Com os planos de carro por assinatura cada vez mais populares, surge a dúvida: vale mais a pena alugar um carro por meio de assinatura ou comprar um veículo à vista? Uma análise detalhada dos custos mostra que, embora a assinatura ofereça menos preocupação com manutenção e depreciação, a compra ainda pode ser mais vantajosa para o bolso no longo prazo.
A popularização dos carros por assinatura tem gerado dúvidas sobre qual modelo de aquisição é mais vantajoso financeiramente. O conceito, que funciona de maneira semelhante ao aluguel de uma casa, propõe que você pague uma mensalidade fixa para usar o carro, sem precisar se preocupar com custos como IPVA, seguro, revisão e manutenção, que são comuns para os proprietários. Porém, apesar da comodidade, essa opção tem um custo, e é preciso fazer as contas para entender se ela realmente vale a pena.
Ao avaliar a opção de compra de um carro, vamos considerar o exemplo de um veículo popular de aproximadamente R$ 72.990,00, como o Fiat Mobi 1.0. A compra de um carro novo envolve gastos com IPVA, revisão, seguro e licenciamento, que no primeiro ano somam cerca de R$ 10.738,00. Nos anos seguintes, esses custos diminuem devido à desvalorização do veículo, mas a manutenção e o seguro continuam, fazendo com que o custo total nos três primeiros anos seja de R$ 28.884,15. O carro, ao fim desse período, vale aproximadamente R$ 56.184,86, o que gera um ganho de R$ 27.300,71 ao vender o carro.
Por outro lado, ao optar por um carro por assinatura, os custos anuais giram em torno de 30% a 35% do valor de um carro zero. Considerando um contrato de 36 meses, o valor da mensalidade de R$ 1.900,00 por mês, somando aproximadamente R$ 68.400,00 no total, não inclui custos adicionais com seguro ou manutenção, mas limita o uso do carro, com a possibilidade de cobrança adicional caso a franquia de quilometragem seja excedida.
Ao comparar a compra e a assinatura, o valor final de cada opção não fica tão distante. Se o valor da compra for mantido aplicado em um investimento de 12% ao ano, o saldo ao final de 36 meses, levando em consideração o rendimento, seria de aproximadamente R$ 17.655,95, ainda inferior ao valor de revenda do carro. Isso significa que, se você optar por investir o dinheiro da compra em vez de adquirir o veículo, você pode ter um saldo maior ao final do período.
Além disso, se você não tem o valor necessário para a compra à vista e opta por um financiamento, o custo da opção de assinatura ainda pode ser mais vantajoso, considerando taxas de juros médias de 1,97% ao mês para financiamento veicular. Mesmo assim, é importante destacar que a escolha entre as opções depende de diversos fatores, como o tempo de uso do carro, os custos de manutenção, a valorização ou desvalorização do veículo e o tipo de uso.
Vale lembrar que a assinatura de veículos também tem suas limitações, como a franquia de quilômetros, geralmente estipulada em 36.000 km para os três anos de contrato, e o fato de que a assinatura pode sofrer ajustes de preços devido a fatores como a inflação ou aumento de custos operacionais. Portanto, realizar uma pesquisa detalhada sobre o serviço oferecido e comparar com outras opções é essencial para fazer a escolha mais adequada.
Por fim, a compra ou assinatura de um carro deve ser analisada com base no seu perfil de uso, finanças e necessidade de um veículo. Para quem usa o carro com pouca frequência, o modelo de assinatura pode ser mais vantajoso, já para quem planeja utilizar o carro por mais tempo ou fazer uma revenda com bom retorno, a compra pode ser a melhor escolha.
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IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. É um imposto anual pago pelos proprietários de veículos e varia de acordo com o valor do carro.
Desvalorização – A perda de valor do veículo ao longo do tempo, que é um fator importante a ser considerado na compra de um carro novo. A desvalorização é mais acentuada nos primeiros anos de vida do veículo.
Franquia de quilometragem – Limite de quilometragem que o usuário pode rodar durante o período de contrato da assinatura do carro, sem precisar pagar valores adicionais. Caso esse limite seja ultrapassado, o valor extra é cobrado pela locadora ou empresa de assinatura.