Acidentes envolvendo motociclistas são constantes nas grandes capitais, principalmente em São Paulo. E pior: grande parte deles é fatal, já que a própria estrutura da moto deixa seu condutor extremamente vulnerável. Qualquer choque pode custar uma vida.
Mas o motociclista pode minimizar esse risco. A primeira atitude, claro, é ter um comportamento seguro no trânsito. Mas isso é assunto para outro boletim.
Neste aqui, vamos tratar de como o condutor pode se proteger para reduzir os danos em caso de acidente – ou mesmo para ficar menos exposto aos riscos.
Afinal, essa vulnerabilidade do motociclista faz com que, à menor colisão, seu corpo seja arremessado a metros de distância, sofrendo impacto direto, sem atenuantes, contra o piso ou outros objetos – postes, árvores, outros veículos.
Proteção para a cabeça, corpo, pés e mãos é essencial para a redução dos danos no caso de acidente com moto. É o que vamos ver a seguir.
Cabeça – Cerca de 70% dos acidentes fatais com motocicletas decorrem de ferimentos na cabeça. Então, usar capacete é indispensável. E aí fica a dica: use apenas os que são aprovados pelo INMETRO e respeite sua data de validade.
Também mantenha a viseira abaixada e limpa para uma visibilidade plena. Pois, ao andar com a viseira levantada, você pode correr o risco de sofrer danos na visão por pequenos objetos arremessados por pneus de carros e caminhões.
E acerte no tamanho: certifique-se de que não haja nenhuma folga entre a cabeça e o casco, lembrando-se sempre de afivelar e ajustar muito bem o capacete, para que ele não seja arremessado em caso de queda. Uma queda sem capacete pode ser fatal.
Corpo – Roupas adequadas ajudam a minimizar as lesões caso o motociclista seja atirado da moto. Use roupas que protejam seu corpo por completo, inclusive pernas e braços. Mas não é só isso.
Elas ainda evitam que o motociclista fique exposto aos fatores climáticos (sol e chuva), além de protegê-lo de qualquer objeto que possa atingi-lo durante o percurso. Dê preferência por roupas aprovadas por órgãos certificadores brasileiros e internacionais.
Outro fator importante é o uso de faixas refletivas, que ajudam muito para que o motociclista seja visto por todos, principalmente à noite.
Pés – A falta de proteção adequada para os pés é responsável pelo alto índice de fraturas entre os motociclistas. Por isso, é importante usar botas de alta resistência, que não tenham salto alto.
Um acidente muito comum é o pé do motociclista raspar nas guias, valetas ou calçadas em curvas que exigem a inclinação da moto. Além disso, numa colisão lateral com outro veículo, o seu pé fica totalmente desprotegido se estiver com um calçado de uso diário.
Mãos – A primeira autodefesa do condutor ao cair da moto é usar as mãos para amortecer o impacto contra o piso. Isso faz com que as mãos sofram arranhões e queimaduras na queda, às vezes irreversíveis. Daí a importância do uso de luvas de alta resistência. Temos hoje uma variedade expressiva de luvas desenvolvidas para motociclistas.
CTB só obriga duas dessas proteções – De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), apenas duas dessas proteções implicam multa caso não sejam usadas. São elas:
Uso de capacetes que protejam cabeça e olhos. Em caso de capacetes sem viseiras, é obrigatório o uso de óculos protetores. A não utilização dessas proteções implica multa de R$ 191,54, é considerada infração gravíssima e soma 7 pontos na carteira de habilitação.
Proteção para os pés. A não utilização de proteção para os pés implica multa de R$ 85,13, é considerada infração média e soma 4 pontos na carteira.
Mas a atenção à segurança deve ir além da preocupação com a multa. Afinal, é a vida do motociclista que está em jogo.