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Ônibus elétrico pega fogo em São Paulo, mas baterias resistem e comprovam segurança

Especialistas da ABVE destacam que o incidente reforça a robustez das baterias LFP, evitando fuga térmica e riscos ambientais maiores.

O incêndio ocorrido em um ônibus elétrico no Centro de São Paulo atestou a segurança e resistência das baterias do veículo, mesmo após forte impacto, afirmam especialistas da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, o acidente envolvendo um ônibus elétrico da empresa Ambiental, no Centro de São Paulo, reforçou a segurança do conjunto de baterias do veículo. Segundo Marcelo Valle, consultor de segurança da ABVE, “mesmo após um choque violento, as baterias não entraram em fuga térmica, provando sua robustez”.

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O incêndio, que ocorreu na carenagem de plástico e no sistema elétrico do veículo, foi rapidamente controlado pelo Corpo de Bombeiros com o uso de água. Carlos Roma, diretor técnico da ABVE, explicou que as baterias no teto do ônibus sofreram um forte impacto, mas resistiram. “A química LFP (lítio-ferro-fosfato) e os sistemas de combate automático a incêndio dentro das caixas protegeram as células”, completou Roma.

Clemente Gauer, diretor do Grupo de Trabalho de Segurança da ABVE, ressaltou que um acidente similar com um ônibus a diesel poderia ter consequências muito mais graves. “Além do risco de explosão, o vazamento de combustível criaria um ‘rio de fogo’ que se propagaria rapidamente e contaminaria o solo e a água com resíduos tóxicos do diesel”, afirmou Gauer. “Veículos elétricos eliminam esses riscos, oferecendo uma operação mais segura e sustentável em ambientes urbanos.”

O acidente ocorreu no dia 12 de dezembro, por volta das 16h50, na Praça João Mendes, no centro histórico da capital paulista. O ônibus de 15 metros tombou após o motorista sofrer um mal súbito, colidindo violentamente com um poste. Apesar do impacto direto nos pacotes de baterias localizados no teto, os invólucros protegeram as células, impedindo o vazamento e a combustão interna.

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Imagens divulgadas pelo jornalista Ádamo Bazani mostram que o fogo atingiu a carenagem plástica e parte dos cabos elétricos, mas o sistema interno de arrefecimento das baterias foi eficiente em evitar a fuga térmica. O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente ao local e controlou as chamas em cerca de 30 minutos, monitorando a temperatura das baterias durante e após o incêndio, sem alterações significativas.

De acordo com Marcelo Valle, os bombeiros estão cada vez mais preparados para lidar com incêndios envolvendo veículos elétricos. “Protocolos específicos estão sendo desenvolvidos pela CB024, uma comissão da ABNT que envolve bombeiros e especialistas do setor”, explicou Valle. Ele acrescentou que testes e simulações têm sido realizados em parceria com fabricantes e instituições internacionais.

Em agosto, por exemplo, a ABVE organizou uma simulação de combate a incêndios de baterias elétricas com a participação de 50 bombeiros. Em novembro, um teste semelhante foi realizado no Grande ABC, enquanto no mesmo mês, 250 bombeiros participaram de simulações em Santa Catarina.

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A experiência internacional também contribuiu para o desenvolvimento de protocolos no Brasil. Eventos de intercâmbio com bombeiros de países como Noruega, China e Estados Unidos têm ajudado as equipes brasileiras a se familiarizarem com os procedimentos seguros e eficientes de combate a incêndios em veículos elétricos.

Esses avanços, segundo Valle, permitem que os bombeiros combatam incêndios envolvendo baterias de forma tão controlada quanto em veículos a combustão. “Com o conhecimento técnico adquirido, temos hoje uma abordagem mais segura e eficiente, o que traz mais confiança para os profissionais e para o público”, concluiu o consultor.

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