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Projetos de Lei vão ampliar a possibilidade de comercialização de carros elétricos no Brasil e postos de combustível precisarão adaptar-se

Na Europa, apesar da queda brusca na venda de carros devido à pandemia, uma categoria cresceu muito rápido: a dos veículos elétricos, já que o preço de venda está cada vez mais próximo dos valores de carros com motores a gasolina ou a diesel.

E esse mercado está trazendo cada vez mais novidades. Um exemplo é o Volkswagen ID.3 elétrico, que já está custando o preço de um Golf e um Tesla Model 3, custa o mesmo que uma BMW3.

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Já um Renault Zoe, um compacto elétrico, já tem parcela equivalente a um bom jantar para duas pessoas em Paris.

No Brasil, a previsão da chegada das vacinas contra a covid-19, já faz os especialistas preverem a carência de energia elétrica para daqui a dois ou três anos, quando os veículos elétricos e híbridos deverão ter preços iguais aos movidos a gasolina e diesel, não apenas os de luxo, mas os carros populares também.

Para esse cenário, uma importante contribuição está sendo desenvolvida em termos de legislação.

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Um acordo entre o presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, pelo senador Marcos Rogério, e a presidente da Comissão Especial do projeto de Portabilidade da Conta de Luz, Jaqueline Cassol, fez com que os projetos de lei PLS 232/16 e PL 1917/15, que tratam da modernização do marco regulatório do setor elétrico, possam já estar tramitando juntos no Congresso Nacional, o que evitará atrasos maiores.

Segundo Ivo Pugnaloni, presidente da ENERCONS, empresa que elabora estudos e projetos de pequenas hidrelétricas e efetua migração de indústrias para o mercado libre, por meio de sua plataforma de leilões reversos de compra de energia, esse acordo acelerou ainda mais a tramitação de ambos os projetos.

“Ficou mais próxima a liberação dos consumidores residenciais das amarras do mercado cativo, um importante passo para a expansão do uso dos veículos elétricos no Brasil”, comenta.

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“A nova lei vai liberar os consumidores residenciais de médio porte para que também eles possam, como os industriais já podem hoje, migrar para o mercado livre. Isso vai aumentar a demanda de energia elétrica nesse mercado específico, viabilizando a construção de pequenas usinas nos rios de menor porte, que exigem investimentos menores. Isso vai favorecer a associação dos investidores para atuarem como sócios em torno de um mesmo projeto de geração, em cotas”, diz.

Para o consultor, que já foi diretor da COPEL, os automóveis elétricos e híbridos já são uma tendência irreversível no Japão, EUA e na Europa, onde vários países já instituíram restrições para a venda de veículos movidos a gasolina a partir de 2023.

“Essa mudança de paradigma vai exigir dos postos de combustível, a oferta de energia renovável para os motoristas durante o dia todo, inclusive à noite.

“Não teria nenhum sentido aqui no Brasil os automóveis usarem energia elétrica produzida por termoelétricas movidas a carvão, gás natural e derivados do petróleo, pois em cada município existem dezenas ou centenas de locais apropriados para gerar energia hidrelétrica com baixíssimo impacto”, lembra Pugnaloni, que ressalta a importância dessa nova era do carro elétrico para o desenvolvimento local e regional.

“É fácil entender que enquanto o petróleo e as placas solares vêm do exterior, pequenas hidrelétricas são obras que empresas de engenharia locais, de menor porte, podem construir com maestria aqui no Brasil, usando mão de obra local e equipamentos fabricados aqui mesmo, na região Sul”, disse o empresário.

Segundo ele, além disso, em breve, o motorista poderá “almoçar, jantar, calibrar pneus enquanto carrega a bateria do carro, pois já existem no mercado norte-americano e europeu carregadores que precisam de apenas 20 minutos para carregar 80% da sua carga total, capaz de uma autonomia de 400 km”, comenta.

Pugnaloni valoriza a necessidade de planejamento nessa mudança.

“Essa carga rápida vai exigir que muitos carregadores operem ao mesmo tempo e, portanto, irá demandar maior capacidade de todas as instalações elétricas dos postos de gasolina, cabos mais grossos, disjuntores maiores, algo para os quais os donos dos postos precisam estar preparados”, conclui lembrando que o mesmo problema deve acontecer para os estacionamentos urbanos prédios comerciais e residenciais, que precisarão prever instalações suficientes para suportar a carga rápida.

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