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Simpósio da AEA mostra vários caminhos para a mobilidade sustentável no Brasil

Participantes avaliam que o país será protagonista em eficiência ambiental e do veículo no ciclo do poço à roda

Os participantes do Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustíveis, promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva na quinta-feira, dia 23 de junho, foram unânimes na análise de que são vários os caminhos rumo à mobilidade sustentável no Brasil.

O país, rico na produção de combustível de baixo carbono, tem tudo para ser protagonista em eficiência energética no ciclo do poço à roda.

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Realizado das 9h às 12h ainda em ambiente online, o evento – que teve por tema “Como equilibrar o tripé da sustentabilidade e avançar na legislação automotiva” – foi aberto por Marcus Vinicius Aguiar, vice-presidente da AEA, que fez considerações sobre a importância do debate e da relevância dos seus participantes.

A primeira palestra, que abordou o “Conceito geral da eficiência energética ambiental”, foi conduzida por Margarete Gandini (Ministério da Economia e conselheira da AEA) e por Marlon Arraes (Ministério das Minas e Energia).

Especialista no setor automotivo, Margarete fez um resumo dos avanços obtidos a partir do Inovar-Auto e do Rota 2030, adiantou medidas que estão para ser implementadas no país e informou, ainda, que o Brasil utilizará o sistema do poço à roda em novo ciclo de medição de emissão dos veículos aqui fabricados a ser implementado de 2023 a 2027.

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Segundo revelou, serão medidas as emissões de CO2 desde a obtenção do combustível em sua forma bruta, refino e transporte, até a combustão nos motores. “O Brasil será o primeiro país a utilizar tal sistema”.

Dentre as ações atualmente em análise, Margarete citou o aumento do porcentual do etanol na gasolina, o aumento da participação do etanol hidratado na distribuição dos combustíveis e um programa de conscientização do brasileiro sobre a melhor forma de abastecer seu veículo do ponto de vista do meio ambiente.

Sobre os corredores logísticos sustentáveis, conhecidos como corredores verdes, que vão garantir inicialmente o abastecimento com biometano e numa segunda fase a eletromobilidade, Margarete garantiu que já no segundo semestre haverá novidades nesse campo. Os primeiros serão implantados nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

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Quanto ao Renovar, que a princípio abrange renovação da frota de veículos comerciais pesados, ela informou que o decreto que criará o programa está em análise no Executivo e deverá ser publicado em julho. “A partir do decreto, sua implementação só dependerá da aprovação da MP (medida provisória) que está no Congresso Nacional”.

Marlon Arraes, do Ministério das Minas e Energia, aproveitou o Simpósio da AEA para mostrar as ações do governo na área energética, dentre as quais o RenovaBio e o Rota 2030, reunidas agora no programa Combustível do Futuro. Ele lembrou que a avaliação de eficiência veicular considera apenas do “tanque à roda”, desprezando as emissões de CO2 na geração de energia.

Nesse contexto, enfatizou a importância dos biocombustíveis: “É preciso a adoção de tecnologias automotivas que aproveitem essa vocação do país para a produção sustentável da bioenergia. Não podemos correr o risco de perder essa importante vantagem competitiva e, por isso, a importância de as montadoras receberem sinais claros do rumo que o Brasil tomará com relação mobilidade”.

Intensidade do carbono – Proferida por Joaquim Seabra, da Unicamp, a segunda palestra abordou o tema “Intensidade de carbono”. Assim como os demais participantes do simpósio da AEA, também ele insistiu que para uma análise melhor do desempenho total do transporte é preciso olhar desde a produção do combustível até a sua distribuição e seu uso.

Segundo Seabra, a emissão de CO2 com o uso dos combustíveis fósseis é quase o dobro da que verificada com os biocombustíveis. Ele apresentou a ferramenta RenovaCalc, que pode ser encontrada no site da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e serve para calcular a intensidade do carbono no biocombustível – incluindo etanol de cana, etanol de milho e bioquerosene de aviação, dentre outros – considerando todo o ciclo do poço à roda.

A ferramenta contempla dados da produção agrícola e também industrial, levando em conta fertilizantes utilizados, se sintéticos ou orgânicos, tipo de combustíveis e eletricidade, além de área queimada e corretivos, dentre outros itens. “Quando o assunto é sustentabilidade, temos de considerar as questões ambientais e as socioeconômicas”, comentou Seabra, lembrando da importância da geração de emprego no ciclo total do processo.

A última palestra do Seminário de Eficiência Energética, Emissões e Combustíveis ficou a cargo de Damian Moretti, membro da AEA e gerente geral de engenharia da Renault. Na sua avaliação, o país tem de considerar o aumento da participação do etanol, chegando a 50% no mix de oferta interna de combustível.

Nesse cenário, Moretti, assim como os demais palestrantes, também destacou que o combustível de baixo carbono (etanol, HVO – Hydrotreated Vegetable Oil, na sigla em inglês – e H2) é uma força no Brasil, apresentando simulações demonstrando o grande potencial de descarbonização que os biocombustíveis representam para a mobilidade brasileira.

“São três pontos principais: eletrificação, biocombustível e renovação de frota. Esse último item, inclusive, é fundamental para neutralizar o carbono no Brasil futuramente”.

Os dois blocos de palestras foram seguidos por debates que tiveram a intermediação de Ricardo Abreu, da AEA, que resumiu a posição consensual no simpósio de que a pluralidade marcará o futuro da mobilidade brasileira. “Vamos por vários caminhos”, enfatizou, lembrando que o tripé da sustentabilidade tem de contemplar o ambiental, o social e o econômico, conforme posição manifestada por todos os participantes do simpósio.

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