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Fernando Calmon | Reservar forças

O apelo este ano foi menor, mas o Salão do Automóvel de Paris manteve-se atraente ao público, mesmo com a ausência recorde de 16 marcas.

A indústria mundial enfrenta pesados investimentos em quatro níveis de alta tecnologia – eletrificação, conectividade, direção autônoma e compartilhamento – e sem descuidar dos atuais veículos.

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Por isso tem havido seletividade nos dispêndios. Reservar forças para a

s novidades compatíveis às datas das grandes feiras mundiais. A exposição francesa completou 120 anos em 2018 (assim como a Renault) e encerra no próximo dia 14.

Marcas alemãs dominaram em termos de lançamentos.

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Uma das grandes atrações foi a sétima geração do sedã BMW Série 3 que cresceu em dimensões (até na clássica grade de duas entradas) e teve o novo interior muito elogiado.

Outra atração foi a quarta geração do X5 a ser produzida nos EUA e China.

Os dois novos produtos e o renovado roadster Z4 chegam ao Brasil ao longo de 2019.

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Arquirrival Mercedes-Benz contra-atacou com o GLE, um SUV de tamanho intermediário e rodas de nada menos que 22 pol. de diâmetro.

Classe A, na versão sedã, tem boa chance de ser produzido em Iracemápolis (SP).

Também apresentou o novo monovolume Classe B. Estes dois últimos estreiam a primeira caixa automatizada de duas embreagens e oito marchas (antes, sete).

Audi, além da segunda geração do hatch A1, apresentou seu primeiro SUV elétrico, o e-Tron, concorrente direto do também estreante EQC400, da Mercedes-Benz, ambos com dois motores – um em cada eixo – para tração 4×4.

Renault manteve sua ofensiva elétrica com o subcompacto K-ZE, ainda numa versão conceitual baseada no Kwid, a ser produzido na China para se tornar mais acessível.

Também apresentou o EZ-Ultimo, um carro-conceito futurista autônomo, elétrico e otimizado para compartilhar.

Peugeot deu o troco com o conceitual e-Legend inspirado no estilo do icônico cupê 504, de 1969, mas com motor elétrico de 462 cv.

Citroën C5 Aircross estreou e pode ser importado já no próximo ano tendo o mesmo porte do Peugeot 3008.

Entre os carros esporte, Ferrari voltou a roubar a cena graças aos espetaculares Monza SP1 e SP2.

Ambos são roadsters, mas o primeiro deles tem o lugar do acompanhante coberto.

Motor é um V-12, de 6,5 litros e 810 cv, o mais potente que já produziu para um automóvel de rua.

Porsche também chamou atenção pelo conversível conceitual 911 Speedster, mas com linhas definitivas.

Estará à venda no próximo ano (apenas 1.948 unidades em referência ao ano de fundação da marca).

Em meio à ênfase relacionada aos veículos elétricos, voltaram as dúvidas sobre quantos estão mesmo interessados em comprá-los.

Na Europa, representam cerca de 2% das vendas e sem sinais de que a demanda vá crescer de forma significativa.

Poucos acreditam que em 2030 países como a França vão mesmo limitar a comercialização de carros novos apenas a elétricos puros.

Híbridos, sim, terão mercado crescente.

Curiosamente, a petrolífera inglesa BP anunciou no Salão que pesquisa carregadores ultrarrápidos: em cinco minutos, 80% da carga.

Nada comentou sobre menor vida útil da bateria submetida a ciclos repetitivos desse tipo.

ALTA RODA-ANFAVEA reviu crescimento do mercado interno este ano para 13,7% (previsão da Coluna no começo do ano, 14,1%).

Número de financiamento aumentou, pois a taxa de inadimplência atingiu 3,5%, percentual mais baixo da série histórica.

Estoques subiram para 40 dias, pouco acima do normal.

Apenas a exportação enfrenta dificuldades: deve cair 9% este ano.

EXPECTATIVAS para o Salão do Automóvel de São Paulo (8 a 18 de novembro) continuam muito boas.

VW T-Cross, primeiro SUV da marca com produção local, terá apresentação prévia pelo Facebook no próximo dia 25.

Suas linhas serão reveladas na Alemanha, Brasil e China.

Interior poderá se manter “escondido” mesmo no Salão.

No mercado só no segundo trimestre de 2019.

MERCEDES-BENZ Classe C 2019, produzido em Iracemápolis (SP), recebeu retoques no para-choque dianteiro e lanternas traseiras.

Há novas rodas e faróis em LED.

Motor 1,5 turbo recebeu um alternoarranque que gera 14 cv extras (sistema de 48 V) e permite até 10% de economia de combustível quando combinado com desligar e religar o motor em declives suaves.

GUIAR o híbrido Lexus CT200h deixa transparecer solidez e silêncio.

Acabamento interno é muito bom, embora pudesse arrojar mais no painel e quadro de instrumentos.

Como o hatch manteve altura de rodagem original, raspa com certa facilidade nos famigerados quebra-molas e valetas.

Espaço interno e visibilidade são pontos altos.

Porta-malas tem razoáveis 375 litros.

ZF COMPLETA 60 anos de sua fábrica no Brasil, primeira fora da Alemanha.

Hoje tem sete unidades no País e uma na Argentina.

Empresa adquiriu a TRW há três anos e pretende produzir aqui equipamentos de ponta como câmeras e radares de bordo.

Produz freio de estacionamento elétrico para eixo dianteiro, ainda não aplicado em modelos nacionais.

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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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