Com a crescente preocupação com a segurança nos grandes centros urbanos, o mercado de veículos blindados no Brasil vive uma expansão significativa. Além do aumento no número de blindagens, novos modelos de consumo, como a assinatura de carros blindados, oferecem praticidade, menor custo inicial e acesso mais democrático à proteção veicular.
De acordo com dados da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), o Brasil lidera o ranking mundial de veículos blindados, com 34.402 unidades blindadas somente em 2023. O faturamento do setor atingiu aproximadamente R$ 3,5 bilhões, refletindo não apenas a demanda crescente, mas também a sofisticação dos serviços e a ampliação do público consumidor.
Se antes a blindagem era restrita a grandes empresários, autoridades ou celebridades, hoje famílias, profissionais liberais e pequenas empresas também buscam essa proteção, especialmente em regiões metropolitanas com índices de violência elevados. Essa mudança no perfil do consumidor tem sido acompanhada por um novo modelo de negócio: a assinatura de veículos blindados.
Empresas do setor automotivo vêm aderindo a essa tendência. A Mitsubishi foi uma das pioneiras, oferecendo SUVs como Eclipse Cross, Pajero Sport e Nova L200 Triton com blindagem embarcada em seu programa digital ‘MIT Assinatura’. A proposta elimina burocracias, como financiamento e seguro elevado, e permite a troca periódica do veículo com manutenção já incluída.
A grande vantagem é o custo diluído. Como a blindagem pode dobrar o valor de um automóvel, a alternativa por assinatura torna-se mais viável economicamente, especialmente para quem busca proteção por tempo limitado ou não deseja arcar com depreciação e revenda de um carro blindado.
Mas o interesse por blindagem não é recente. Sua origem remonta à antiguidade, quando os chineses reforçavam veículos de cerco com madeira e metal. A blindagem automotiva moderna, no entanto, surgiu no final do século 19 com o engenheiro britânico Frederick Richard Simms, criador de um dos primeiros automóveis blindados operacionais, entre 1899 e 1902, sob o nome Motor War Car.
O conceito evoluiu rapidamente durante a Primeira Guerra Mundial, com a introdução de tanques e veículos blindados para o campo de batalha. No uso civil, os primeiros veículos protegidos surgiram para transporte de valores nos EUA, como os armored trucks e o projeto Bellamore Armored Motor Bank Car, de 1910 — uma espécie de banco móvel seguro.
No Brasil, a blindagem civil surgiu nos anos 1950, com foco exclusivo no transporte de valores, por empresas como a Massari. Somente na década de 1990 o mercado começou a atender consumidores comuns, impulsionado pelo aumento da violência e pelo avanço das tecnologias de proteção balística pessoal.
Atualmente, o país se destaca não só pela escala de produção, mas também pela inovação na forma de consumo. Com assinaturas mensais, pacotes completos e blindagens certificadas, o setor se adapta ao novo perfil urbano que exige segurança sob demanda, mobilidade flexível e previsibilidade de custos.
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- Blindagem Nível III-A: proteção balística padrão para uso civil no Brasil, que resiste a munições de pistolas .44 Magnum e 9 mm.
- Carro blindado por assinatura: modalidade em que o cliente aluga um veículo blindado por prazo determinado com manutenção, documentação e seguro inclusos.
- Proteção balística: capacidade de um material resistir a impactos de projéteis de arma de fogo.
- Depreciação: perda de valor de mercado do veículo ao longo do tempo, mais acentuada em blindados de propriedade.