A compra de um automóvel usado exige atenção redobrada, principalmente quando se trata de modelos que já estão há quase uma década no mercado. O Renegade, lançado no Brasil em 2015, é um dos SUVs compactos mais populares e, em sua versão 2016, ainda desperta interesse por unir visual robusto, dirigibilidade confortável e bom pacote de equipamentos. Mas, antes de fechar negócio, é fundamental conhecer os principais pontos que devem ser verificados ao considerar um Jeep Renegade 2016 usado.
Verifique a motorização e o tipo de câmbio
O Renegade 2016 foi oferecido em duas motorizações principais: 1.8 flex (EtorQ) e 2.0 turbodiesel Multijet. A versão flex equipa os modelos com tração 4×2 e pode ter câmbio manual, automatizado (Dualogic) ou automático de 6 marchas. Já a opção diesel, mais potente e voltada ao uso off-road, vem com tração 4×4 e câmbio automático de 9 marchas.
Antes de comprar, é importante entender o tipo de uso que o carro teve. Versões a diesel costumam ter quilometragem mais alta e manutenção mais cara, mas apresentam melhor desempenho e consumo. As versões flex são mais comuns, mas exigem atenção quanto ao estado do câmbio automatizado, que pode apresentar falhas se mal conservado.
Histórico de manutenção é essencial
Solicite o histórico de revisões do veículo. Um Renegade com a manutenção em dia, preferencialmente realizada em concessionárias ou oficinas especializadas, tende a apresentar menos surpresas desagradáveis. Itens como troca de óleo do câmbio, revisão do sistema de suspensão e atualizações de software devem ser observados com atenção.
Evite unidades que tenham passado por sinistros, enchentes ou que apresentem modificações mecânicas não homologadas. Esses fatores afetam diretamente a confiabilidade e o valor de revenda do veículo.
Cheque os equipamentos de segurança
O Jeep Renegade 2016 já vinha equipado com itens importantes de segurança, como freios ABS, controle de estabilidade (ESC), controle de tração (TCS), assistente de partida em rampa e airbags frontais. Versões intermediárias e superiores adicionavam airbags laterais e de cortina, além de câmera de ré e sensores de estacionamento.
Verifique se todos os sistemas estão em funcionamento, especialmente os eletrônicos. Uma boa dica é realizar um escaneamento completo com scanner automotivo antes da compra, para detectar códigos de erro e possíveis falhas ocultas.
Avalie o consumo de combustível
O consumo do Renegade 2016 varia conforme a versão. Os modelos 1.8 flex com câmbio automático apresentam consumo médio de cerca de 6 km/l na cidade com etanol, podendo chegar a 10 km/l na estrada com gasolina. Já os modelos a diesel apresentam melhores números: cerca de 9,5 km/l na cidade e 11 km/l na estrada.
Se o uso principal for urbano, o consumo da versão flex pode pesar no bolso. Para quem viaja mais ou trafega em trechos mistos, a versão a diesel, mesmo mais cara, pode se mostrar mais vantajosa a longo prazo.
Pneus, suspensão e alinhamento
Como o Renegade tem suspensão elevada e proposta mais robusta, é comum que modelos usados apresentem desgaste prematuro de buchas, bieletas e rolamentos. Avalie o estado da suspensão durante o test drive, observando barulhos e instabilidades. Pneus com desgaste irregular também indicam possível desalinhamento ou problemas estruturais.
Não deixe de conferir também o estado dos discos e das pastilhas de freio, que podem exigir substituição dependendo da quilometragem.
Conectividade e eletrônica
Algumas versões do Renegade 2016 vinham com central multimídia Uconnect, câmera de ré e comandos no volante. Antes de fechar negócio, teste todas as funcionalidades: sistema de som, conexão Bluetooth, porta USB, vidros elétricos, retrovisores e travas.
Problemas com módulos eletrônicos podem representar custos consideráveis em um carro com quase 10 anos de uso. A bateria também deve ser verificada, já que falhas elétricas são comuns em veículos com carga baixa ou instável.
Custo-benefício no mercado de usados
O Renegade 2016 é uma boa opção de SUV compacto para quem busca um modelo com visual marcante, bom pacote de equipamentos e segurança. Os preços variam de acordo com a versão e o estado de conservação, geralmente entre R$ 60 mil e R$ 80 mil.
Com o avanço da eletrônica nos modelos mais novos, o Renegade 2016 ainda representa uma alternativa mais simples e robusta para quem não faz questão das tecnologias mais recentes, mas deseja um SUV confiável e com boa presença nas ruas.
Tomando os devidos cuidados na avaliação do carro e optando por um exemplar bem conservado, a compra pode ser bastante vantajosa.
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EtorQ 1.8 – Motor flexível de aspiração natural, conhecido pela robustez, mas com desempenho e consumo apenas medianos.
Multijet 2.0 – Motor turbodiesel de origem Fiat, eficiente, forte e confiável, com foco em uso mais severo e off-road.
Câmbio Dualogic – Transmissão automatizada de embreagem simples que simula trocas automáticas, porém com funcionamento menos suave.
Scanner automotivo – Ferramenta de diagnóstico eletrônico que identifica falhas nos sistemas embarcados do veículo.