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Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito lança luz sobre violência viária

Acidentes de trânsito foram apontados como a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo em 2012. Por ano, são mais de 1,2 milhões de óbitos registrados com esta causa, sendo que, em metade deles, há envolvimento de usuários considerados vulneráveis, como motociclistas (23%), pedestres (22%) e ciclistas (4%).

Excesso de velocidade, mistura de bebida e direção, e falta de uso de itens de segurança como capacete, cinto de segurança e sistemas de retenção de crianças são os fatores de maior risco neste cenário.

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Para propor uma reflexão sobre o tema, o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito, lembrado em todo mundo sempre no terceiro domingo de novembro, dá voz àqueles que sofreram as consequências geradas pela violência viária.

Os nove meses que se passaram desde o dia em que o analista de frota, Robson Castilho, se envolveu em um acidente de trânsito não foram suficientes para apagar os detalhes da lembrança.

A postos para percorrer, de moto, os 15 Km entre o trabalho e a casa, ele foi surpreendido pela imprudência de outro condutor.

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“Eu dirigia em velocidade compatível com a via e avistei um carro entrar devagar na avenida. Ele sinalizou para entrar na pista da direita, mas foi para o outro lado, onde eu estava. Não deu tempo de reduzir o suficiente”, descreve.

A dor da colisão foi imediata, mas os ferimentos não pareceram severos aos olhos de Robson, condição que o levou a dispensar o atendimento do socorro.

A postura do outro motorista também não colaborou para que esse equívoco não acontecesse; além de não portar a CNH no momento do acidente, ele não se dispôs a prestar qualquer socorro ao motociclista. A gravidade da laceração só foi revelada no hospital, para onde ele se dirigiu horas depois.

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Além dos gastos com o conserto da moto e dos três meses dedicados à recuperação, o acidente acarretou em uma visão pessimista do trânsito.

“Nos seis anos que ando de moto, nunca havia me envolvido em um acidente. Ainda fico receoso ao dirigir, mas não penso em parar. O que fica é o desapontamento ao ver o mau caráter do motorista em não assumir o erro”, destaca.

Ao contrário de Robson e por um erro reconhecido posteriormente, a designer gráfica, Virgínia Guetter, motivou o próprio acidente há pouco mais de um ano, episódio considerado por ela um divisor de águas.

“Eu estava voltando para casa de madrugada e tinha bebido além da conta. Perdi o controle em uma curva e colidi com um carro que estava estacionado. Quando acordei, estava no hospital com vários pontos na cabeça”, conta. Para ela, a perda do veículo foi irrisória se comparada ao risco da irresponsabilidade ao dirigir alcoolizada.

“Tenho vergonha de lembrar, mas admito que me tornei muito mais cautelosa. Tive sorte de não ter sofrido traumas maiores”, relata.

Sociedade e poder público: todos têm responsabilidade – Imprudência, irresponsabilidade, desatenção em relação aos cuidados com o veículo e descaso com o uso de dispositivos de segurança são, para a especialista em trânsito da Perkons, Idaura Lobo Dias, atitudes sem espaço no trânsito.

“Para conduzir um veículo é necessário estar em total estado de alerta e em perfeitas condições (físicas e psíquicas) para não se expor ou expor os outros a riscos”, completa.

Ela lembra que, apesar de serem vistos como um fato imprevisível, os acidentes podem e devem ser evitados.

“A intenção de uma data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito é, justamente, alertar as pessoas sobre a violência viária. A sociedade deve refletir sobre as consequências dos acidentes e conhecer as principais causas que levam a mortes e feridos todos os dias em nossas vias”.

Para darem vazão a resultados mais tangíveis na segurança viária, a especialista defende que campanhas e ações como esta não sejam adotadas de maneira isolada.

“Elas devem vir acompanhadas de políticas públicas e da busca pelo cumprimento da legislação, para que as pessoas entendam que acidentes de trânsito não acontecem apenas com os outros”, esclarece.

Assumir a responsabilidade enquanto usuário é, neste sentido, o primeiro passo para garantir a própria segurança.

“Dirigir de maneira defensiva, respeitando o limite de velocidade mesmo sem fiscalização, por exemplo, é dever do motorista prudente. Porém, a necessidade de mudança de postura dos usuários não exime os decisores políticos de tornar as vias e os veículos mais seguros”, pondera.

Para atar estas duas pontas – sociedade e políticas públicas -, Idaura sugere ações estratégicas, como a criação de memoriais que permitam a discussão permanente do tema e o aprimoramento da legislação quanto aos principais fatores de risco do trânsito.

Algumas iniciativas incorporadas pela Perkons – empresa que desenvolve e aplica tecnologia para a segurança no trânsito – para atrair a atenção da sociedade para o assunto são o CTB Digital, site que disponibiliza o Código de Trânsito Brasileiro comentado por especialistas, e o Trânsito Ideal, que reúne de dicas de segurança a vídeos de direção defensiva com acesso gratuito.

A empresa foi ainda a primeira entidade da iniciativa privada a apoiar, no Brasil, a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 – proclamada pela Organização das Nações Unidas.

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