O mercado brasileiro de veículos leves ultrapassou 2 milhões de unidades licenciadas em 2025 e encerrou outubro com 246.900 emplacamentos, avanço de 6,6% sobre setembro, mas queda de 1,1% na comparação anual.
O desempenho de outubro confirma a tendência de estabilidade com leve oscilação, influenciada pelo calendário e pela distribuição dos dias úteis. Com 23 dias úteis, a média diária ficou em 10.735 unidades, ritmo superior ao de setembro (10.528, +2,0%) e ligeiramente inferior ao de outubro do ano passado (10.850, -1,1%). A leitura indica ajuste de mix e comportamento normal do mercado, sem sinais de mudança estrutural.
No acumulado do ano, o país soma 2.050.574 licenciamentos, avanço de 2,2% frente a 2024, e a projeção permanece em 2,56 milhões de unidades para o fechamento de 2025, de acordo com a Bright Consulting.
O mês também reforçou a força das vendas diretas, que atingiram 49,4% de participação — acima de setembro (48,0%) e de outubro de 2024 (47,0%). Foram 122.056 unidades, avanço de 9,9% m/m e 4,0% a/a, impulsionadas principalmente pelas compras das locadoras no último trimestre do ano. Do aumento total registrado no mês, cerca de 71% veio desse canal.
O varejo acompanhou o movimento, com 124.844 unidades (+3,6% m/m; -5,6% a/a), mantendo disputa equilibrada entre canais: 49,4% vs. 50,6%. No acumulado, a venda direta representa 46,6%, acima dos 44,1% registrados em 2024.
Entre as montadoras, a Fiat segue na liderança com 20,5% do mercado, sustentada pelo bom desempenho de produtos de volume como Strada, Argo e Mobi. A Volkswagen aparece em segundo lugar (16,9%), seguida pela GM (10,9%). Mas o destaque do mês ficou com Hyundai, que cresceu e atingiu 9,8%, impulsionada por HB20 e Creta. Já a Toyota recuou para 5,2%, reflexo dos impactos produtivos em Porto Feliz.
No ranking de modelos, a Strada manteve ampla vantagem com 14.041 unidades (5,69%), seguida pela dupla da Caoa Chery, Tera (10.161) e Argo (9.982). O T-Cross retomou posição no ranking dos SUVs e o Corolla Cross ficou temporariamente fora da disputa devido às limitações produtivas da Toyota.
A distribuição geográfica também reflete o efeito das locadoras: Minas Gerais lidera com 59.837 unidades (24,2%), seguido por São Paulo (55.512, 22,5%). Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina completam a lista dos cinco maiores mercados.
O segmento de eletrificados segue em trajetória firme e sustentada. Outubro registrou 26.591 unidades, equivalente a 10,8% dos emplacamentos do mês. O volume foi 1,1% maior que setembro e expressivos 68,6% acima de outubro de 2024, mantendo o patamar de dois dígitos apesar da leve queda no share (-0,5 p.p.). No ano, já são 213.112 eletrificados, alta de 55,8% sobre 2024.
A distribuição por powertrain mostra equilíbrio entre as tecnologias: BEV (32,1%), PHEV (30,6%), MHEV (20,9%) e HEV (16,5%). Entre os mais vendidos, os destaques foram BYD Dolphin Mini nos 100% elétricos, GWM Haval H6 nos híbridos plug-in, Fiat Fastback nos híbridos leves e Toyota Corolla Cross entre os híbridos convencionais.
As marcas chinesas seguem estáveis em patamar elevado, com 10,2% de participação, puxadas principalmente por BYD e GWM, mantendo a tendência de crescimento consistente em eletrificados.
A leitura consolidada de outubro mostra um mercado equilibrado, com avanço moderado e forte relevância dos canais diretos, além de evolução expressiva no segmento de eletrificados — hoje peça central da renovação tecnológica no país. A disputa entre montadoras segue intensa, com destaque para o ganho de espaço de Hyundai e para a resiliência da Fiat no topo do ranking.
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Vendas diretas – canal em que o veículo é vendido para empresas, locadoras ou frotistas, normalmente com descontos maiores e maior volume.
Média diária – indicador que divide o total de emplacamentos pelo número de dias úteis, permitindo comparar meses diferentes de forma equilibrada.
Powertrain eletrificado – conjunto mecânico que inclui motores elétricos, baterias e/ou motores a combustão, variando conforme o tipo: BEV, PHEV, HEV ou MHEV.
