Em 1978 o mundo estava mudando. O game Space Invaders se espalhava pelos fliperamas em todo o planeta e a indústria de videogames encantava milhões de pessoas.
A primeira rede de telefonia celular estava sendo construída no Japão, enquanto recém-lançado filme Superman lotava as salas de cinema.
Foi neste cenário que a Mitsubishi Motors, já renomada produtora de veículos, apresentava ao mundo sua picape com capacidade de carga de mais de uma tonelada.
As primeiras unidades do modelo receberam o nome de Forte, apesar de alguns países já adotarem desde aquela época a sigla L200.
Assim chegava ao mercado como um veículo extremamente robusto, com opções de motores de 1.6 a 2.6 litros e tração traseira, projetado para oferecer uma combinação de confiabilidade, robustez e ampla capacidade de carga.
Cinco gerações e mais de quatro décadas depois, o modelo se consolidou como o mais vendido Mitsubishi em todo o mundo, com mais de 5 milhões de unidades comercializadas em mais de 180 países.
A capacidade de carregar mais de uma tonelada sempre esteve presente e, a cada geração, o modelo ganhava ainda mais robustez, segurança, tecnologia e capacidade para trafegar com desenvoltura em todos os tipos de terreno.
Não à toa, a linha L200 conquistou diversos tipos de público, desde o produtor rural que usa a picape como um instrumento de trabalho, amantes das trilhas off-road, adeptos a um estilo de vida ao ar livre, praticantes de esportes como surf, paraquedismo, alpinismo, velejadores, entre muitos outros.
Desde sempre, a linha L200 foi concebida para percorrer todos os tipos de estradas, em qualquer lugar no planeta, acessando lugares onde a maioria dos outros veículos não chega. Tudo isso com o conforto de um sedã.
As primeiras opções com tração 4×4 foram introduzidas em 1980 e se tornaram a base para os veículos 4WD até os dias de hoje. Por essa mesma base surgiram as linhas Pajero, por exemplo.
Em março de 1986 a Mitsubishi Motors apresentava a segunda geração da L200, que trazia design renovado, três opções de cabines (simples, dupla e estendida) e novas opções de motores, incluindo o 2.5 Diesel.
Ao longo da década o modelo, rebatizado de Triton em alguns mercados, foi se tornando fundamental para os negócios de Mitsubishi Motors em todo o mundo.
Também batizada em alguns países de Strada, a picape tinha opções de tração traseira ou 4×4 e conquistou especialmente os mercados norte americano e australiano onde eram vendidas com o nome de Mighty Max e Triton, respectivamente.
Ao todo, cerca de 1,146 milhão de unidades da segunda geração da L200 saíram das linhas de montagem das fábricas de Ohe, no Japão, de Laem Chabang, na Tailândia e também de Catalão, no Brasil.
A terceira geração chegava em novembro de 1995 com mudanças profundas no design tanto por dentro quanto por fora.
Nessa época, a ideia da Mitsubishi era produzir uma picape que unia o conforto e tecnologia de um veículo de passeio com a já renomada capacidade e robustez da linha L200.
O motor passou a ser um 2.5 Turbodiesel e para o sistema de tração foi adotado o Easy Select 4WD, que permitiu ao motorista escolher o modo de tração mais adequado para o piso em que o modelo trafega, com o veículo em movimento.
Algumas versões ganharam sistema de freios ABS, além do sistema R/D Lock (bloqueio do diferencial traseiro), que evitava que a roda com menos tração patine enquanto a de maior tração permaneça imóvel.
No Brasil, esta geração batizada de L200 Sport foi a 1ª picape diesel brasileira equipada com câmbio automático.
A quarta geração foi apresentada em agosto de 2005 e era produzida principalmente na fábrica da Mitsubishi Motors na Tailândia, de onde os modelos eram exportados para mais de 150 países.
Poucos meses depois, o modelo passaria a ser produzido no Brasil com o nome de L200 Triton.
O veículo foi produzido com base em três pilares-chave que tinham por objetivo manter a L200 como a melhor opção dentro do mercado de picapes em todo o mundo: 1º – Exceder os padrões básicos de economia, durabilidade e confiabilidade.
2º – Oferecer os mais altos padrões de qualidade em escala global. 3º- Atender aos mais variados perfis de clientes sendo um veículo que não se limitava apenas ao uso comercial.
Este conceito foi batizado dentro da Mitsubishi como SUT (Sport Utility Truck), uma mistura de SUV com um veículo de carga.
Esta geração introduziu o conceito “J´line” na carroceria, que propiciou maior inclinação do encosto do banco traseiro, aumentando o conforto dos passageiros, sem prejudicar o tamanho da caçamba.
Entre as principais características da quarta geração da linha L200 estavam a introdução de um design interno e externo totalmente atualizado, que sugere elegância, robustez e esportividade.
A picape trazia o maior espaço interno da categoria e um conjunto de suspensão totalmente novo, que proporcionava conforto de um automóvel de passeio aos ocupantes.
Esses elementos não apenas destacaram a capacidade de inovação do TRITON / L200 no mercado, mas dissiparam a imagem geral das picapes como meros veículos comerciais.
Isso expandiu muito a base de clientes das picapes da Mitsubishi Motors.
Um motor a diesel 3.2 litros desenvolvido com tecnologia de injeção direta common rail desenvolvia alta potência enquanto alcançava baixo consumo de combustível além de baixos níveis de emissões, vibração e de ruído.
A carroceria foi projetada para alcançar o mais alto nível de resistência ao choque em sua classe.
A participação no Rali Dakar e em outras categorias do gênero comprovou que o modelo era perfeito para qualquer tipo de terreno.
Ao todo, mais de 1,43 milhão de unidades da quarta geração foram produzidas entre 2005 e 2017.
A quinta geração da linha L200 começou a ser produzida em 2014 e ampliou ainda mais o conceito de conseguir atender aos mais variados perfis de clientes.
Usabilidade e durabilidade aprimoradas para uso comercial, uma sensação esportiva de que o modelo é fácil e divertido de dirigir, sua qualidade e conforto para todos os passageiros são características que foram bastante reforçadas.
O modelo ganhou o primeiro motor a diesel em alumínio para um veículo do segmento, além da tecnologia MIVEC, o que diminuiu ainda mais os níveis de emissões e ruídos além de otimizar bastante o consumo do motor 2.4 Turbodiesel.
Este motor que introduziu o conceito de “downsizing” nas picapes diesel tem desempenho superior, maior economia de combustível e menor nível de emissões quando comparado com a geração anterior. Tudo isso sem afetar a renomada durabilidade dos motores da marca.
O sistema de transmissão manual de 6 velocidades também era oferecido pela primeira vez, substituindo o anterior de 5 marchas.
Já a tração ganhou ainda mais melhorias; além do sistema “Easy Select 4WD” que tem três posições: 2H, 4H, 4L para fornecer tração ideal para se adequar às condições da estrada, algumas versões receberam o sistema “Super Select 4WD-II”, com um atuador eletrônico.
O sistema é o mais completo da categoria, com 4 posições, incluindo opção para uso no asfalto seco.
No Brasil – Por aqui, as primeiras unidades da L200 começaram a chegar ao longo de 1991, por meio de importações independentes e na sequência através da HPE.
O sucesso da picape no País foi imediato e suficiente para, poucos anos depois, algumas unidades do modelo serem produzidas em uma unidade industrial em Manaus (AM).
A partir de 1998, a HPE Automotores inaugurou sua fábrica em Catalão (GO) para a produção da L200, de forma a atender a uma demanda crescente de pedidos pelo modelo.
A fábrica, que começou com 12.000 m² de área construída, hoje conta com quase 250.000 m², incluindo uma fábrica de motores que produz inclusive os modernos motores diesel de alumínio da L200 e uma instalação de pintura recém-inaugurada e uma das mais modernas do Brasil.
Nos 22 anos de história, mais de 300 mil unidades da picape L200 foram produzidas em Catalão.
Desde a 2ª geração, que foi a 1ª a ser produzida no Brasil, até o momento, as picapes L200 brasileiras sempre se mantiveram atualizadas com os modelos produzidos na Tailândia.
Como curiosidade, ao longo dos anos, a Tailândia tornou-se centro mundial de desenvolvimento e produção de picapes de quase todas as marcas.
As L200 produzidas no Brasil recebem modificações estéticas e mecânicas para melhor adaptação ao gosto dos brasileiros e condições de nossas estradas.
Modelos exclusivos, como a L200 Savana, foram totalmente desenvolvidas localmente.
Os ralis e eventos promovidos pela Mitsubishi Motors no Brasil ajudaram a fazer da linha L200 muito mais do que uma picape de trabalho.
O modelo passou a ser procurado pelos mais distintos perfis de clientes como praticantes de esportes, amantes de um estilo de vida ao ar livre, amantes da prática off road, famílias, entre outros.
A linha L200 também é, há décadas, utilizada como veículo de apoio durante o Rali dos Sertões, mais desafiadora competição fora de estrada da América Latina.
A durabilidade e robustez da linha L200 também ganhou a preferência de diversos órgãos oficiais espalhados pelo País, que utilizam a picape como viaturas do Corpo de Bombeiros, Polícia Florestal e da Polícia Militar, veículos de frota de diversos Departamentos de Trânsito, entre outros.
Não à toa, o modelo se consolidou com o mais comercializado pela marca japonesa no País, com cerca de 40% do total de vendas.
Ainda este ano, a marca japonesa apresentará no mercado brasileiro a linha L200 Triton Sport 2021, que chega com visual completamente renovado, mais tecnologia, novo sistema de transmissão e ainda mais capacidade 4×4.