A Fórmula Truck não fará o encerramento da sua 20ª temporada no Autódromo de Interlagos. Os gigantes da velocidade realizarão a derradeira etapa no Autódromo de Londrina, no Paraná.
O que levou a categoria a tomar esta decisão foram fatos estranhos ao automobilismo e que não foram justificados por quem administra o autódromo da capital paulista.
Após ter, em outubro de 2014, sua data aprovada pela SPTuris, entidade que administra o Autódromo de Interlagos, a Fórmula Truck finalizou seu calendário e, além de divulgá-lo, também o inseriu em seu regulamento. Porém, no início deste ano a categoria foi surpreendida com a comunicação sobre a indisponibilidade da data aprovada.
Estranhamente a data passou a pertencer à Vicar, promotora da Stock Car, que na data, anteriormente reservada para a Fórmula Truck, promoveria o Campeonato Brasileiro de Marcas, sob a alegação de já existir uma solicitação anterior e, portanto comprometimento com eles.
Mais estranho ainda é saber que originalmente essa data era da WEC (World Endurance Championship), que acabou desistindo.
Ora, se a data era da WEC e, depois assegurada para a Fórmula Truck, como poderia estar comprometida com o Brasileiro de Marcas? Mesmo assim a Truck não desistiu. Procurou a Vicar e propôs para realizarem juntos, na mesma data, ambos os eventos, ou seja, o Brasileiro de Marcas e a Fórmula Truck.
Foi mais uma vez surpreendida com o fato de que a Vicar não mais realizaria seu evento, pois a SPTuris havia programado um novo evento nas dependências do Autódromo de Interlagos. Indignada, a organização da Fórmula Truck pediu esclarecimentos e soluções. Mais uma vez, não obteve resposta.
O que deixou perplexos a todos na categoria foi que o templo do automobilismo nacional foi cedido a um show de música eletrônica, promovido pela empresa Time For Fun, proprietária da Vicar.
Esta apresentação tem as mesmas características do Lollapalooza, que também utiliza as instalações do autódromo, em detrimento não só da mais popular categoria do automobilismo da América do Sul, mas do esporte a motor em geral.
“Foram várias as tentativas e esforços que empreendemos para que pudéssemos encerrar em São Paulo, que sempre constou em nosso calendário, sendo uma praça pela qual temos um grande carinho, pela receptividade calorosa e acolhedora a nós dedicada pelo público, que nos coroa como o segundo maior público recebido pelo autódromo, ficando atrás tão somente da Fórmula 1. Sequer nos foi apresentada qualquer justificativa plausível para tal definição e postura. Pelo contrário, notam-se situações totalmente adversas ao automobilismo nacional, em uma praça pública, onde os custos para reforma e manutenção são enormes, e a nosso ver, para somente uma categoria, a toda poderosa Fórmula 1, e agora para festivais de música eletrônica. Assim, afasta-se uma categoria automobilística, que depende somente de um autódromo para realizar suas atividades, em prol de um festival de música eletrônica, que tem inúmeros lugares melhores e mais apropriados para sua realização. É triste para torcedores, pilotos e patrocinadores não podermos disputar a corrida em Interlagos, mas faremos uma grande festa em Londrina, onde os torcedores também são fanáticos pela Truck”, disse Neusa Navarro, presidente da mais popular categoria do automobilismo da América do Sul.