Estudo revela os modelos mais confiáveis do mercado e alerta sobre os desafios técnicos dos eletrificados – A tradicional lista da Consumer Reports revelou os carros mais confiáveis de 2024 com base em relatos de mais de 330 mil motoristas, destacando a importância da manutenção preventiva, especialmente em tempos de alta nos custos automotivos. As marcas japonesas dominaram o ranking, com Lexus, Toyota, Mini e Acura no topo, enquanto a Tesla se destacou entre os elétricos. O estudo apontou ainda os principais problemas enfrentados pelos consumidores, como falhas em sistemas eletrônicos, infotainment e motores turbo, reforçando que a escolha de um veículo confiável pode resultar em menor custo total de propriedade e maior satisfação a longo prazo.
Escolher um carro em 2025 vai muito além de design ou potência. Com inflação persistente, veículos cada vez mais caros e tecnologias em rápida evolução, a confiabilidade tornou-se um dos critérios mais relevantes para quem deseja segurança mecânica, menor depreciação e custos reduzidos de manutenção. Nesse cenário, o novo ranking da Consumer Reports, baseado em mais de 300 mil respostas de proprietários entre 2000 e 2025, oferece uma visão detalhada sobre quais marcas entregam mais durabilidade e quais ainda enfrentam desafios estruturais.
A grande surpresa de 2025 é a Subaru, que assumiu o topo do ranking pela primeira vez, superando a hegemonia histórica de Toyota e Lexus. O resultado reflete o desempenho consistente da marca japonesa em 20 áreas críticas de avaliação, como motor, transmissão, freios, eletrônica, bateria, suspensão e acabamento.
Mesmo sendo uma pesquisa com foco no mercado norte-americano, a relevância é global — inclusive para o consumidor brasileiro — já que muitos dos modelos avaliados estão disponíveis na América Latina e compartilham as mesmas bases mecânicas e eletrônicas.
Japão no topo, mas com ressalvas – Apesar de o domínio japonês seguir evidente — com Subaru, Toyota, Lexus, Mazda e Honda ocupando as primeiras posições — nem todos os modelos dessas marcas apresentam desempenho uniforme. O Toyota bZ4X, SUV 100% elétrico desenvolvido em parceria com a Subaru, teve problemas recorrentes de confiabilidade, especialmente relacionados ao sistema de carregamento, acabamento interno e falhas eletrônicas, o que afetou a média das marcas.
Em contrapartida, marcas norte-americanas como Jeep, GMC, Cadillac e Rivian ocupam as últimas posições. A Rivian, que prometia revolucionar o segmento de elétricos, amarga o pior resultado do ranking, acompanhando sua crise financeira que já levou à perda de mais de 90% de seu valor de mercado desde o pico.
Híbridos dominam entre os eletrificados – O estudo também reforça uma tendência técnica importante: os veículos híbridos convencionais (HEVs) se consolidaram como a solução mais confiável entre os eletrificados. Segundo Jake Fisher, diretor técnico da Consumer Reports, os HEVs superam tanto os modelos a combustão quanto os híbridos plug-in (PHEVs) e os elétricos puros (EVs) em confiabilidade geral.
Isso se deve à mecânica mais simples e madura dos HEVs, que dispensam recarga externa e operam com uma integração mais eficaz entre o motor a combustão e o elétrico. Marcas como Toyota, Lexus, Hyundai e Kia foram citadas como referência nesse segmento.
Em contraste, os elétricos puros e PHEVs ainda apresentam maior incidência de falhas, especialmente nos sistemas de controle eletrônico, software, carregadores, baterias e freios regenerativos. A Ford F-150 Hybrid foi apontada como um dos modelos menos confiáveis do ano, refletindo desafios na integração entre o motor elétrico e a arquitetura tradicional da picape.
Aspectos mecânicos que definem a confiabilidade:
- Motores turboalimentados modernos exigem óleo e combustível de alta qualidade, além de manutenção rigorosa. Em motores de baixa litragem com alta potência específica, o desgaste prematuro é mais comum se os intervalos de manutenção não forem respeitados.
- Integração eletrônica em híbridos e elétricos é ponto crítico. Falhas de software, bugs em módulos eletrônicos e dificuldade na calibração dos sistemas ADAS (assistentes avançados de condução) podem comprometer o desempenho e a segurança.
- Freios regenerativos tendem a gerar desgaste desigual nos componentes convencionais, o que exige monitoramento mais frequente e alinhamento com o sistema de regeneração elétrica.
- Sistemas de infotainment e conectividade têm sido fontes recorrentes de problemas, com travamentos, falhas de emparelhamento e panes intermitentes em telas digitais.
Por que isso importa para o consumidor brasileiro?
Veículos confiáveis significam menos visitas à oficina, menor custo de manutenção, maior valor de revenda e, em um país com peças caras e juros altos, isso impacta diretamente no bolso. Além disso, durabilidade também é sustentabilidade: um carro que dura mais reduz a necessidade de novas produções e diminui o impacto ambiental ao longo do ciclo de vida.
A confiabilidade, portanto, deve estar entre os primeiros critérios de escolha ao comprar um veículo — especialmente quando se fala em tecnologias novas como eletrificação, que ainda estão em fase de maturação em vários mercados.
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Fiabilidade automotiva: resultado da combinação entre projeto, qualidade dos componentes, montagem, integração eletrônica e manutenção adequada.
HEV (Hybrid Electric Vehicle): veículo híbrido convencional, com motor a combustão e elétrico trabalhando de forma integrada e sem necessidade de carregamento externo.
PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle): híbrido que pode ser recarregado na tomada e opera por curtas distâncias no modo 100% elétrico.
EV (Electric Vehicle): veículo totalmente elétrico, dependente de baterias e infraestrutura de recarga externa.
