Criado na década de 70 com o intuito de poupar combustível e reduzir as emissões de carbono, o sistema start-stop funciona “ligando e desligando” o motor do carro em determinadas situações que o veículo necessita permanecer parado por um curto período, como em um semáforo.
A função vem equipando alguns modelos brasileiros há pelo menos 10 anos, no entanto, ainda gera dúvidas e incertezas por parte do condutor, principalmente sobre a manutenção e a lubrificação necessária no momento de acionamento do motor.
Primeiramente, é necessário entender o funcionamento básico da lubrificação de um motor. Quando um carro é ligado, o sistema de lubrificação começa a funcionar, circulando o óleo, saindo do carter, bombeado pela bomba de óleo, lubrificando as partes móveis como pistões, virabrequim e válvulas, retornando ao filtro e continuando o ciclo, fazendo com o que o motor funcione de maneira suave.
“O óleo lubrificante é distribuído em várias partes do motor, principalmente em áreas críticas, como os pistões, bielas, virabrequim, além do cabeçote do motor, válvulas e o comando de válvulas, reduzindo assim o desgaste e atrito dessas peças”, diz Denilson Barbosa, especialista em lubrificantes YPF Brasil.
Além da economia de combustível e redução da emissão de carbono, o sistema start-stop foi projetado para minimizar os impactos da lubrificação no motor. A função é adaptada para o óleo continuar circulando adequadamente mesmo quando o motor é desligado, beneficiando a lubrificação.
O sistema é projetado para minimizar a perda de pressão do óleo quando o motor é desligado, fazendo com que o óleo continue em algumas áreas críticas e, dessa forma, quando acionado novamente, sua iniciação tenha mais suavidade e proteção para as peças, diminuindo o desgaste e atrito entre elas, isso ajuda a manter um mínimo de lubrificante nas partes móveis garantindo a proteção do motor.
Situações adversas para o sistema Start-Stop – Como “nem tudo são flores”, o funcionamento start-stop traz consigo algumas situações diferentes de um veículo cuja ignição é comum, como a paralisação do funcionamento do compressor do ar-condicionado durante o acionamento do sistema liga-desliga; além do veículo necessitar de uma bateria mais cara do que as convencionais, sendo necessária uma peça que possua maior corrente para fornecer carga para todo o sistema.
Numa eventual situação de superaquecimento do motor, assim como em um sistema usual, o calor altera as propriedades do óleo lubrificante, fazendo que o sistema tenha um déficit de lubrificação e consequentemente ocasionando problemas.
Já numa situação de mistura de água e óleo, uma vez que são líquidos que não se misturam, uma redução da eficiência na lubrificação pode ser vista, fazendo com que a viscosidade do óleo lubrificante seja diminuída, reduzindo assim o desempenho de lubrificação, além disso provocar uma corrosão maior no motor.
“Essa mistura pode acontecer principalmente por vazamento do sistema de arrefecimento, problemas na junta do cabeçote ou no bloco do motor, e também por meio de condensação no motor, em todos os casos é importante corrigir o problema o quanto antes para evitar danos maiores”, finaliza.