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Estudo revela que sons de alerta de carros elétricos são difíceis de localizar por pedestres

Sinal de risco inaudível? Pesquisa mostra que AVAS dos elétricos confundem pedestres em situações reais de tráfego

Um novo estudo da Chalmers University of Technology, na Suécia, revela que os sinais sonoros usados por carros elétricos e híbridos para alertar pedestres — conhecidos como AVAS (Acoustic Vehicle Alerting System) — são difíceis de localizar, especialmente quando há mais de um veículo emitindo o mesmo tipo de som ao mesmo tempo.

Com a popularização dos carros elétricos, cresceu também a exigência por sistemas sonoros que alertem ciclistas, pedestres e outros usuários vulneráveis. No entanto, segundo a pesquisa recém-publicada no The Journal of the Acoustical Society of America, muitos desses sons — que são obrigatórios por lei em vários países — não cumprem adequadamente seu papel quando analisados do ponto de vista da localização espacial do som.

Os pesquisadores testaram três tipos comuns de sinais AVAS utilizados por veículos a até 20 km/h (Europa, China e Japão) e 30 km/h (EUA), comparando-os ao som de um motor a combustão. O resultado foi claro: os alertas de carros elétricos são significativamente mais difíceis de localizar.

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Desafio prático: carros iguais, sons iguais

Um dos testes simulou a presença de até três veículos elétricos se aproximando ao mesmo tempo, com o mesmo som AVAS de dois tons. Nesse cenário, nenhum dos participantes conseguiu identificar corretamente a direção dos sons em todos os testes dentro do limite de 10 segundos.

“A legislação atual trata apenas da detecção do som, mas não de sua localização ou distinção entre múltiplos veículos”, explica Leon Müller, doutorando envolvido no estudo. “Imagine um estacionamento de supermercado com vários carros idênticos: o pedestre não sabe de onde vem o som nem quantos carros estão ali”, completa.

Como foi o experimento

Os testes aconteceram em uma câmara anecoica da universidade com 52 voluntários. O cenário simulado envolvia sons emitidos por alto-falantes dispostos em um anel ao redor da pessoa testada. Três sinais AVAS diferentes — incluindo tons fixos e ruído — foram usados, sempre com um fundo de sons urbanos leves.

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Ao ouvir um alerta, o participante deveria apontar com precisão a origem do som. Os sinais de motores a combustão, ricos em pulsos de múltiplas frequências, foram sempre mais fáceis de localizar — o que pode estar ligado à familiaridade auditiva e à estrutura acústica desses sons.

Sons precisam mudar

O estudo sugere que os sinais AVAS atuais podem até atender às normas internacionais, mas não são eficazes em contextos reais. Há uma lacuna entre a detecção e a orientação espacial do som — fundamental para segurança em ambientes urbanos.

“Estamos falando de um equilíbrio delicado: sons eficazes que não aumentem a poluição sonora”, afirma o professor Wolfgang Kropp, coautor da pesquisa. Um novo estudo está em andamento para avaliar a percepção subjetiva desses sinais por pedestres.

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  • AVAS (Acoustic Vehicle Alerting System): Sistema sonoro obrigatório em veículos elétricos e híbridos para alertar usuários vulneráveis.
  • Câmara anecoica: Sala isolada acusticamente para testes de som sem reverberação.
  • Injeção multiponto: Sistema de alimentação que pulveriza combustível em cada cilindro individualmente.
  • Ruído de banda larga: Sons compostos por múltiplas frequências, mais fáceis de serem localizados auditivamente.

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