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Competição BAJA-SAE, mais do que uma competição uma aula de engenharia automotiva!

 

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São Paulo – A equipe paulista FEI Baja 2 do Centro Universitário da FEI, de São Bernardo do Campo, se sagrou campeã da 22ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, encerrada no domingo, 3 de abril, em São José dos Campos, São Paulo. A segunda colocada e vice-campeã pela segunda vez consecutiva foi a equipe Mangue Baja 1, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), instituição representada também pela equipe Mangue Baja 2, que ficou em quinto lugar.

A terceira equipe no pódio foi a Baja UFMG, da Universidade Federal de Minas Gerais, e a quarta colocação ficou com a equipe Poli Atlas, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Sou Juiz de projeto desta competição há quatro anos e a cada ano observo uma nítida melhora dos pequenos, mas poderosos veículos. A melhora técnica nos carros e dos alunos é perceptível, principalmente para quem acompanha a prova há alguns anos. Estamos partindo para o profissionalismo e não há mais espaço para “aventureiros”.  Os carros Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, com um motor padrão de 10 HP e capacidade para abrigar um piloto de até 1,90m de altura e até 113,4 kg de peso. Esta competição organizada pela SAE é muito interessante, pois educa de forma pratica os futuros engenheiros automobilísticos. É muito comum ver profissionais da indústria circulando entre os competidores à procura de estudantes que se destacam durante a competição.

Os “Bajas” desenvolvem velocidades superiores a 60 Km/h e são capazes de vencer obstáculos dos mais variados possíveis, com suas suspensões em alguns modelos de eixo rígido e em outros independentes, tais como: travessia de alagados, passagem por cima de troncos e montanhas, buracos, pistas irregulares, no seco e no molhado (durante a prova de enduro um caminhão pipa joga agua em toda a pista, com o objetivo de baixar a poeira, mas acaba sendo a sensação da corrida).  A competição é dividida em varias provas: Relatório de Projeto, Conforto, Apresentação de Projeto, Aceleração, Suspension & Traction, Tração, Velocidade Máxima e Slalon, encerrando com uma prova de Enduro de Resistência (circuito de 2.100 metros em 4h) cada uma das provas com uma pontuação especifica que sagra o campeão que acumular maior número de pontos.

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Não pense o leitor que são etapas fáceis! Não existe uma etapa sequer que os estudantes passem sem serem questionados e testados nos seus conhecimentos e quanto à execução do projeto. Basta dizer que mesmo com diversos capotamentos e acidentes na prova de enduro, não tivemos nenhum tipo de lesão com os pilotos ou com quem estivesse assistindo ou apoiando a prova. A Prova de Segurança é uma das mais exigentes da competição, nada pode representar perigo ao piloto ou aos que competem ou aos que assistem. Todos os materiais, soldas, parafusos, proteções, cintos de segurança são checados nos seus mínimos detalhes.

A SAE tem o cuidado de impor regras restritivas e disponibiliza vários juízes e comissários para acompanhar cada prova, principalmente o Enduro, o ponto alto da competição.

São premiados ainda: Volta Mais Rápida no Enduro, Melhor Equipe Novata, Equipe Fair Play, Equipe 5S, Melhor Equipe Região Norte, Melhor Equipe Região Nordeste, Melhor Equipe Região Centro-Oeste, Melhor Equipe Sudeste, Melhor Equipe Região Sul e o Melhor Espírito de Equipe.

Os estudantes orientados por professores das instituições de ensino que representam, desenvolvem o veículo do papel à realidade aplicando conceitos de engenharia automotiva nas áreas de estruturas, aerodinâmica, suspensão, freios, chassis entre outros subsistemas. Uma oportunidade sem igual para um estudante que deseja seguir na área automotiva. Ele tem a oportunidade de estudar e desenvolver os sistemas do veículo e colocar a mão na massa para desenvolver seu projeto.

Este ano, o que já vem se tornado uma constante, pudemos notar nestes pequenos e notáveis protótipos, muita criatividade e competência com foco principalmente em processos produtivos, novas geometrias e materiais para reduzir esforços na carroceria e garantir a integridade estrutural dos protótipos, além de análise estrutural de peças para confiabilidade na escolha dessas geometrias e materiais, com ensaios e estudos de comportamentos específicos como dureza, flexão e torção. Observamos ainda instituições que efetuaram o completo desenvolvimento de caixas de transmissão, caixas de redução, homocinéticas e sistemas autoblocantes. Talvez partes destes projetos possam estar presentes em nossos carros em cinco ou seis anos, uma vez que um dos objetivos das equipes é focado na redução de custos e peso o que hoje, coincidentemente, são as maiores preocupações da indústria automotiva.

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Além dos projetos e construção dos protótipos, as equipes foram responsáveis pela administração e viabilização econômica do projeto. O que não pode ser considerada uma tarefa fácil dado a restrição de verbas que cada equipe enfrenta.

“As competições estudantis da SAE BRASIL são desenvolvidas para motivar os jovens aspirantes à carreira de engenharia, desafiando-os a gerir projetos em todos os seus aspectos, da gestão administrativo-financeira à inovação”, analisa Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL.

Com o resultado em São José dos Campos, as três instituições de ensino – FEI, UFPE e UFMG – poderão representar o Brasil na competição Baja SAE Rochester, que será realizada este ano de 9 a 12 de junho próximo, em Rochester, New York, Estados Unidos.

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