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RCGI testa gás natural veicular em carro híbrido

Um grupo de pesquisadores do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI) está testando gás natural veicular (GNV) em um veículo híbrido movido a gasolina – os híbridos, além do motor a combustão, também possuem motor elétrico.

Foram instalados dois tanques de gás, cada um com 7,5 m³, em um Toyota Prius. Um carro convencional faz 10 ou 11 km por litro de gasolina.

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Nos testes preliminares, o híbrido modificado pelos engenheiros fez 22 km por litro de gasolina. Já com o GNV, em circuito urbano, o veículo rodou cerca de 28 km com 1 m³ de gás natural.

“O Prius já tem um consumo muito baixo de gasolina, mas o consumo de GNV foi ainda menor”, comemorou o professor Julio Meneghini, diretor científico do RCGI e um dos integrantes do projeto. A economia para o motorista é grande.

O preço médio da gasolina na cidade de São Paulo atualmente é de R﹩ 4,15 por litro, segundo dados da ANP para o período entre 10 e 16 de novembro de 2019. O preço do GNV, para o mesmo período, é R﹩ 2,86 por m³.

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Ou seja: se o carro modificado pelos engenheiros for abastecido com gasolina, é possível fazer 22 quilômetros com R﹩ 4,15. Se ele for abastecido com GNV, o motorista pode chegar a 40 quilômetros rodados com os mesmos R﹩ 4,15 – quase o dobro da distância.

“Mas isso é na cidade, ambiente em que ele é mais eficiente. Na estrada ainda não testamos, mas sabemos que se exige muito do motor a combustão nesta condição, e o carro híbrido acaba tendo um rendimento mais parecido com o convencional”, ressalva o engenheiro Renato Romio, chefe do laboratório de motores de veículos do Instituto Mauá de Tecnologia e um dos responsáveis pelo projeto no RCGI.

“Um híbrido já tem uma eficiência geral melhor que o convencional”, complementa o engenheiro. Ele explica que a cada vez que se freia um carro convencional em uma descida, por exemplo, essa energia é desperdiçada. No híbrido, é possível recuperar a energia para ser usada em outro momento.

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Romio afirma que, com o uso do GNV, na comparação com a gasolina, ganha-se duplamente.

“Primeiro, por conta da eficiência do híbrido; e segundo, porque emite-se menos CO2 com o uso do GNV. Isso porque o metano, ao ser queimado, emite 15% menos CO2 do que a gasolina.” O metano é o principal componente do gás natural.

Já Meneghini chama a atenção para a autonomia do veículo modificad”, em circuito urbano. “Abastecendo os dois tanques de gás do veículo, mais o tanque de gasolina, que comporta cerca de 40 litros, é possível ter uma autonomia de mais de 1.100 km na cidade”, afirmou ele.

Os próximos testes envolverão ensaios mais robustos da medição do consumo de combustível, além da medição das emissões de CO2 e outros gases-estufa, e de poluentes. Os integrantes do projeto testarão ainda o uso do biometano nos tanques de gás, e de etanol no lugar da gasolina.

“O etanol emite 6% a menos de gases de efeito estufa do que a gasolina, para a mesma potência gerada. Recentemente, a Toyota lançou um Corolla híbrido flex. Arrisco dizer que este modelo, se abastecido com etanol, é o mais próximo que temos do ‘carro mais limpo do mundo’ atualmente, em termos de emissões de gases-estufa, considerando o ciclo de vida”, diz ele.

A equipe do projeto conta ainda com a participação dos professores Guenther C. Krieger Filho e Celma de Oliveira Ribeiro, ambos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP); Suani Coelho, do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP); e, indiretamente, pesquisadores da equipe do Centro de Pesquisa em Engenharia Prof. Urbano Ernesto Stumpf, com sede no Instituto Mauá de Tecnologia, associado à da Poli/USP e ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

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