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O que significam e para que servem os números do chassi do veículo

A compra de um carro ou troca por um modelo mais novo é, na maioria das vezes, motivo de satisfação.

Mas se a opção for adquirir um veículo seminovo, como saber se aquele automóvel não foi batido, roubado ou adulterado? Uma verificação ao número de chassi, que é o ‘DNA’ de qualquer veículo, pode sanar essas dúvidas e evitar dores de cabeça com a polícia e o Detran.

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Afinal, ninguém quer ter seu carro apreendido, muito menos responder a um inquérito policial para explicar o porquê a numeração original foi adulterada.

Desde 1983, o número de chassi (ou o Vehicle Identification Number – VIN, do inglês, número de identificação do veículo) é um padrão mundial, regulamentado pela resolução 4030, da ISO, e pela Norma Brasileira 6066/2009, da ABNT.

A numeração possui 17 caracteres alfanuméricos (antes da regulamentação, variava de 5 a 21 caracteres), capazes de identificar ano, modelo, origem e detalhes do veículo.

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O chassi é aquela base de aço, alumínio ou outro metal rígido, sobre o qual é montada a lataria, o motor e outros sistemas necessários ao funcionamento do carro e à segurança dos passageiros.

Na fábrica, cada chassi recebe uma numeração única. Não há outra igual no mundo. Se você olhar no documento do carro (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV), há um campo com esta numeração.

Conforme Isaac Ferreira, head de Engenharia de Produtos da Tecnobank, além do próprio chassi, a numeração também é gravada em todos os vidros desde 1999, conforme definido no Art. 114 do Código de Trânsito Brasileiro. Alguns manuais do veículo indicam onde estão impressas as numerações.

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Essas são as primeiras peças que o consumidor deve olhar, para conferir se a numeração de chassi bate com o que está no documento.

Não é obrigatório, mas algumas montadoras ainda colocam esta mesma numeração na parte interna do paralama, na porta do lado direito, em algum local da parte traseira e até no teto, por dentro do forro.

Qualquer número que esteja diferente do que consta no CRLV indica que o carro foi possivelmente adulterado, seja em função de avaria física, furto ou roubo. No primeiro caso, o veículo pode ter sido remarcado porque, em um acidente, a numeração foi danificada por completo e houve a necessidade de substituição da peça.

Ou ainda, pode acontecer de um veículo mais antigo ser deteriorado pela ferrugem, deixando a numeração ilegível. Aí, é preciso remarcá-la.

No segundo e no terceiro caso, os criminosos costumam alterar ou raspar completamente os números para dificultar que a polícia identifique a origem e o proprietário daquele automóvel, caso sejam pegos.

Mas ninguém pode fazer essa remarcação por conta própria. É necessário procurar o Detran para documentar todo o procedimento Tudo fica registrado no órgão de trânsito e também no CRLV, para indicar que houve a alteração. No entanto, explica Ferreira, isso deprecia o valor do veículo na hora da venda.

E como fazer essa checagem?

Além do chassi, o motor e o câmbio também recebem numerações únicas por veículo. Conforme o head da Tecnobank, em geral, empresas de vistoria veicular têm acesso à base de dados do governo e fazem a consulta do veículo, o que é chamado de vistoria cautelar.

Alguns sites de vendas de automóveis e aplicativos para celular também oferecem o serviço.

O usuário joga o número do chassi no sistema e recebe de volta todas as informações referentes àquele veículo, como o Renavam, a cor, o ano, o modelo, a placa, o número do motor e o número do câmbio.

Aí, é preciso olhar cada uma das peças do veículo, para ver se os números e características coincidem com o registro. Qualquer detalhe diferente do que está no sistema poderá ser classificado pelo usuário como adulteração.

Essas consultas não são gratuitas. As vistorias cautelares podem custar de R$ 130 a R$ 300 e são feitas por empresas especializadas.

Já as consultas em sites e aplicativos podem custar até R$ 50 cada, mas são feitas pelo próprio usuário, que nem sempre tem o conhecimento necessário para detectar fraudes.

Algumas instituições financeiras, inclusive, não fazem financiamentos se não houver a vistoria cautelar ou laudo eletrônico, algo que, conforme Ferreira, vale a pena para evitar dores de cabeça futuras.

Entenda o que significa a numeração de chassi-Os 17 caracteres, conhecidos por VIN, seguem regras definidas pela Organização Internacional para Padronização (ISO) em 1979 e normalizadas pela ABNT em 1980 (6066/80).

Os três primeiros caracteres, chamados de WMI (World Manufacturer Identifier ou identificador de fabricante mundial), são identificados da seguinte forma:

  • O primeiro dígito indica a área geográfica onde foi fabricado (América Latina, Ásia etc)
  • O segundo indica o país, dentro de uma área geográfica.
  • O terceiro dígito indica o fabricante/montadora (G = General Motors, F = Ford, W = Volkswagen etc). Dependendo da quantidade de veículos fabricados por ano, esse campo deve ser preenchido com o número 9.

O segundo bloco de números, que vai do 4º ao 9º carácter, é chamado de VDS (Vehicle Description Section ou seção descritiva do veículo), cujas informações são definidas de acordo com o padrão criado por cada montadora, geralmente utilizados para classificar o modelo dos veículos.

O terceiro bloco, chamado de VIS (Vehicle Identification Section ou seção indicadora do veículo) vai do 10º ao 17º seguindo as seguintes regras: Entre o 10° e 13³ podem existir caracteres numéricos e alfanuméricos. Entre os 14° e 17° somente caracteres numéricos.

  • O décimo caracter pode ser representado por letras ou números e permite identificar o ano do veículo.
  • O 11º dígito mostra qual a fábrica e local o fabricante montou o veículo (exemplo: Renault – São José dos Pinhais; General Motors – Indaiatuba etc).
  • Do 12º em diante está a numeração de série do carro, que é padronizada por cada montadora.

Curiosidade: não são usadas as letras O, Q e I, para evitar que sejam confundidas com os números 0 e 1. Além dessas informações, nas normas citadas aqui, é possível identificar tabelas definidas para área geográfica por continente, país, fabricante e ano.

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