Com 226,4 mil emplacamentos, novembro registrou queda de 8,8% frente a outubro e recuo de 6,0% em relação a 2024, confirmando um mercado ainda sem aceleração consistente.
O mercado brasileiro de veículos leves fechou novembro de 2025 com 226,4 mil unidades, abaixo dos 248,1 mil de outubro e dos 240,9 mil de novembro de 2024. No acumulado, são 2,28 milhões de licenciamentos, apenas 1,3% acima de 2024, sinalizando crescimento tímido e sem sustentação estrutural.
Foram 19 dias úteis, com média diária de 11,9 mil unidades, superior a outubro (+10,4%), mas ainda inferior ao mesmo mês do ano passado (-6,0%). No acumulado, a média diária de 9,0 mil veículos mostra avanço discreto frente a 2024 (+1,7%).
A venda direta sustentou o desempenho, com 51,7% de participação, enquanto o varejo recuou novamente. Foram 117.053 unidades em venda direta contra 109.332 no showroom. No acumulado, a venda direta já responde por 47,2% do mercado, reforçando a dependência de frotistas e locadoras.
Entre as montadoras, a Fiat manteve a liderança com 19,9% de participação, mas viu a Volkswagen (18,1%) e a GM (12,2%) se aproximarem. Destaques positivos foram GM (+1,3 p.p.), VW (+1,2 p.p.) e Renault (+1,1 p.p.). Já Toyota perdeu espaço (-1,6 p.p.), ficando com apenas 3,6%, sinalizando ajustes de oferta ou foco em outros segmentos.
Nos modelos, a Fiat Strada segue isolada na liderança com 13.019 unidades (5,75%), reforçando sua versatilidade entre uso pessoal e frotas. O ranking mostra concentração em hatches compactos e SUVs, com destaque para VW Tera, GM Onix, VW Polo e VW T-Cross. SUVs como Hyundai Creta, Renault Kwid e Jeep Compass também figuram entre os mais vendidos.
Regionalmente, Minas Gerais liderou com 57.818 unidades (23,5%), à frente de São Paulo (21,4%). O Sul manteve participação relevante, mas sem expansão estrutural.
Nos eletrificados, novembro registrou 24.893 unidades, queda de 7,0% frente a outubro, mas alta de 46,6% sobre 2024. O share ficou em 11,0%, confirmando avanço estrutural, mas com volatilidade mensal. No acumulado, são 238,2 mil eletrificados, crescimento de 54,8% a/a, com participação de 10,5% do mercado.
Por tecnologia, os destaques foram:
- BEV (7.785) – liderança do BYD Dolphin Mini (37%)
- PHEV (8.159) – destaque para o BYD Song Plus (30,7%)
- MHEV (4.838) – Fiat Fastback (36,3%)
- HEV (4.111) – Toyota Corolla Cross (28,9%)
As marcas chinesas mantiveram participação acima de dois dígitos (10,8%), consolidando espaço, mas ainda concentradas em poucos modelos.
O quadro geral mostra um mercado que se sustenta em venda direta, com consumidor pessoa física mais seletivo e pressionado por crédito. A liderança da Fiat ainda é sólida, mas a disputa com Volkswagen e GM se intensifica. Nos eletrificados, o crescimento anual é expressivo, mas a volatilidade mensal reforça que a transição energética não ocorre em linha reta.
Estudo realizado pela Bright Consulting.
Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende.
Venda direta – Canal de comercialização em que montadoras vendem diretamente para empresas, frotistas ou locadoras, sem passar pelo varejo tradicional.
Participação de mercado (market share) – Percentual que cada marca ou modelo representa dentro do total de vendas em determinado período.
Powertrain – Conjunto de sistemas que transmite a potência do motor às rodas. Pode ser a combustão, híbrido ou elétrico, definindo a tecnologia de propulsão do veículo.
