Em pilotos com Roterdã e nos Países Baixos, o BMW Group comprovou que feedback sobre trajetos, gamificação do modo eficiente e alertas de carregamento podem reduzir viagens de carro, aumentar o uso do modo econômico e deslocar recargas para períodos de menor emissão de CO₂.
O BMW Group intensificou projetos de pesquisa junto a cidades europeias para entender como adaptar o comportamento de mobilidade dos clientes às necessidades urbanas.
A cooperação com Roterdã permitiu testar soluções que combinam dados de uso, incentivos digitais e design de interface para influenciar escolhas de transporte.
O projeto My Travels mostrou que usuários que receberam relatórios sobre suas viagens reduziram, em média, uma viagem de carro por semana em comparação a participantes inativos.
Os relatórios detalhavam distâncias por faixa (até 1 km, 1–5 km e mais de 5 km) e apresentavam alternativas realistas — a pé, bicicleta ou transporte público — para cada trajeto.
O MINI Artwork Challenge aplicou gamificação ao modo de condução eficiente em veículos 100% elétricos MINI, fazendo com que a obra virtual evoluísse conforme o motorista dirigia de forma econômica.
O resultado foi um aumento de 60% na proporção de viagens no modo eficiente e uma redução média de 7% no consumo de energia nas viagens registradas.
Já o piloto COOL (CO₂ Optimal Charging) ofereceu ao usuário informações em tempo real sobre a intensidade de CO₂ da matriz elétrica, alertando para janelas com menor emissão para o carregamento.
Com 355 motoristas participantes, o estudo registrou aumento de 6% nas sessões de carregamento em períodos de menor emissão, mostrando que mesmo usuários conscientes respondem a nudges claros.
As iniciativas combinaram tecnologia embarcada, aplicativos móveis e análise acadêmica — com participação da Universidade de Münster e da Erasmus University Rotterdam — para validar hipóteses comportamentais em campo.
Os projetos indicam que informações antecipadas sobre alternativas de transporte são mais eficazes do que sugestões exibidas apenas após o início da viagem.
Para as cidades, isso significa que políticas baseadas em incentivos digitais podem aliviar congestionamentos sem exigir grandes intervenções em infraestrutura.
Do ponto de vista da indústria, os resultados mostram que fabricantes podem usar serviços digitais para reduzir a pegada de uso dos veículos e agregar valor aos clientes.
A experiência também revela preferências do usuário: viagens curtas para lazer, academia e supermercado são mais suscetíveis a substituição por modos ativos ou coletivos; levar/buscar crianças é a mais resistente à mudança.
A adoção prática requer integração técnica com aplicativos de energia e opções de carregamento automatizado, além de interfaces claras que facilitem a rotina do usuário.
Os insights obtidos serão usados para desenvolver conceitos de mobilidade centrados no usuário, combinando nudging, sustentabilidade e eficiência energética em ambientes urbanos reais.
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Nudging (estímulo comportamental) — Técnica que usa incentivos positivos e informações oportunas para influenciar decisões sem restringir opções; no contexto automotivo, inclui relatórios de viagem, alertas e elementos de gamificação que tornam escolhas sustentáveis mais atraentes.
Modo de condução eficiente — Configuração eletrônica do veículo que ajusta entrega de torque, regeneração de energia, resposta do acelerador e estratégias de gerenciamento térmico para reduzir consumo sem comprometer significativamente o desempenho.
Intensidade de CO₂ da matriz elétrica — Medida em gramas de CO₂ por kWh que indica quão “limpa” é a eletricidade em cada momento; orientar o usuário a carregar nas janelas com menor intensidade reduz a pegada de carbono do veículo elétrico.
