O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova tarifa de 25% sobre carros importados, com aplicação progressiva a partir de 2,5%. A medida, que entra em vigor em 3 de abril, busca impulsionar a indústria automotiva americana, mas já afeta ações de montadoras e levanta temores de impacto no comércio global.
Em mais um movimento para reforçar sua política comercial protecionista, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (26) a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados para o país. O novo imposto será aplicado de forma progressiva, iniciando em 2,5% e crescendo ao longo do tempo.
Trump justificou a medida como uma ação permanente e indispensável para fortalecer a indústria automotiva nacional. Segundo o governo, a tarifa pode gerar uma receita extra de US$ 100 bilhões anuais. Além disso, o presidente afirmou que estuda uma dedução no valor das parcelas para compradores de veículos fabricados nos EUA que recorrerem a financiamentos.
Impactos no mercado automotivo
A notícia abalou o setor automotivo. As ações da General Motors recuaram mais de 7% após o anúncio, enquanto Ford e Stellantis tiveram quedas superiores a 4%. A decisão de Trump preocupa especialmente montadoras estrangeiras, que podem ser forçadas a transferir a produção para os Estados Unidos para escapar das tarifas.
Trump afirmou que está em contato com as três grandes fabricantes americanas: Ford, General Motors e Stellantis. “Se você tem fábricas aqui, está animado. Se não tem, vai precisar construir”, declarou o presidente.
Embora veículos inteiros sejam alvo das novas tarifas, Trump garantiu que peças produzidas nos EUA e enviadas ao exterior para montagem final não serão taxadas. No entanto, novas tarifas serão aplicadas a peças importadas, incluindo motores e transmissões, com vigência máxima até 3 de maio.
Canadá e México terão isenção para peças importadas que se enquadrem no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), até que a Alfândega dos EUA desenvolva um sistema para taxar componentes vindos de fora da América do Norte.
Reações e temores inflacionários
A nova política tarifária segue a linha dura que Trump vem adotando para reequilibrar as relações comerciais dos EUA com o resto do mundo. O presidente argumenta que a economia americana sofre desvantagens devido a barreiras comerciais impostas por outros países.
Apesar de críticos alertarem sobre possíveis aumentos de preços para os consumidores, Trump afirmou que não vê risco de inflação e prometeu um “mercado como nenhum outro” para os carros fabricados nos EUA.
Além da tarifa sobre veículos, Trump sinalizou que novas taxações serão anunciadas em 2 de abril, abrangendo madeira, produtos farmacêuticos, energia e carvão. A data faz parte do que o presidente chamou de “Dia da Liberação”, marcando um pacote de medidas para fortalecer a economia americana.
Desafios para a indústria global
A decisão promete impactos não apenas no comércio dos Estados Unidos, mas também em montadoras estrangeiras que exportam para o país. Empresas europeias, japonesas e sul-coreanas devem ser as mais afetadas, e retaliações por parte de União Europeia e China não estão descartadas.
Enquanto montadoras e governos ao redor do mundo avaliam as consequências da medida, a nova tarifa de Trump se soma a uma série de políticas comerciais agressivas que vêm redefinindo o cenário global. O protecionismo ganha força, e o setor automotivo pode ser apenas o começo de uma nova onda de disputas comerciais.