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Hidrogênio verde: como a tecnologia pode impulsionar essa modalidade no país?

Por Juliana Najara

À medida que os impactos da crise climática se acentuam, o investimento em energia renovável ganha ainda mais relevância e, consequentemente, abre excelentes oportunidades para o setor. Esse é o caso do hidrogênio verde, que vem se tornando uma alternativa promissora e inovadora. No entanto, diante de tamanha força que essa tendência possui no segmento energético, cabe às geradoras a missão de traçar estratégias a fim de explorar todo o potencial deste recurso.

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O hidrogênio verde é um combustível produzido a partir da eletrólise da água utilizando energias renováveis, como solar ou eólica. Sua produção é considerada limpa, pois não gera emissões de carbono, ao contrário do hidrogênio convencional, que utiliza combustíveis fósseis. Tal característica vem despertando cada vez mais o interesse mundial, visto que seu desenvolvimento vem ao encontro da meta estabelecida pela ONU que prevê, até 2050, a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera.

Certamente, essa é uma abordagem inovadora e sustentável com a qual diversos países podem se beneficiar, em especial o Brasil. Afinal, em se tratando de energia renovável, de acordo com o Ranking do Pew Environment Group, nosso país está entre as 10 maiores potências mundiais em energia limpa, o que nos posiciona como um possível player global na produção deste combustível. Não à toa, a expectativa, segundo um estudo da BloombergNEF (BNEF), é que, até 2030, o território brasileiro produza o hidrogênio verde mais barato do mundo, no valor de US$1,45 por quilo.

Contudo, tal cenário, para se concretizar, dependerá, exclusivamente, de grandes investimentos a serem feitos pelo setor. Afinal, vale destacar que o hidrogênio não é algo encontrado na natureza, o que traz desafios que vão desde a sua produção, extração, até o transporte. Ou seja, por ser um gás que, por si, só apresenta instabilidades e é produzido externamente, tornam-se elevados os custos de produção, bem como demanda o alto investimento em infraestrutura para viabilizar seu uso em larga escala.

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No entanto, é importante enfatizar que, ao mesmo tempo que a produção desse recurso traz uma série de desafios, também gera, proporcionalmente, oportunidades para o mercado brasileiro, como uma possível criação de parques especializados geração desse recurso por todo país, o que impulsionará desde aspectos econômicos até a geração de empregos. Além disso, não podemos deixar de lado que o cenário favorável do Brasil na geração de energia renovável também vem atraindo o interesse da Europa para investimentos, a fim de expandirem fontes de matriz energética, visto que os países europeus têm, atualmente, a Rússia como principal fornecedor de gás natural.

Sem dúvidas, não há como negar todos os aspectos favoráveis que irão permitir a entrada do Brasil neste mercado. No entanto, para isso, investir em inovação e tecnologia é crucial para reduzir desde os custos de produção até a melhoria da eficiência em todo o processo de logística que envolve a geração do hidrogênio verde no país.

Afinal, esta é uma vertente que, diferentemente de outras verticais, irá demandar, desde o início da sua abordagem, um investimento alto das geradoras para viabilizar sua execução. Na prática, isso reforça a necessidade e importância de uma rigorosa gestão de todo o processo, a fim de ter um registro com máxima precisão que irá apoiar em tomadas de decisões desde a adaptação de maquinários, escolhas de pontos estratégicos para fixar uma matriz energética, acompanhamento de transportes etc.

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Para as empresas que pretendem entrar nesse mercado, o primeiro passo a ser dado, sem dúvidas, é o investimento no sistema de gestão que irá centralizar todas essas informações e ajudar a garantir maior assertividade e gestão de cada etapa a ser seguida. Ademais, contar com o apoio de uma consultoria especializada nesse segmento também se configura como uma estratégia eficaz para direcionar o foco e os esforços na opção correta.

Embora não seja uma grande novidade no mercado, do ponto de vista estrutural e econômico, o Brasil ainda não está preparado para produzir e exportar o hidrogênio verde, tendo em vista seu alto custo e especificidades. Entretanto, não há como ignorar que, sim, este é um mercado em potencial crescimento que o nosso país precisa estar atento, considerando sua posição de favoritismo na geração de energia renovável.

Obviamente, para que seja uma realidade no nosso país, é fundamental que, além da cooperação internacional, sejam estabelecidos investimentos governamentais internos que ajudem a fomentar esse mercado no eixo energético brasileiro. Contudo, este é o momento de preparação ao qual o setor deve buscar estar preparado, para obter um melhor desempenho frente ao futuro. Afinal, uma coisa é fato: certamente, o hidrogênio verde irá abrir portas, mas caberá ao setor de energia buscar mantê-las abertas.

Juliana Najara é gerente de arquitetura e projetos DEV da G2.

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