Estados de Alagoas – no Baja pela 1ª vez – Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e Piauí participam da 22ª Competição Baja SAE BRASIL PETROBRAS,de 31 de março a 03 de abril, que este ano vem com novidades.
As mudanças incluem novos requisitos relacionados à segurança das operações e também um novo local para sua realização este ano, na cidade paulista de São José dos Campos-SP, em área ao lado da Fatec.
Das 13 as equipes inscritas que representarão a região Nordeste (são 74 no total) quatro são da Paraíba, três de Pernambuco, duas do Rio Grande do Norte, e Alagoas, Bahia, Maranhão e Piauí, com uma equipe cada. A região é a segunda em número de equipes inscritas este ano, depois do Sudeste. As equipes nordestinas têm mostrado evolução crescente no nível técnico e organização, aspectos essenciais ao Projeto Baja SAE. Veja abaixo a relação completa das equipes.
As três equipes que melhor pontuarem na soma geral das provas da competição nacional poderão representar o Brasil na competição Baja SAE Tennessee Tech, de 14 a 17 de abril de 2017, em Cookeville, Tennessee, EUA.
[box type=”success” align=”aligncenter” ]Estudantes de sete Estados da região participam da competição nacional, de 31 de março a 03 de abril, este ano em São José dos Campos, São Paulo.[/box]
Pernambuco – Com 30 estudantes, as equipes Mangue Baja 1 e Mangue Baja 2, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que conquistaram 2º e 3º lugar no pódio em 2015, aplicaram diferenciais nos carros, projetados com barras de torção na traseira para aumentar a estabilidade nas curvas. O desenho da carroceria e dos componentes foi desenvolvido por software de simulação.
“Aliamos o projeto do MB1 e MB2 2016 às tendências mundiais de sustentabilidade, com estudos e análises para redução do consumo de combustível e da emissão de poluentes, alteramos as fontes de energia para baterias de lítio-polímero sustentadas por painel solar, menos agressivas ao meio ambiente que as baterias de chumbo”, conta Luan Fernando Ferreira Pinto, estudante do 9º período de Engenharia Mecânica e capitão da equipe.
Paraíba – Composta por 12 estudantes, a equipe UFPBaja Inobliterável, da Universidade Federal da Paraíba, investiu na otimização de componentes do carro ainda na fase de projeto seguindo a metodologia MDF (Modular Function Deployment), de sistemas modulares com interfaces desenvolvidas paralelamente, que, aliada a ferramentas de engenharia, permitiu estimar custos e analisar possibilidades de mudanças técnicas e econômicas benéficas ao projeto.
“O protótipo foi desenvolvido pensando facilidades para produção em massa e para a manutenção”, aponta Luiz Henrique Pereira Regis, estudante do 5º Período de Engenharia Mecânica.
Rio Grande do Norte – A equipe Cactus Baja, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), apostou na segurança e na redução de peso do veículo, que teve o projeto redesenhado e carroceira construída em polipropileno cortado a laser, material de menor densidade, maior resistência ao impacto e de fácil moldagem, o que evita quebras na fixação.
O carro conta ainda com módulo arduíno (controle interativo de sistemas) com sensores de velocidade que captam o sinal das rodas com maior precisão evitando falsa indicação de derrapagem, além de mostrador luminoso que avisa quando o nível de fluído de freio está abaixo do recomendado. “Começamos a participar em 2012 com melhores resultados a cada ano, nosso objetivo é o pódio em 2016, para isso trabalhamos até nas férias”, afirma o capitão Diego Gomes de Assis, que cursa o 6º período de Ciência e Tecnologia.
Piauí – A IFPI BAJA, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, trabalhou forte nos sistemas de transmissão, suspensão e elétrico do carro, com uso de tecnologias avançadas e materiais mais leves. “Aplicamos um sistema elétrico com aquisição de dados, sistema de transmissão com caixa de redução, e, pela primeira vez usamos um centro de usinagem CNC para aumentar a precisão na fabricação dos componentes. Além disso, usamos fibra de carbono para a proteção da CVT (Continuously Variable Transmission), ligas de alumínio e honeycomb (colmeias) em algumas peças, para mais leveza e resistência dos componentes” destaca Gustavo Silva, capitão da equipe.
Maranhão – Na expectativa por uma boa classificação a equipe Bumba Meu Baja, da Universidade Estadual do Maranhão, desenvolveu nova estrutura para o chassi e remodelou a suspensão do carro, além apostar em nova caixa de transmissão e na eletrônica. O time, composto por 20 estudantes de Engenharia de Produção e Engenharia Mecânica, usou tecnologia de simulação para realizar estudos do chassi e da integridade estrutural do veículo. “Nossas principais motivações são o amor pelo projeto, o ganho de conhecimento, e representar o nosso Estado, nos esforçamos muito por isso”, diz Natassia Batalha Pereira, 19 anos, 6º período de Engenharia Mecânica.
Bahia – Formada por 20 estudantes dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção e Engenharia de automação, a equipe Carpoeira Baja, da Universidade Federal da Bahia, desenvolveu um carro com aplicação de vinil na carenagem para maior qualidade no acabamento e resistência a intempéries, e apostou forte na eletrônica embarcada, agregando aplicativo do protótipo disponível para o sistema Android. Implantou ainda sistema de arrefecimento para diminuir aquecimento na transmissão CVT. “Queremos estar entre os top 15, aprender com mais esse projeto e ver o nosso trabalho dar certo”, ressalta Tomaz de Aquino Soares, 7° semestre de Engenharia Mecânica.
A competição – Somam 1.460 os estudantes de engenharia de cinco regiões brasileiras inscritos para a competição nacional 2016, em 74 equipes inscritas que representam 68 instituições de ensino superior de 19 Estados e Distrito Federal. Assistidos por professores das universidades, os jovens desenvolveram e construíram projetos inovadores de carros para a 22ª Competição Baja SAE BRASIL PETROBRAS. Além dos protótipos, as equipes são responsáveis pela administração e viabilização econômica do projeto.
Carros – Os veículos Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e motor padrão de 10 HP, que devem ser capazes de transportar pilotos com até 1,90 m de altura, pesando até 113,4 kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são projetados e construídos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto.
“Os programas estudantis da SAE BRASIL são uma experiência extracurricular que faz diferença na formação do engenheiro, pois introduzem a aplicação prática e sistêmica da tecnologia, desafiam a criatividade e a inovação, além de estimular o trabalho em equipe”, afirma o engenheiro Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL.
22ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS
31 de março a 03 de abril de 2016
Av. Cesare Monsueto Giulio Lattes, s/n, Eugenio de Melo, São José dos Campos, ao lado da Fatec
PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR
31 de março 8h30 às 9h30 – Briefing da competição. 12h30 às 19h – Abastecimento, inspeções técnicas, re-check das inspeções técnicas e verificações de motor, conforto e freios.
01º de abril – 9h às 19h – Abastecimento, inspeções técnicas, re-check das inspeções técnicas e verificações de motor, conforto e freios. 9h30 às 19h – Primeira fase de apresentação de projetos.
02 de abril – 9h às 11h – Primeira fase de apresentação de projetos. 11h30 às 16h – Provas dinâmicas (capacidade de tração, aceleração e velocidade máxima, e “suspension and traction”) e repescagem de segurança. 11h30 às 17h30 – Repescagem de conforto. 11h30 às 18h30 – Repescagem de freios. 16h20 às 19h – Finais de apresentação de projetos. 19h – Briefing com pilotos.
03 de abril – 9h15 – Formação da largada. 10h às 14h – Enduro de resistência. 15h – Encerramento
O projeto Baja SAE foi criado na Universidade da Carolina do Sul, Estados Unidos, sob a direção do Dr. John F. Stevens, sendo que a primeira competição ocorreu em 1976. O ano de 1991 marcou o início das atividades da SAE BRASIL, que, em 1994, lançava o Projeto Baja SAE BRASIL.
No ano seguinte, em 1995, era realizada a primeira competição nacional, na pista Guido Caloi, bairro do Ibirapuera, em São Paulo. No ano seguinte a competição foi transferida para o Autódromo de Interlagos, onde ficaria até o ano de 2002. A partir de 2003 a competição passou a ser realizada em Piracicaba, interior de São Paulo, no ECPA – Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo.
Desde 1997 a SAE BRASIL também apoia a realização de eventos regionais do Baja SAE BRASIL, através de suas Seções Regionais. Desde então dezenas de eventos foram realizados em vários estados do país como Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período.
Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.