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Veículos elétricos devem representar 77% das vendas até 2040

Impulsionado por uma cada vez maior variedade de modelos, incentivos governamentais e expansão de infraestrutura, o mercado de veículos elétricos tem registrado um constante crescimento ao redor do mundo.

A análise da consultoria é que esse mercado deve crescer exponencialmente entre 2030 e 2035, quando dobrará o volume comercializado

Impulsionado por uma cada vez maior variedade de modelos, incentivos governamentais e expansão de infraestrutura, o mercado de veículos elétricos tem registrado um constante crescimento ao redor do mundo. Hoje, já representa 13% das vendas globais de veículos leves.

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Um levantamento da consultoria Bain & Company, no entanto, mostra que o ritmo de crescimento desse segmento será muito mais acelerado do que foi até aqui. Até 2025, o volume comercializado subirá apenas um ponto percentual. Mas, depois disso, o aumento será exponencial. Em 2030, representará 35% das vendas, número que saltará para 61% em 2035 e 77% em 2040. Esse é o cenário mais provável, segundo a Bain, mas o crescimento pode ser ainda maior, dependendo do avanço das regulações, da tecnologia das baterias e da estratégia de produção das montadoras.

Fonte: Divulgação

O estudo da Bain antecipa alguns pontos de inflexão que passarão a ocorrer entre 2024 e 2025, como maior aceitação pelos consumidores, ampliação da oferta de modelos, a redução global do preço da bateria – para mais setores e não apenas na Europa – e o desenvolvimento da infraestrutura de carregamento rápido, com manuseio amigável e melhor estrutura de custos. Entre 2025 e 2030, a Bain projeta ainda o atingimento da paridade de preços entre veículos elétricos e os à combustão na maior parte dos mercados e dos segmentos.

Ritmo de adoção é menor na América Latina – De acordo com a análise da Bain, a projeção para a América Latina é muito menos otimista. No Brasil, embora represente um crescimento de 197%, foram apenas 8.458 veículos elétricos comercializados em 2022, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

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Fonte: Divulgação

De acordo com a Bain, esse cenário ocorre pela oferta limitada de incentivos ou subsídios e pelas próprias características desses países, com matrizes energéticas “verdes”, o que diminui a pressão pela descarbonização no transporte. No caso do Brasil, sua dimensão continental impacta sua adoção, tanto pelas longas distâncias quanto pela limitação da infraestrutura de carregamento. A precificação é, segundo a consultoria, outro desafio a ser superado, uma vez que os veículos elétricos possuem um valor mais elevado de aquisição, especialmente os modelos mais populares, quando comparados aos veículos à combustão.

“A nossa visão é que, no Brasil, os veículos híbridos terão um protagonismo no mercado e um papel fundamental para a transição entre as tecnologias. Avaliamos que o país tem a oportunidade de se estabelecer como um centro de desenvolvimento de tecnologias híbrida ou de combustão de baixo carbono, sendo um fornecedor para regiões onde os veículos elétricos não terão uma curva de adoção muito rápida”, explica Carlos Libera, sócio da Bain & Company.

Quatro desafios para o Brasil

  • Acelerar os incentivos para veículos elétricos, de forma a alcançar a escala mínima nos mercados – com maior coordenação entre países.
  • Alcançar competitividade fiscal, trabalhista e logística diante da forte concorrência com o México.
  • Desenvolver a cadeia de abastecimento para o futuro – incluindo conectividade e tecnologia de digitalização, motores para VEs, etc.
  • Adaptar-se às rápidas mudanças ao longo de toda a cadeia, como tecnologias na produção, digitalização, vendas multicanais e novas formas de mobilidade.

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