O final de uma história de mais de 160 anos foi anunciado para 2021, a Holden, marca que representa a General Motors na Austrália anunciou o fim das operações no país.
A General Motors decidiu retirar-se internacionalmente e deixar de oferecer seus veículos com volante do lado direito através da marca Holden.
A informação foi anunciada no dia de hoje na Austrália aos revendedores. Cerca de 800 empregos serão perdidos, incluindo os trabalhadores do estúdio de design e do campo de testes.
A General Motors (NYSE: GM) está tomando medidas decisivas para transformar suas operações internacionais, alavancando a estratégia abrangente que estabeleceu em 2015 para fortalecer sua principal atividade, gerar eficiências de custo significativas e tomar medidas nos mercados em que não pode proporcionar um retorno adequado a seus acionistas.
A GM anunciou hoje que vai interromper as operações de vendas, projetos e engenharia na Austrália e Nova Zelândia e extinguir a marca Holden até 2021. A empresa irá focar suas estratégias de mercado nos negócios de veículos especiais da GM. A empresa também anunciou que assinou uma carta de intenções vinculante com a Great Wall Motors, que irá comprar a fábrica de veículos Rayong da GM na Tailândia. E que irá retirar a Chevrolet do mercado doméstico na Tailândia até o final de 2020.
“Sempre disse que iríamos fazer a coisa certa, mesmo quando é difícil, e esse é um desses momentos”, disse a presidente do conselho e presidente-executiva da GM, Mary Barra. “Estamos reestruturando nossas operações internacionais, nos focando em mercados onde temos as estratégias certas para gerar retornos robustos e na priorização de investimentos globais que irão impulsionar o crescimento no futuro da mobilidade, especialmente nas áreas de veículos elétricos (VEs) e veículos automáticos (VAs).
“Embora essas ações apoiem nossa estratégia global, entendemos que elas impactam as pessoas que muito contribuíram com nossa empresa. Iremos dar suporte a nosso pessoal, nossos clientes e nossos parceiros, para assegurar uma transição ordeira e respeitosa nos mercados impactados”.
O presidente da GM, Mark Reuss, disse que a empresa explorou um leque de opções para manter as operações da Holden, mas nenhuma delas poderia superar as dificuldades de investimentos necessários para o altamente fragmentado mercado de veículos com volante do lado direito, os problemas econômicos para dar suporte ao crescimento da marca e a geração de retornos do investimento apropriados.
“Nos níveis mais altos de nossa empresa, temos o mais profundo respeito pela tradição da Holden e por sua contribuição a nossa empresa e à Austrália e à Nova Zelândia”, disse Reuss.
“Após considerar muitas opções possíveis, bem como nossos desejos pessoais de acomodar as pessoas e o mercado, chegamos à conclusão de que não poderíamos dar prioridade a mais investimentos sobre todas as outras considerações que temos em um setor global em rápidas mudanças”.
“Acreditamos que temos a oportunidade de desenvolver de forma rentável os negócios de veículos especiais e planejamos trabalhar com nossos parceiros para fazer isso”, concluiu.
A GM também fez uma análise detalhada de casos de negócios para a futura produção na fábrica do Rayong na Tailândia. A baixa utilização da fábrica e os volumes previstos tornaram a produção contínua da GM nessa unidade insustentável. Sem fabricação doméstica, a Chevrolet é incapaz de competir no mercado de veículos novos na Tailândia.
O vice-presidente sênior da GM e presidente da GM International, Steve Kiefer, disse que essas decisões se seguiram ao anúncio, em janeiro, de que a GM iria vender a fábrica do Talegaon na Índia, aos planos de reestruturação significativa implementada na Coreia e de investimentos e de contínua otimização das operações na América do Sul.
“Foram decisões difíceis, mas foram necessárias para apoiar nosso objetivo de manter a região da GM International no caminho do crescimento e da rentabilidade”, disse Kiefer.
“A GM está bem posicionada nos mercados essenciais da GM International: América do Sul, Oriente Médio e Coreia”.
O vice-presidente sênior de operações da GM International, Julian Blissett, disse que da mesma forma que a GM está implementando planos nos mercados internacionais essenciais, a empresa continua a otimizar parcerias em mercados como o do Uzbequistão, ao transferir ativos e desenvolver fortes cadeias de suprimento para reduzir custos nos mercados em crescimento.
“Nos mercados em que não temos uma escala significativa, tais como os do Japão, Rússia e Europa, estamos estabelecendo presença em um nicho, ao vender veículos importados de ponta lucrativos, com suporte de uma estrutura enxuta da GM”, disse Blissett.
“Continuaremos a implementar essas estratégias fundamentais de negócios, ao mesmo tempo que realizamos uma transição digna e respeitosa nos mercados impactados”.
Na Austrália, Nova Zelândia, Tailândia e mercados de exportação relacionados, os clientes podem ter certeza de que a GM irá honrar todas as garantias e continuará a fornecer serviços e peças sobressalentes. As operações locais também irão continuar para cuidar de todos os recalls (recolhas de produtos) e de quaisquer problemas relacionados à segurança, trabalhando com os órgãos governamentais apropriados.
Em consequência dessas ações na Austrália, Nova Zelândia e Tailândia, a empresa espera incorrer em encargos monetários líquidos de aproximadamente $ 300 milhões. A empresa espera registrar encargos monetários e não monetários totais de $ 1,1 bilhão. Esses encargos irão incorrer principalmente no primeiro trimestre e continuarão até o quarto trimestre de 2020. Esses encargos serão considerados especiais para propósitos do EBIT ajustado, lucro por ação (EPS) diluído-ajustado e fluxo de caixa livre automotivo ajustado.