A figura clássica do engenheiro – aquele profissional totalmente técnico, que trabalha com foco nas áreas de projetos e engenharia, realizando estudos e desenvolvendo toda a parte técnica dentro das empresas – está saindo de cena.
Pelo menos dentro da Mitsubishi Electric, uma das maiores companhias de automação industrial do mundo, esse perfil profissional clichê já faz parte do passado.
Um exemplo disso é a história de Pedro Okuhara, especialista de produto e aplicação formado em engenharia mecatrônica, que hoje trabalha na área de Marketing da companhia.
“Trabalho com gestão de produtos e tenho contato com todos os departamentos da empresa, o que torna o trabalho bastante dinâmico. O conhecimento técnico dos produtos ajuda, é claro, mas é necessário ir além, conhecendo o mercado e seus concorrentes para desenvolver a melhor proposta de valor para os clientes. Hoje em dia, temos engenheiros em praticamente todos setores, como financeiro, logístico, marketing, comercial, entre outros”, afirma.
Essa versatilidade também traz desafios para esses profissionais.
Um deles é a necessidade constante de mostrar como as tecnologias podem ser eficientes para a indústria local, enquanto na área corporativa o conhecimento a respeito de negócios é um diferencial que precisa ser aprimorado e atualizado constantemente.
Fora do cenário brasileiro, ainda há outras barreiras a serem superadas.
“Se analisarmos o avanço da indústria 4.0, por exemplo, é possível ver que no Japão esses profissionais têm um escopo muito mais amplo do que no Brasil, sendo responsáveis por buscar melhorias e inovações constantes, enquanto aqui ainda estamos focados na quebra de paradigmas e na implantação desse tipo de tecnologia”, destaca Okuhara.
A integração entre diversas áreas e a tecnologia tem sido cada vez mais necessária ao longo dos últimos anos.
Se antes bastava entender a respeito de elétrica, mecânica, automação, entre outros conteúdos básicos da graduação, hoje, esses profissionais têm de estar familiarizados com novas tecnologias, como a virtualização, big data, IoT (internet das coisas), cloud computing (computação na nuvem), entre outros.
“A automação é um dos primeiros passos para a Indústria incorporar tecnologia com o objetivo de otimizar processos e tornar os produtos cada vez mais competitivos.
Profissionais de engenharia são bastante flexíveis, capazes de lidar com diferentes soluções de maneira ágil e eficaz”, finaliza Okuhara.
* Com uma taxa de câmbio de 106 ienes para o dólar americano, a taxa dada pelo Mercado de Câmbio de Tóquio em 31 de março de 2018.