Com mais autonomia elétrica, baterias de maior capacidade e recarga mais veloz, os chamados super híbridos estão chegando ao mercado. A tecnologia, impulsionada por marcas chinesas como BYD, Jaecoo e Geely, já atrai a atenção de gigantes como a Volkswagen. Mas o que torna esses modelos realmente “super”?
O universo dos carros híbridos nunca foi tão variado. Das versões leves às plug-in, as opções de eletrificação se multiplicam, confundindo consumidores e até especialistas. Agora, um novo termo entra no jogo: super híbridos, uma denominação adotada inicialmente na China, mas que já ganha força em outras regiões, incluindo o Brasil.
Os super híbridos nada mais são do que uma evolução dos híbridos plug-in tradicionais, mas com baterias de maior capacidade (a partir de 20 kWh) e maior autonomia no modo elétrico. Enquanto os primeiros híbridos plug-in ofereciam alcance modesto sem o motor a combustão, os novos modelos chegam a percorrer mais de 100 km apenas com eletricidade.
Entre os exemplos já disponíveis no mercado, o Jaecoo 7 Super Hybrid impressiona com uma autonomia combinada de 1.300 km, enquanto o BYD Seal U DM-i pode rodar mais de 1.000 km com um tanque cheio e a bateria carregada. O segredo está na combinação de motores elétricos eficientes e um motor a gasolina que atua como gerador para as baterias, eliminando a dependência total da recarga externa.
A China aposta nessa tecnologia como alternativa ao carro 100% elétrico, especialmente na Europa, onde as vendas de híbridos plug-in tradicionais ficaram abaixo das expectativas. No Brasil, por outro lado, a eletrificação segue crescendo: em 2024, foram vendidos 115.743 carros híbridos, quase o dobro dos elétricos (61.615 unidades), reforçando o apelo desse tipo de tecnologia no país.
Outro diferencial dos super híbridos está na velocidade de recarga. O Volkswagen Tiguan eHybrid, por exemplo, aceita até 50 kW em corrente contínua, enquanto o Jaecoo 7 chega a 40 kW e o BYD Seal U DM-i alcança 18 kW. Esses números superam os antigos híbridos plug-in, que muitas vezes carregavam a baterias lentamente, prejudicando sua usabilidade no dia a dia.
Além das montadoras chinesas, a Volkswagen também entrou na tendência, trazendo para a Europa e para o Brasil versões super híbridas do Golf, Tiguan, Tayron e Passat, todos com baterias aprimoradas e maior autonomia elétrica.
Outro conceito inovador vem da Geely, que apresentou na Europa o Super Methanol Hybrid, um híbrido plug-in capaz de rodar com mistura de gasolina e metanol, reduzindo ainda mais emissões e consumo de combustível fóssil.
Com mais eficiência elétrica, maior alcance e menor dependência da infraestrutura de recarga, os super híbridos surgem como uma resposta ao dilema entre elétricos e híbridos tradicionais, proporcionando o melhor dos dois mundos. Resta saber se essa nova categoria de eletrificação conseguirá conquistar o público no longo prazo.