Os veículos serão cada vez mais equipados com tecnologias para prevenção de falhas e com foco no aprimoramento da experiência do consumidor.
Mais do que acender luzes de alerta no painel de controle, os carros avançam em recursos para proporcionar conforto ou proteger o ocupante, como o veículo não entrar em movimento enquanto uma das portas estiver aberta ou quando o motorista estiver sem o cinto de segurança afivelado.
Esta abordagem pode ser trabalhada em programas de desenvolvimento por meio da nova edição do manual FMEA – Análise de Modos e Efeitos de Falhas, cuja grande novidade é o complemento MSR – Monitoramento e Resposta do Sistema, que permite justamente entender os modos de falha para desenvolver recursos de ações preditivas – sinalizantes ou atuantes.
O interessante desta abordagem de ações preditivas, sobretudo as atuantes, é a oportunidade de levar a experiência do cliente para a mesa do desenvolvimento.
Trata-se de uma forte tendência para a evolução da pesquisa e do desenvolvimento, cujas práticas precisam ser reinventadas pelos executivos da qualidade diante do avanço da indústria 4.0.
Com a crescente visão orientada para o cliente, os players do setor têm a oportunidade de fazer o uso desta nova abordagem dentro do FMEA para suportar diferentes demandas de mercado.
Treinamentos e publicação técnica sobre o novo padrão para análise de riscos dentro da cadeia de fornecedores já são oferecidos pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA).
O manual é resultado do trabalho conjunto de duas entidades mundiais do setor automotivo, a norte-americana AIAG e a alemã VDA, que unificaram as versões da metodologia.
O objetivo da publicação única foi reduzir a complexidade do desenvolvimento para fornecedores, que disponibilizam produtos a fabricantes europeus e norte-americanos.
Amplamente utilizado no mundo, o FMEA é um método analítico, sistemático e orientado à equipe para identificar riscos e definir ações no desenvolvimento.
Detectar uma falha tarde demais no processo ou não identificar até que o produto seja lançado no mercado pode levar ao retrabalho e a ações corretivas onerosas que consomem bastante tempo.
A aplicação do FMEA permite melhorar a satisfação do cliente, o que é fomentado pelo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), representante oficial da VDA no Brasil para distribuição do manual e qualificação de pessoas na nova edição do FMEA.
Neste mês de novembro, celebrado como o mês da qualidade, o Instituto reforça a atuação da entidade como fornecedora de conhecimento essencial para a superação dos desafios atuais.
* Cláudio Moysés é diretor-executivo do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA)