A MAHLE celebra o primeiro aniversário de seu Centro Global de Biomobilidade, sediado em Jundiaí (SP), com resultados expressivos: oito projetos de desenvolvimento e o início da transferência de conhecimento para mercados como América do Norte e Ásia.
No coração do Centro Tecnológico da MAHLE no Brasil, o hub dedicado à biomobilidade foi criado para liderar globalmente a aplicação de biocombustíveis e biomateriais na indústria automotiva. Em seu primeiro ano de operação, o centro já deu início a projetos com foco em soluções renováveis, alinhadas à descarbonização da mobilidade.
Ao todo, oito projetos foram iniciados, metade deles em parceria com institutos de pesquisa brasileiros, como a Embrapii, FAPEMIG e dentro do escopo do Programa MOVER. As ações envolvem desde o desenvolvimento de filtros automotivos com base vegetal até motores multicombustível que operam com biometano e etanol.
Segundo Arnd Franz, CEO global da MAHLE, os combustíveis sustentáveis precisam de expansão rápida para mitigar o aquecimento global. Ele defende o modelo brasileiro como referência para o uso ampliado de biocombustíveis, especialmente no contexto global. A empresa atua em diálogo direto com governos e entidades da Índia, Tailândia e Japão para replicar boas práticas.
O Brasil é apontado como pioneiro em políticas bem-sucedidas de incentivo à produção e uso de biocombustíveis. Combinando exigências de sustentabilidade, mandatos obrigatórios de mistura e incentivos fiscais, o país serve como modelo global de eficiência energética com baixa emissão de carbono.
Projetos de destaque incluem o desenvolvimento de um sistema PCU (Powercell Unit) a etanol, voltado à otimização de motores flex-fuel, e a criação de um motor multicombustível de médio porte que opera com biometano e etanol. Também foram testados os efeitos de um biodiesel avançado em motores pesados, medindo sua durabilidade, desempenho e emissões.
O trabalho do centro se estende além da pesquisa prática. Ele atua também como observatório de tendências e políticas públicas globais, com foco em biocombustíveis. A meta é facilitar a transferência de tecnologia e know-how para mercados estratégicos, como os da América do Norte e da Ásia.
Além dos combustíveis, os biomateriais também são foco importante. Derivados de fontes renováveis, esses materiais substituem plásticos e componentes fósseis na fabricação de peças automotivas, reduzindo a pegada de carbono da produção industrial.
A MAHLE reforça que seu caminho para a descarbonização passa pela diversidade tecnológica. Isso inclui eletrificação, gerenciamento térmico, e também motores a combustão interna altamente eficientes, desde que operem com combustíveis renováveis como o hidrogênio verde, combustíveis sintéticos e biocombustíveis.
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- Biocombustível: combustível produzido a partir de fontes renováveis, como cana-de-açúcar, milho ou biomassa vegetal. Exemplo: etanol e biodiesel.
- PCU (Powercell Unit): sistema auxiliar que otimiza o aproveitamento energético do etanol nos motores flex.
- Biometano: gás obtido a partir da purificação do biogás, utilizado como alternativa renovável ao gás natural veicular.
- Pegada de carbono: medida da emissão de gases de efeito estufa associada a um produto, processo ou atividade.
