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Futuro da indústria de lubrificantes é debatido em simpósio da AEA

“Consolidado como um importante evento para a indústria automotiva, o IX Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluídos se faz necessário para o compartilhamento e integração das contribuições deste setor na redução do consumo energético, principalmente neste período, ou seja, reta final da fase inicial do Innovar-Auto aderido pela grande maioria das montadoras”, disse Edson Orikassa, presidente da AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, durante cerimônia de abertura do evento.

O simpósio, promovido pela entidade no último dia 18, trouxe nesta 9a edição a temática “Novas demandas para a indústria do lubrificante” e reuniu especialistas, profissionais e representantes da indústria automotiva transformando o Millenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP), em palco de um amplo debate técnico de alto nível entre o público e os renomados palestrantes que não mediram esforços para dedicar seus conhecimentos e experiências em cooperação aos ganhos de desempenho e qualidade aos usuários finais dos veículos automotores.

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“É de extrema importância a promoção de todo este trabalho em conjunto para elevar o nível de conhecimento sobre as exigências que demandam cada vez mais a evolução tecnológica destes produtos para ajudarmos o desenvolvimento da indústria no país”, afirmou Simone Hashizume, da JX Nippon Oil e membro da comissão organizadora de Lubrificantes da AEA.

Um panorama geral sobre o mercado de lubrificantes foi apresentado por Sergio Rebelo, diretor da Kline, em palestra “Mercado global de lubrificantes”. Na oportunidade, o diretor informou sobre a demanda global de lubrificantes, estimada em 39,4 milhões de toneladas em 2015, sendo 56% deste total destinado ao mercado automotivo.

O Painel 1 do Simpósio da AEA foi iniciado com palestra ministrada pelo gerente Industrial da Cosan, André Pires, “Óleos básicos (para básicos de baixa viscosidade)”.

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Pires abordou as tendências do mercado e as principais características dos óleos básicos para formulações de produto com o conceito de eficiência energética.

“Para garantirmos as especificações mínimas das atuais demandas de motores, as formulações com viscosidade mais baixa necessitam de básicos mais nobres. Além disso, as regulamentações ambientais e classificações trazem limites mais rígidos exigindo óleos mais robustos”, disse Pires.

As tecnologias dos aditivos otimizadas podem fornecer soluções técnicas para alguns dos desafios associados com o uso de fluidos de menor viscosidade na visão de Jorge Manes, gerente de Contatos da Infineum.

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Em sua apresentação “O impacto dos óleos lubrificantes de baixa viscosidade “, Manes informou que o lubrificante de baixa viscosidade precisa usar óleo de base adequado e componentes de aditivos para assegurar alguns benefícios como economia de combustível e durabilidade do motor.

Um trabalho focado na antecipação dos impactos no desgaste de componente de motor em relação ao uso de óleo de baixa viscosidade SAE 10W-30 com nova formulação de pacote de aditivos para atender às demandas de mercado para os novos motores pesados a Diesel Euro 6 foi apresentado por Edney Rejowski, engenheiro de Pesquisa e Desenvolvimento de Produto da Mahle em palestra “Impactos dos óleos de baixa viscosidade em componentes de motores pesados a diesel”.

O Painel I foi encerrado após debate entre os palestrantes moderado por Everton Gonçalves, engenheiro mecânico e proprietário da ESG Consultoria e Serviços.

Além de garantir durabilidade e desempenho, as novas normas API CK-4 e FA-4, previstas para dezembro/16 nos EUA, chegam para estabelecer um novo padrão para a indústria de lubrificante e montadoras, beneficiando diretamente todos os envolvidos na cadeia de transporte.

Ao representar a Comissão Técnica da AEA, em palestra “Os desafios para o desenvolvimento de lubrificantes para motores Diesel”, Marcus Vercelino informou que por meio das novas classes de viscosidade, os lubrificantes são capazes de oferecer de 1 a 2% de redução no consumo de combustível.

“As novas normas superam as especificações anteriores sem impactar na durabilidade do motor e serão base de referência para novos atributos às montadoras. O lubrificante continua suportando e viabilizando novas tecnologias, sendo a melhor relação custo benefício, uma vez que não há a necessidade de se alterar o equipamento”, disse Vercelino.

Uma análise sobre mercado global de lubrificantes para motocicletas 4 tempos, a evolução na tecnologia de lubrificantes e correlação com problemas comuns em motos foram debatidas por Marcos Davi Rufino, gerente de Produto da Chevron Oronite em apresentação “Tendências para o mercado de lubrificantes para motocicletas 4 tempos”.

Para o gerente, a demanda de lubrificantes de motocicletas deve atender altas rotações e potências, além de conter viscosidade mínima e trazer maior estabilidade ao cisalhamento.

“Com o aumento das exigências, o impacto da qualidade do óleo na durabilidade do veículo pode ser um fator significativo na melhoria da eficiência e vida útil dos veículos, já que muitos lubrificantes inferiores são utilizados em regiões com condições ambientais e operacionais adversas, a exemplo de mercados fora da América do Norte e Europa que representam o maior potencial no crescimento de lubrificantes e indústria automotiva. Diante deste cenário, é possível que estes produtos sejam insuficientes para satisfazer as exigências do motor e às condições do mercado em ele opera”, afirmou Willian Anderson, engenheiro de Pesquisa & Desenvolvimento da Afton Chemical em apresentação “Condições adversas – Discussão de mercado emergente de óleo de motor”.

Em “Tendências em lubrificantes de transmissão e eixos para o mercado de caminhões pesados”, Jay Ghosh, diretor de Desenvolvimento de Produto e Marketing Global da BASF, abordou algumas tendências na indústria e as suas representações para os desenvolvedores de lubrificantes, a exemplo de soluções sintéticas de alto desempenho e novos aditivos.

Painel II – “Sistemas a Diesel” foi a temática abordada por Mauricio Lavoratti, gerente de Desenvolvimento de Produto da Bosch, que destacou alguns desafios deste setor, como a capacidade de renovação do biodiesel, implementação de novas tecnologias com foco na eficiência energética e maior índice de localização para o benefício de toda a cadeia de fornecedores.

Para Paul Basar, gerente Regional de Negócios HD da Lubrizol Corporation, embora o biodiesel tenha se tornado uma alternativa predominante em termos de energia renovável em muitas regiões, possui efeitos prejudiciais ao óleo lubrificante que podem reduzir a efetividade e causar danos aos motores.

“Como o Brasil é um dos países que tem liderado essa iniciativa, a nossa indústria de lubrificantes precisa estar preparada. O biodiesel impõe na formulação de lubrificantes de alto desempenho para motores do ciclo Diesel alguns desafios e há alguns métodos reconhecidos pela indústria que nos auxiliam nessa empreitada”, enfatizou Basar em palestra “Desafios na formulação de lubrificantes de desempenho HD mais elevado para uso com Biodiesel”.

Em complemento ao conteúdo de Basar, a gerente Técnica da Ipiranga, Roberta Teixeira, em “Impacto do biodiesel nos lubrificantes” informou que o aumento do teor de biodiesel no diesel traz para a indústria de lubrificantes algumas preocupações quanto ao impacto dessa presença ao lubrificante durante o uso.

“Estudos de campo apontam o aumento da diluição de combustível nos motores Diesel e aumento da presença do biodiesel no lubrificante, impactando na capacidade de resistência à oxidação dos óleos e a necessidade cada vez maior de lubrificantes de alta performance para garantir a performance desses motores”, comentou a gerente.

O Painel II foi encerrado após debate moderado pelo mediador Sergio Viscardi, coordenador do Simpósio de Lubrificantes da entidade.

SIMEA 2016 – A AEA, representada pelo vice-presidente, Sidney Oliveira, ainda realizou a entrega do troféu do Melhor Trabalho Técnico apresentado durante o Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva – Simea 2016.

Desenvolvido pelos autores Tadeu Cavalcante Cordeiro Melo, Guilherme Bastos Machado, Marcos Fernando Mendes de Brito, Márcia Figueiredo Moreira, da Petrobrás e Dennis Rempel e Luiz Carlos Daemme, do Instituto Lactec, “Cálculo da incerteza de medição para ensaios de emissões de motores pesados a diesel” foi o grande vencedor.

Os certificados das Menções Honrosas também foram entregues por Ronaldo Salvagni, coordenador das sessões técnicas do Simea 2016. “Low Viscosity Oils Impact on Heavy Duty Diesel Engine Components”, por Edney Deschauer Rejowski, Eduardo Antonio Tomanik e Juliano Pallaoro Souza, da MAHLE Metal Leve SA, e “Wear Mechanisms Arising Ceramic Additives in Fuel Economy Lubricants”, de Marcos Batista Garcia, da Energy Consulting, Marco A Colosia, da General Motors do Brasil e Carlos Mussato, da Afton Chemical, foram os trabalhos selecionados na temática Combustíveis, Biocombustíveis, Lubrificantes e Aditivos.

Em Emissões, Inspeção e Técnica Veicular, a Menção Honrosa foi entregue aos autores Jony Javorski Eckert, Ludmila Corrêa de Alkmin e Silva, Fabio Mazzariol Santiciolli , Eduardo dos Santos Costa, Elvis Bertoti, Fernanda Cristina Corrêa e Franco Giuseppe Dedini, da Universidade Estadual de Campinas, do trabalho “Análise do Consumo de Combustível e Emissões para um Veículo Hibridizado”.

“Analysis of Different Dynamic Modeling Techniques for Use in Simulation Environment (Hardware in The Loop-HIL)”, da temática Ensaios e Simulações, por Eduardo Torrigo, da MWM Motores Diesel, Alexandre Massayuki Kawamoto, Henrique Manguino Meira e Pedro de Castro Rossetti, da ETAS, também recebeu certificado.

Em Manufatura e Processos, o trabalho “Otimização de uma Central de Controle de Motores (CCM)”, por Vitor Matos Serafin, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo foi o selecionado.

“Eficiência do CFD na Predição da Cristalização de Ureia em Sistemas SCR”, desenvolvido por Anderson de Almeida Souza e Leandro Seizo Glovaski, da MWM Motores Diesel, e Roberto Carlos de Castro Silva, da AVL Powertrain UK, foi reconhecido no tema Motores e Transmissões.

Por fim, o trabalho “Conceito de Sistema Start/Stop Retrofit para Equipamentos de Mineração (Fora de Estrada)”, dos autores Filipe Alves Pereira Silva, Thomas Fernando Junge, Lucas Ventura, Thiago Alexandre Malicheski, da Bosch, recebeu certificado de Menção Honrosa da categoria Projeto e Tecnologia do Veículo.

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