A Neoenergia e a Honda firmaram uma parceria inédita para impulsionar pesquisas, tecnologias e aplicações do hidrogênio verde na mobilidade urbana e no transporte rodoviário no Brasil. A iniciativa, anunciada em Brasília, reforça a busca das duas empresas pela neutralidade de carbono até 2050.
A cooperação será conduzida no primeiro posto de hidrogênio verde da Neoenergia no país, localizado em Brasília (DF). O projeto integra o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI), regulado pela ANEEL, e soma investimento superior a R$ 30 milhões. A inauguração da estação está prevista para dezembro de 2025.
A Honda passa a integrar o projeto com o objetivo de ampliar estudos, validar novas tecnologias e conduzir demonstrações práticas do uso do hidrogênio na mobilidade. A marca japonesa também avaliará oportunidades industriais e novos modelos de aplicação do combustível limpo.
Durante a fase inicial, a parceria contará com testes e validações técnicas utilizando o Honda CR-V e:FCEV, SUV elétrico híbrido plug-in equipado com célula de combustível a hidrogênio. Os ensaios terão duração de aproximadamente seis meses, avaliando eficiência energética, autonomia, durabilidade do sistema e comportamento em uso real.
A Neoenergia destaca que a aliança combina experiência energética e expertise automotiva, criando um ambiente para inovação em larga escala. Já para a Honda, o Brasil reúne condições privilegiadas para liderar o avanço do hidrogênio verde, especialmente pela abundância de fontes renováveis e crescente demanda por tecnologias limpas.
A matriz espanhola da Neoenergia, a Iberdrola, já opera projetos de hidrogênio verde na Europa e vê o Brasil como um dos mercados mais promissores para expansão. A estratégia reforça a aposta da companhia em soluções que substituam modelos dependentes de combustíveis fósseis.
A Honda acumula mais de 30 anos de desenvolvimento em tecnologia de hidrogênio e integra o elemento como um dos pilares para alcançar suas metas de neutralidade de carbono. Além de veículos leves, a marca investe em aplicações industriais, geradores estacionários e equipamentos de construção movidos por célula de combustível.
O hidrogênio verde se destaca como uma das alternativas mais eficientes para descarbonizar segmentos de difícil eletrificação direta, como transporte pesado, logística e grandes operações industriais. Em veículos, a tecnologia transforma hidrogênio e oxigênio em eletricidade por meio de uma célula de combustível, movendo o motor elétrico de forma silenciosa e sem emissões, liberando apenas água.
A parceria entre Neoenergia e Honda representa um avanço estratégico no ecossistema brasileiro de energias limpas e coloca o país entre os líderes em desenvolvimento tecnológico para mobilidade sustentável. A iniciativa também reforça o movimento global das montadoras rumo à diversificação energética, somando-se ao uso de baterias, híbridos avançados e combustíveis renováveis.
Com a chegada da estação de abastecimento e o início dos testes, o Brasil abre espaço para novos negócios, tecnologias e soluções voltadas a veículos zero emissão. O projeto contribui diretamente para a construção de um ambiente de inovação que fortalece a competitividade nacional em energia e mobilidade.
A cooperação ainda cria uma vitrine para aplicações reais do hidrogênio verde, aproximando o consumidor brasileiro de tecnologias antes restritas a mercados como Estados Unidos, Japão e Europa. É um passo importante para que soluções sustentáveis avancem além dos protótipos e se tornem parte do cotidiano.
Ao unir expertise energética e excelência automotiva, Neoenergia e Honda reforçam que o hidrogênio verde não é apenas uma tendência — é um caminho concreto para transformar o futuro da mobilidade no país.
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Célula de combustível: sistema que converte hidrogênio em eletricidade por reação química, sem combustão.
Eletrólise: processo que separa hidrogênio e oxigênio da água usando energia elétrica, idealmente proveniente de fontes renováveis.
e:FCEV: denominação da Honda para veículos elétricos movidos a célula de combustível, que unem bateria e hidrogênio para maior autonomia e eficiência.
