Os veículos elétricos plug-in se consolidaram em 2025 como o principal motor de crescimento do mercado de eletrificados leves no Brasil, atingindo 81,6% de participação sobre o total de 168.798 unidades vendidas entre janeiro e outubro — o equivalente a 138.088 veículos com recarga externa.
O desempenho mostra um salto expressivo em relação a 2024, quando os modelos plug-in representavam 71% das vendas de eletrificados. Esse avanço de 10,6 pontos percentuais evidencia a consolidação de um ecossistema robusto, sustentado pelo aumento da oferta de modelos e pela expansão da infraestrutura de recarga.
O mercado de eletrificados leves (BEV, PHEV, HEV e HEV Flex) já representa 8% das vendas totais do setor automotivo nacional. O número reflete um novo patamar de maturidade para o segmento, que avança mesmo em um cenário econômico ainda desafiador.
Entre os principais impulsionadores desse crescimento está a expansão dos pontos de recarga públicos e semipúblicos, que passaram de cerca de 350 em 2020 para 16.880 em agosto de 2025, segundo levantamento da Tupi Mobilidade/ABVE Data. Essa evolução melhora a confiança dos consumidores e permite o uso dos elétricos tanto em trajetos urbanos quanto em viagens intermunicipais.
A diversificação da oferta de modelos nacionais e importados também tem papel fundamental. Montadoras de diferentes origens ampliam seus portfólios de elétricos e híbridos plug-in, tornando o acesso à tecnologia mais democrático e competitivo.
Em outubro de 2025, o mercado de eletrificados leves emplacou 21.369 unidades, praticamente estável em relação a setembro (20.342), mas 33% acima do mesmo mês de 2024 (16.033). A participação de mercado no mês foi de 8,6%, contra 6,4% no ano anterior.
Desse total, 81,7% (17.444 unidades) foram veículos plug-in (BEV e PHEV). Os híbridos plug-in (PHEV) responderam por 44,3% das vendas (9.458), e os 100% elétricos (BEV) por 37,4% (7.986).
Os PHEV registraram crescimento de 15,4% sobre setembro e 58,7% sobre outubro de 2024, consolidando-se como o subsegmento mais dinâmico. Já os BEV tiveram leve retração mensal de 2,2%, mas crescimento anual de 30,7%, reforçando o avanço da eletrificação total.
Os híbridos convencionais (HEV e HEV Flex) responderam por 18,3% das vendas de eletrificados em outubro, totalizando 3.925 unidades. Os HEV tiveram leve alta mensal (2,1%) e expressivo aumento de 55,7% no comparativo anual, enquanto os HEV Flex recuaram 63% em relação a setembro, mas ainda cresceram 9,5% sobre 2024.
No segmento de micro-híbridos (MHEV), foram registradas 6.381 unidades em outubro, crescimento de 10,4% sobre o mês anterior. Os sistemas 12V representaram 69,5% das vendas, e os 48V — mais eficientes — avançaram 35,6%, mostrando tendência de adoção crescente entre veículos a combustão mais modernos.
O setor de transporte público também avança: 87 ônibus elétricos foram emplacados em outubro, alta de 107% sobre setembro e 67% em relação a 2024. No acumulado do ano, já são 636 unidades, crescimento de 145,6%. Aracaju (AL) respondeu por 16% dos emplacamentos, confirmando o protagonismo do Nordeste na transição energética.
O mapa da eletromobilidade mostra uma distribuição regional cada vez mais equilibrada. Em outubro, o Sudeste ainda liderou com 45% das vendas (9.603 unidades), seguido pelo Sul (18,6%) e Nordeste (16%). No acumulado de 2025, Nordeste e Sul já superam o Sudeste nas vendas de BEV 100% elétricos, com 42,6% de participação conjunta.
Entre os estados, São Paulo segue na frente (29,8%), à frente do Distrito Federal (10,5%), Paraná (6,8%), Minas Gerais (6,6%) e Rio de Janeiro (6%). Nas cidades, o ranking é liderado por São Paulo (2.488 unidades), seguida de Brasília (2.253), Belo Horizonte (800), Rio de Janeiro (726) e Curitiba (707).
O cenário de 2025 indica uma transição consolidada e gradual para a eletromobilidade no Brasil. O avanço das tecnologias PHEV e BEV, aliado à ampliação da infraestrutura de recarga e incentivos à produção nacional, cria um ambiente favorável ao crescimento sustentável do setor. No entanto, desafios permanecem, como o custo elevado dos veículos elétricos e a necessidade de ampliar a infraestrutura fora dos grandes centros urbanos.
Para o consumidor, a escolha entre PHEV, BEV e HEV dependerá do perfil de uso: quem faz trajetos urbanos curtos e dispõe de garagem com recarga tende a se beneficiar mais dos 100% elétricos, enquanto os híbridos plug-in oferecem maior autonomia e flexibilidade para viagens longas. Já os híbridos convencionais seguem como opção intermediária para quem busca economia e menor impacto ambiental sem depender de recarga externa.
O Brasil caminha para um futuro cada vez mais elétrico, e 2025 marca o ano em que a tecnologia plug-in finalmente deixou de ser nicho para se tornar tendência dominante entre os veículos eletrificados.
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PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) – veículo híbrido com baterias recarregáveis externamente e motor a combustão auxiliar, que permite uso elétrico puro por curtas distâncias.
BEV (Battery Electric Vehicle) – veículo 100% elétrico, alimentado exclusivamente por baterias e motores elétricos, sem motor a combustão.
HEV (Hybrid Electric Vehicle) – híbrido convencional que combina motor elétrico e motor a combustão, mas não permite recarga externa.
