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Indústria de veículos de carga prevê crescimento em 2025 com foco em energia sustentável

Produção de caminhões deve superar 2024, com destaque para os extrapesados e novas fontes de energia, como biogás e eletricidade.

O setor de veículos de carga seguirá aquecido em 2025, impulsionado pelo agronegócio, pela adoção de novas fontes de energia e pelo crescimento das locadoras de caminhões, segundo especialistas do setor.

A indústria de caminhões e ônibus no Brasil continua em alta, projetando uma produção superior à de 2024, ano em que o setor registrou um crescimento expressivo de 40,5% em relação ao período anterior. O segmento de extrapesados seguirá como protagonista, refletindo o avanço do agronegócio no país, enquanto a transição energética ganha força com o uso crescente de biogás, biometano e eletrificação.

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De acordo com Elmar Gans, sócio-diretor da Mirow & Co., a adoção de novas tecnologias de propulsão será a grande transformação do setor nos próximos anos. “A disrupção virá das escolhas das montadoras entre biocombustíveis, eletricidade e hidrogênio para os extrapesados”, afirma o consultor, que destaca o crescimento da locação como modelo predominante para veículos elétricos.

O agronegócio continuará sendo um pilar fundamental para o mercado de extrapesados, que já representa 40% do total de caminhões vendidos no Brasil – percentual que pode chegar a 60% da produção em 2025. Um exemplo desse crescimento é a DAF, montadora holandesa que entrou no Brasil em 2014 e hoje detém 10% de participação no segmento de pesados e extrapesados.

Outro movimento importante no setor é a expansão das locadoras de caminhões, como Vamos e Movida, que se consolidaram como principais clientes das fabricantes. Diante dessa tendência, montadoras como Mercedes-Benz, Volkswagen e Scania estão investindo em suas próprias locadoras para disputar esse mercado em ascensão.

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Mesmo com o impacto da norma Euro 6, que elevou os custos de produção devido às novas exigências de emissões de poluentes, o setor prevê um ano positivo. A projeção para 2025 é de uma produção entre 120 mil e 125 mil caminhões e de 22.500 a 25 mil ônibus, com o programa Caminho da Escola impulsionando a demanda por veículos do transporte coletivo.

Além do agronegócio, outros setores devem contribuir para o bom desempenho da indústria de caminhões. A construção civil e o varejo aparecem como fatores positivos para a demanda, embora a alta dos juros possa trazer desafios no segundo semestre.

Brasil no cenário global

Atualmente, o Brasil representa apenas 2% do mercado mundial de veículos de carga, mas se destaca pela alta rentabilidade das operações. Marcas como Daimler Truck (Mercedes-Benz) e Traton (Volkswagen, Scania, MAN) vêm adotando estratégias para lidar com a volatilidade do mercado, reduzindo custos fixos para aumentar a resiliência em tempos de crise.

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Embora o setor já esteja avançando na transição energética, a digitalização ainda não trouxe impactos expressivos para a indústria de veículos pesados. Segundo Gans, ainda há um grande potencial de inovação, especialmente na otimização dos processos internos e na modernização da experiência de compra, que segue predominantemente offline.

Diante desse cenário, 2025 promete ser um ano de crescimento e transformação para o setor de veículos de carga no Brasil, com novas tecnologias e mudanças estratégicas moldando o futuro da mobilidade pesada no país.

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