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Montadoras brasileiras estudam antidumping contra fabricantes chinesas

Anfavea avalia ações contra práticas comerciais de montadoras chinesas, enquanto GWM e BYD iniciam produção no Brasil.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está conduzindo estudos para avaliar a possibilidade de abrir um processo antidumping contra montadoras chinesas, como GWM e BYD, que começam a operar no Brasil. A ação visa conter a prática de venda abaixo do custo para eliminar concorrentes e proteger o mercado automotivo nacional.

Em meio ao crescimento das montadoras chinesas no Brasil, com a GWM programando o início de sua produção em Iracemápolis (SP) em maio e a BYD em Camaçari (BA) ainda no primeiro semestre de 2025, a Anfavea se preocupa com o impacto dessas empresas no setor. Segundo a associação, a China aumentou significativamente sua participação nas importações brasileiras de veículos, subindo de 10% em 2023 para 26% em 2024, o que elevou a balança comercial do setor para números negativos, algo que não acontecia desde 2021.

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O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que, embora defenda a livre concorrência, a prática de dumping não pode ser tolerada, pois prejudica a indústria local e os investimentos de montadoras já instaladas no Brasil, que planejam investir até R$ 150 bilhões até 2030.

A Anfavea também reivindica um aumento do Imposto de Importação para 35%, como uma forma de estimular os investimentos das montadoras nacionais e proteger o mercado interno, diante do avanço das chinesas. Este movimento, que visa equilibrar a competitividade do mercado, ocorre justamente quando a GWM e a BYD iniciam suas produções no país, o que pode alterar drasticamente a dinâmica do mercado.

Entre as preocupações da Anfavea está a presença crescente de novas marcas chinesas no Brasil, como Neta, GAC e Omoda/Jaecoo, que já planejam começar a produzir no país entre 2026 e 2030. Essa expansão está em consonância com os interesses da China em aumentar sua fatia no mercado brasileiro, o que, segundo a Anfavea, pode afetar negativamente o desempenho das montadoras tradicionais no Brasil.

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O assessoramento legal e comercial é fundamental para garantir que as práticas comerciais não comprometam o ambiente competitivo do setor automobilístico nacional. A análise da Anfavea sobre as práticas de dumping ainda está em andamento, mas já gerou um debate significativo sobre a política de importação e as estratégias comerciais adotadas pelas montadoras chinesas.

A reportagem entrou em contato com a GWM e a BYD, mas ambas as empresas ainda não se posicionaram oficialmente sobre o tema. A Anfavea, por sua vez, segue monitorando de perto o mercado, com foco na proteção das montadoras brasileiras e no fortalecimento da indústria nacional frente aos desafios do cenário global.

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