Com o tema “Engenharia brasileira: pioneirismo, inovação e sustentabilidade na mobilidade do futuro”, o Congresso SAE BRASIL 2025 reuniu quase 2.500 pessoas no PRO MAGNO Centro de Eventos, em São Paulo, entre os dias 7 e 8 de outubro. O encontro contou com mais de 100 especialistas e mais de 70 horas de debates sobre os rumos tecnológicos e sustentáveis da mobilidade no Brasil.
A 32ª edição do Congresso SAE BRASIL reafirmou seu papel como o mais importante fórum técnico e científico do setor automotivo e de mobilidade no país. O evento reuniu líderes da indústria, da academia e do governo, promovendo discussões de alto nível sobre inovação, eficiência energética e o papel do Brasil na transição global da mobilidade.
Sob a presidência de Rafael Chang, CEO da Toyota para o Brasil, América Latina e Caribe, o evento destacou o papel estratégico da engenharia nacional no desenvolvimento de soluções sustentáveis e contou com o Mecânica Online® como Media Partner.
De acordo com Claudio Castro, presidente da SAE BRASIL, o congresso reforça o protagonismo do país na agenda de transformação do setor. “Tivemos debates de altíssimo nível, com nomes importantes discutindo de forma profunda o futuro da mobilidade brasileira. Temos a possibilidade de transformar o nosso país em referência para o futuro da mobilidade”, afirmou.
Durante o evento, também foram realizadas oficinas técnicas e painéis temáticos, que abordaram assuntos como eletrificação, conectividade, biocombustíveis, transporte público, veículos autônomos e políticas públicas para descarbonização.
Um dos pontos altos da programação foi a divulgação de uma pesquisa inédita sobre a Transição Energética, conduzida pela SAE BRASIL com o objetivo de compreender percepções e barreiras sobre o tema no contexto nacional.
A pesquisa contou com 1.007 respondentes, sendo a maioria composta por indivíduos com 45 anos ou mais (62%), com destaque para a faixa entre 55 e 64 anos (24%). Os participantes mais jovens, até 34 anos, representaram 19% do total, enquanto o grupo de 35 a 44 anos correspondeu a 18%.
Os resultados preliminares, que terão apresentação completa na COP30, indicam que os biocombustíveis, como biodiesel e etanol, são considerados as fontes de energia mais adequadas para o transporte de caminhões e ônibus no Brasil, representando 80% das preferências.
No cenário global, entretanto, a visão é distinta: há maior valorização dos ônibus elétricos, trens, metrôs e da integração entre modais, evidenciando diferentes estágios de transição tecnológica.
Apesar de o tema ser percebido como urgente ou muito urgente, o impacto ambiental ainda aparece apenas como o quarto critério de decisão em mobilidade, transportes e logística. O preço ou custo continua sendo o fator mais determinante, citado por 67% dos entrevistados.
Outro dado relevante mostra que quase 60% dos respondentes acreditam que o Brasil deve liderar globalmente a transição energética, reforçando o potencial nacional para protagonizar a mobilidade sustentável.
Segundo Camilo Adas, conselheiro de Tecnologia e Transição Energética da SAE BRASIL e diretor de Transição Energética e Relações Institucionais na Be8, a pesquisa revela um desafio cultural e estrutural. “Há uma grande distância entre o debate intelectual sobre a urgência da transição energética e a efetivação de ações concretas para que ela se inicie. Vamos ampliar essa discussão durante a COP30”, afirmou.
O evento também marcou o anúncio da presidência do Congresso SAE BRASIL 2026, que será conduzido por Rafael Miotto, presidente da CNH Industrial. A próxima edição já tem data e local definidos: 7 e 8 de outubro de 2026, no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Com mais de três décadas de tradição, o Congresso SAE BRASIL reafirma seu papel essencial na construção do futuro da engenharia e da mobilidade no país, unindo conhecimento técnico, inovação e sustentabilidade.
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Transição Energética – Processo de substituição gradual de fontes de energia fósseis por alternativas renováveis, como biocombustíveis e eletricidade, visando reduzir emissões e impactos ambientais.
Biocombustíveis – Combustíveis produzidos a partir de matérias-primas renováveis, como cana-de-açúcar ou soja, que reduzem a dependência de derivados de petróleo.
Integração modal – Estratégia que conecta diferentes meios de transporte (ônibus, metrô, trem, bicicleta) para tornar o deslocamento mais eficiente e sustentável.
Descarbonização – Conjunto de medidas voltadas à redução das emissões de dióxido de carbono (CO₂) nas atividades de transporte e produção de energia.