A Ferrari gerou um impressionante lucro líquido de US$ 291.403 por funcionário em 2024, superando gigantes da indústria como a Tesla e a Toyota, com uma estratégia focada em preços premium, exclusividade e uma força de trabalho enxuta.
Em 2024, a Ferrari conquistou uma marca histórica ao gerar lucros recordes e registrar um lucro líquido por funcionário que supera o de grandes empresas do setor automotivo, como a Toyota e a Tesla. Com 5.435 funcionários, a fabricante de carros esportivos de luxo gerou um lucro líquido de US$ 291.403 por cada colaborador, quase 3,5 vezes mais que a Toyota e 5 vezes mais que a Tesla. Esse feito se deve à combinação de uma estratégia focada na produção de modelos exclusivos e de alto valor, como o Ferrari 296 Speciale, cujo preço pode ultrapassar os € 400.000 na Itália.
O desempenho financeiro da Ferrari é impressionante, com um lucro recorde de US$ 1,58 bilhão em 2024, um aumento de 21% sobre o ano anterior, alcançando uma margem EBITDA de 38,3%. A marca, conhecida pela produção de carros de luxo e alta performance, tem se mostrado uma máquina de eficiência, gerando cerca de US$ 1 milhão a cada 5 horas. Isso se traduz em US$ 180.303 por hora e US$ 4.327.262 por dia. Para comparação, empresas como a Toyota geram US$ 1 milhão a cada 16 minutos e 14 segundos, mas com uma base de funcionários muito maior — são 380.793 colaboradores, ou seja, mais de 70 vezes o número da Ferrari.
Enquanto a Ferrari tem se destacado pela exclusividade e preços altos, a Toyota, com um lucro líquido anual de US$ 32,47 bilhões, ocupa a segunda posição em termos de lucro por funcionário, mas com um valor consideravelmente menor: US$ 85.268 por colaborador. A gigante japonesa se beneficia de sua escala massiva, mas não consegue competir com a Ferrari em termos de lucratividade per capita, o que ilustra que escala nem sempre garante eficiência ou alta rentabilidade.
Já a Tesla, que também foca em inovação e no mercado de veículos elétricos, gera US$ 56.428 por funcionário. Sua estratégia de crescimento agressivo e a expansão de sua produção global ainda não resultaram em lucros proporcionais ao número de funcionários. No outro extremo, temos a BYD, a maior fabricante de veículos elétricos da China, que, apesar de ter um lucro líquido anual superior ao da Ferrari, gera apenas US$ 6.123 de lucro por funcionário, um valor 48 vezes inferior ao da marca italiana.
O fato de a Ferrari gerar lucros excepcionais com uma força de trabalho reduzida reflete sua estratégia focada em alta performance e produtos exclusivos. Diferente de gigantes como a Toyota ou a BYD, que dependem da escala para maximizar seus lucros, a Ferrari se destaca por ser uma empresa mais especializada e ágil. Essa diferenciação explica por que a empresa consegue não só gerar mais valor por funcionário, mas também ser uma das mais lucrativas em termos de eficiência no setor.
O relatório também aponta que a Toyota lidera o setor em termos de eficiência temporal, ou seja, a velocidade com que gera lucro. A cada 16 minutos e 14 segundos, a gigante japonesa produz US$ 1 milhão em lucro líquido, enquanto a Tesla leva 1 hora e 14 minutos para atingir o mesmo valor, e a BYD demora 1 hora e 35 minutos. Esses números indicam que, enquanto algumas empresas como a Toyota se destacam pela velocidade de produção, outras como a Ferrari são mais eficientes em gerar lucros mais altos com uma base menor de colaboradores.
Este contraste levanta questões sobre o que é mais relevante no setor: tempo de geração de lucro ou lucro por funcionário. A Ferrari, com sua estratégia de produtos de nicho, tem se saído bem ao focar em eficiência de produção e rentabilidade, enquanto empresas maiores como a Tesla e a Toyota, com bases de funcionários mais amplas, precisam buscar formas de aumentar sua eficiência operacional sem perder o ritmo de crescimento.
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Lucro líquido – é o valor que uma empresa tem após subtrair todas as despesas, impostos e custos da receita total. Representa o verdadeiro ganho da empresa, ou seja, o lucro final.
EBITDA – é uma sigla para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Ele é usado para medir a rentabilidade de uma empresa sem a interferência de fatores financeiros e fiscais.
Margem EBITDA – é a porcentagem do EBITDA em relação à receita total da empresa, e indica a rentabilidade operacional de uma empresa, ou seja, quanto do valor gerado pelas vendas é convertido em lucro antes de deduzir os custos financeiros e fiscais.