O bate-papo reuniu cerca de 60 pessoas – entre representantes do terceiro setor, da sociedade civil e do poder público, educadores e universitários – e foi mediado por Sabrina Leme, especialista em soluções para cidades e consultora em mobilidade.
As Jornadas do Conhecimento têm como objetivo juntar especialistas para discutirem temas relacionados às suas áreas de investimento social (educação e desenvolvimento de comunidades) e às causas apoiadas pela Fundação Volkswagen: mobilidade urbana, mobilidade social e inclusão de pessoas com deficiência.
“Mais ainda, essa inteligência deve colaborar para a redução das desigualdades e a promoção da qualidade de vida e do bem-estar da população. Afinal, cidades inteligentes, criativas e sustentáveis são aquelas pensadas pelas pessoas e para as pessoas, numa perspectiva ampla e para todos”, afirmou a Superintendente da Fundação Volkswagen.
Na sequência, Sabrina Leme deu início ao bate-papo, interagindo com o público e refletindo sobre o tema principal da Jornada: “Como chegamos até aqui – a pé, de metrô, de carro, de bicicleta ou combinando esses diferentes modais? De onde viemos – da capital, da região metropolitana, de outras cidades? O que é a cidade para cada um de nós? Como estabelecemos nossas relações com ela? Afinal, cidades inteligentes e criativas são feitas, antes de tudo, pelas pessoas”.
Em sua primeira reflexão, Ana Carla Fonseca revelou que “há 20 anos, não se falava tanto em cidades como se fala hoje.
Daniela Coimbra Swiatek, por sua vez, destacou as diferenças entre os gêneros nos deslocamentos: “Além da renda e da escolaridade, o gênero interfere diretamente na mobilidade.
Entre os temas debatidos ao longo do evento, estiveram a conexão afetiva e criativa com as cidades, a necessidade de se pensar o espaço urbano de modo integrado e não como ilhas fragmentadas e a importância da colaboração entre o poder público, as empresas e o terceiro setor.
Para a cofundadora do MobiLab, “muita da nossa conexão com a cidade tem a ver com a mobilidade. Além disso, há uma grande distância entre o governo – responsável pelo planejamento urbano – e a realidade da população. Nesse sentido, as startups podem contribuir para trazer soluções inovadoras para o poder público. Para isso, ainda há muitos desafios e entraves legais e jurídicos a serem superados”.
“A inovação só acontece, de fato, quando estamos abertos a ela e desconstruímos certezas. A cidade do futuro não deve ser excludente e deve agregar diferentes atores, incluindo empresas e fundações. Precisamos, sobretudo, pensar as cidades com empatia”, afirmou Daniela Swiatek.
Segundo Ana Carla Fonseca, “as instituições privadas estão cada vez mais conectadas com a realidade em que atuam e também dependem da inovação. Mais do que isso, temos que ter em mente que todos nós fazemos a diferença. Outro ponto importante e necessário é o resgate do papel da cidade como espaço educador”.
“Cada vez mais, as cidades devem ser vistas como plataformas de estímulo às habilidades do futuro – entre as quais a criatividade. As tecnologias têm que incentivar, e não substituir, aquilo que temos de mais humano, que são essas habilidades. A cidade criativa é aquela que se reinventa continuamente, à luz de seu contexto. Inovação passa a ser inovação quando o outro também dá valor a ela”, concluiu Ana Carla.
Para assistir à íntegra da Jornada, acesse a página do evento.