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AEA debate necessidade de evolução da manufatura automotiva

“O cenário da indústria automotiva apresenta capacidade de produção ociosa e o grande desafio para suportar esta posição é por meio da exportação. No entanto, para alavancar o desenvolvimento do setor é preciso competitividade”, disse Edson Orikassa, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), durante abertura do Seminário de Manufatura Automotiva, promovido na última quinta-feira, dia 18 de agosto, na Universidade UNIP, em São Paulo/SP e coordenado por Carlos Sakuramoto, diretor de Manufatura da entidade.

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A primeira edição do evento exibiu um painel exclusivo sobre a competitividade das nações, do País e ainda como base de comparação apresentou tecnologias implementadas em plantas já existentes em território nacional, além de conteúdos mais técnicos como tendência de compósitos.

O evento foi destinado a engenheiros e profissionais do setor automotivo com interesse na atualização e discussão dos temas atuais da indústria.

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, abriu as apresentações com o tema “Competitividade da Manufatura Automotiva (Desafios Brasil)” e alavancou seis questões a serem resolvidas no cenário econômico brasileiro, já que atualmente a capacidade disponível da produção está acima de 52% para automóveis e de 75% no caso dos caminhões: protecionismo, o custo do Brasil, carga tributária, burocracia, corrupção, investimentos, educação e produção de riquezas.

E para isso, o setor automotivo nacional precisa se enquadrar ao modelo de indústria 4.0, um ambiente de manufatura totalmente conectado com a cadeia de fornecedores para gerar mais autonomia com sistema de auto-gerenciamento integrado, mais rápido, preciso e mais fiel ao desejo do clientes.

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“Se avançarmos nesta direção, teremos benefícios com a produtividade, qualidade e flexibilidade para trabalharmos com conceitos de redução de prazo, custo e infraestrutura, além da otimização dos recursos como água e energia elétrica, ajustes dinâmicos do fluxo de produção e integração com os fornecedores” , disse Megale.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços marcou presença no evento da entidade.

Em apresentação “Competitividade da Indústria Automotiva”, Rodrigo Bolina comentou sobre o Programa Brasil Mais Produtivo, lançado em abril de 2016, fruto de uma parceria entre MDIC, CNI/SENAI, Apex-Brasil e ABDI, com apoio do BNDES e SEBRAE.

A proposta inicial do Programa é atender 3 mil empresas em todo o país, sendo que até o momento temos 1.840 empresas inscritas em todos os Estados da Federação. O programa consiste na consultoria a empresas com o uso da metodologia de manufatura enxuta, focada na redução de desperdícios no processo produtivo, sendo que a meta é atingir um ganho médio de, pelo menos, 20% de produtividade.

“O cenário macroeconômico é desafiador e deve nos impulsionar para uma agenda positiva, na qual consigamos soluções conjuntas e com impacto positivo para todo o País. Precisamos inserir a agenda da indústria como parte dessa estratégia nacional de desenvolvimento e o crescimento consistente está associado à retomada do dinamismo da indústria e a geração de empregos”, afirmou Bolina.

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Painel Competitividade – O professor Luiz Carlos Di Serio, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, em palestra “Competitividade das Nações e o Brasil”, mostrou um panorama geral sobre conceitos e indicadores de competitividade, além de fatores positivos a melhorar no País, com base na comparação de outras indústrias globais, alavancando algumas deficiências que dificultam o crescimento do setor, como regulamentação fiscal, legislação trabalhista restrita, infraestrutura deficiente, excesso de burocracia, regulação de importação complexa, falta de qualificação para os trabalhadores, entre outros.

A contribuição no que diz respeito à inovação e à tecnologia dedicada pelo Senai foi apontada por Joselito Rodrigues Henriques, do Instituto Senai de Inovação, em palestra “Competitividade da Indústria Nacional”, com contribuição dos Institutos SENAI de Inovação, o Programa SENAI de Apoio à Competitividade Industrial Brasileira e os Serviços e Áreas de Atuação Estratégica dos ISIs.

O Painel Competitividade foi encarrado após debate mediado pelo jornalista e diretor da agência de notícias Auto Informe, Joel Leite.

Painel Inovação das Plantas Fabris no Brasil – Os desafios para projetar uma fábrica que hoje é modelo de produção automotiva foram apontados por Adauto Duarte , da FCA, em apresentação “Inovação nas Plantas da FCA – Jeep”.

“Trata-se de um planta inovativa projetada a partir do processo no layout, na otimização dos recursos, na tecnologia e no processo de produção hoje com capacidade de 250 mil veículos por ano”.

Localizada em Goiana (PE), a fábrica do grupo Fiat Chrysler, recebeu um área denominada Comunication Center ou Centro de Comunicação, estrategicamente organizada para trabalhar de forma eficiente.

Além dos escritórios, abriga o Centro de Processos, ou seja o espaço da montagem para treinamento prático de novos colaboradores e o Centro de Veículos, projetado de acordo com as Práticas globais para a realização de teste que asseguram o amplo controle de qualidade e faz a interface com as concessionárias.

A “Inovação nas Plantas da Volkswagen – UP!”, por Alexander Korb, gerente de Engenharia Avançada de Manufatura da VW, é referência em termos desempenho, consumo e segurança.

O modelo Volkswagen UP! é sucesso no mercado brasileiro e em exportações, com mais de 170 mil unidades já fabricadas no País. Para produzi-lo, a fábrica da Volkswagen em Taubaté recebeu investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão, aplicados em tecnologias inovadoras, alinhadas às mais modernas do Grupo Volkswagen no mundo, que incluíram novas ferramentas de estampagem, uma nova linha de soldagem de carrocerias, com robôs de última geração e uma linha de pintura totalmente nova, à base d’água, além de uma completa renovação da linha de montagem final.

“Enquanto em 30 anos, a produtividade da indústria nacional caiu 15% , nos últimos 30 anos, na China houve aumento de 808%”, informou Jefferson Ramos Melo, da Fundação CERTI, em palestra “Automação de plantas e processos industriais”.

O engenheiro provocou uma reflexão sobre as transformações no setor industrial decorrentes da evolução cibernética, da introdução de tecnologias com alto grau de conectividade em todos os seus níveis e da internet das coisas nos processos.

“Essa interatividade provocará maior integração da cadeia de suprimentos, da produção e distribuição assim como a interdependência de processos e a otimização dos recursos resultará em redução de custos e na elevação da competitividade dos negócios. Nesse cenário, a forma de projetar e produzir altera-se de maneira drástica”, informou Melo.

Painel Desafios e Oportunidades em Manufatura – “Advances in Composites – Application for Aircrafts” ou Os Avanços dos Compósitos Aplicados nas Aeronaves, por José Maria Fernandes Marlet , da Embraer, apresentou uma visão do presente e do futuro na evolução dos materiais compósitos em estrutura primárias de aeronaves, com a evolução de novas fibras de carbono e respectivos processos de manufatura.

O palestrante ainda fez considerações sobre sustentabilidade, nanotecnologia, estrutura multifuncionais e os próximos passos desta indústria.

“Nas últimas décadas, o crescente aumento da quantidade de peças em alumínio embarcadas nos veículos nacionais gerou uma demanda para desenvolvimento dos fornecedores locais, principalmente devido a motivos econômicos. Este cenário gerou desafios tecnológicos bem como alguns aspectos peculiares que foram e estão sendo superados por meio de parcerias entre OEM´s e fornecedores. Entretanto, existem problemas que dificultam atingir seu pleno potencial de demanda ao se comparar com mercados em países desenvolvidos”, apontou Edison Marcelo Serbino, da Volkswagen do Brasil, em palestra “O desafio da fabricação de autopeças em alumínio no Brasil”.

Os mais recentes produtos de aço desenvolvidos para a indústria automotiva foram exibidos por João Francisco Batista Pereira , da Usiminas e, “Aços de última geração em Carroceria Automotiva”.

“O uso intensivo de aços de elevada resistência foi adotado pela indústria automotiva por conta da necessidade de produzir carros cada mais seguros”, disse Pereira.

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