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Fonte substitui uso de chuveiro elétrico e leva eletricidade a zonas rurais

A Terra recebe do Sol por dia mais energia que a necessária para suprir a demanda de seus habitantes por um ano. “O potencial é 200 vezes o de todas as convencionais juntas”, diz Ricardo Rüther, do Labsolar/UFSC. Essa energia, antes desperdiçada, hoje é responsável por atividades que vão da transmissão por satélites ao bombeamento de água.

A energia solar pode ser fotovoltaica (transformada em eletricidade) ou térmica (voltada para o aquecimento de água, sobretudo para o banho).

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Segundo o físico da ANP Guilherme Moreira, “a energia elétrica de origem solar térmica é muito cara”. Apesar de não gerar eletricidade, ela cumpre a importante função de reduzir o uso do chuveiro elétrico.

Embora muito eficiente no aproveitamento da energia gerada (menos de 10% de perdas), o chuveiro atua de modo preocupante nos horários de pico de consumo – quando algumas indústrias e comércio ainda funcionam e aumenta o uso residencial de eletricidade. “50% dos chuveiros elétricos são ligados pelo menos uma vez por dia nesse período”, diz o físico Murilo Fagá, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP).

O preço da instalação de coletores solares para conversão térmica é alto, e o equipamento supre apenas 70% da demanda de água para banho. O restante da água é aquecido por um acumulador, normalmente um boiler elétrico que consome o mesmo que um chuveiro de baixa potência – ou seja, o aquecimento solar da água não diminui o consumo de energia elétrica.

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Por que adotá-lo então? “Além do aumento na vazão da água, o boiler consome energia ao longo do dia e não contribui para o pico”, explica Fagá. “Cada novo chuveiro elétrico de 4500 watts significa um gasto de US$ 600 em geração hidráulica.” Esse custo equivale ao da instalação de coletores para atender às necessidades para banho de uma família de 5 pessoas. Em Israel, é obrigatório que novas construções tenham previsão para instalação de aquecimento solar para a água.

Como a energia solar térmica, a fotovoltaica ainda não tem preço competitivo. Ela é muito usada para levar eletricidade a zonas onde a rede convencional não chega. “O governo federal subsidia coletores a comunidades rurais que abastecem prédios públicos como escolas e ambulatórios”, diz Moreira.

Os municípios muitas vezes fazem o mesmo com seus habitantes, que recebem coletores para suprir necessidades básicas como iluminação e refrigeração. “Algumas pessoas desligam tudo na casa para ligar a televisão.”

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O preço da energia solar tende a cair. “Já há coletores térmicos de menor eficiência que custam R$15”, diz Rüther. Ele lembra que há tecnologias que viabilizam essa queda de preço. Os cientistas consultados pela CH on-line concordam que, com a produção em grande escala, a energia solar deve baratear.

Eletricidade vinda do lixo

A transformação de biomassa em energia é feita em usinas termelétricas: o calor gerado por sua queima aquece um fluido e o vapor gerado move as turbinas.

Tudo aquilo que esteve vivo, seja sua origem vegetal ou animal, pode ser considerado biomassa. Enquadram-se nessa categoria esterco, rejeitos industriais e residenciais, bagaço de cana, casca de arroz ou óleo vegetal, por exemplo.

Além de se tratar pura e simplesmente de lixo, todos esses itens podem servir como fontes de energia. Acrescente-se a madeira a essa lista e teremos uma boa idéia do tipo de biomassa aproveitada para geração de energia elétrica.

“Em um país agrícola como o Brasil, a perspectiva é a mais promissora o possível”, diz a engenheira química Suani Coelho, coordenadora do Centro Nacional de Referência para Biomassa (Cenbio).

No entanto, como é a praxe com as fontes não convencionais, a biomassa ainda é subaproveitada. “Mas ela é a mais utilizada entre as alternativas”, diz Ricardo Rüther, do Labsolar/UFSC.

Ela é hoje utilizada para geração elétrica em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, nas proximidades dos locais onde é produzida. “Os subsídios dados antigamente ao óleo diesel na Amazônia hoje estimulam também as fontes alternativas”, explica Suani.

A engenheira química aponta o balanço nulo no ciclo de carbono como uma das vantagens dessa fonte. “O gás carbônico gerado na usina é absorvido na produção da biomassa.” No caso do esterco, o ganho ambiental é ainda mais expressivo, pois seu aproveitamento evita a emissão de gás metano na atmosfera.

“A biomassa é uma solução para o problema crônico de lixo do Brasil”, considera o engenheiro químico Adilson Oliveira, da UFRJ. Ele lembra que, em muitos países, a empresa que produz o material é responsável por sua coleta e tratamento, o que não ocorre no Brasil.

Além de contribuir para diminuir o volume de lixo, a biomassa pode também complementar a principal fonte de eletricidade no Brasil, a hidráulica. “No caso da cana-de-açúcar, seu ciclo é de maio a novembro, a época em que há menos chuva”, diz Suani.

A biomassa, no entanto, pode não ser uma energia renovável. “Quando há derrubada da mata e não há replantio, ela não pode ser considerada renovável”, diz o físico Guilherme Moreira, da ANP. “A criação de florestas energéticas, em que as árvores são derrubadas e replantadas em seguida, é cara”, explica Suani. “A geração a partir de biomassa é mais viável economicamente quando se utilizam resíduos.”

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