O distanciamento social, reflexo da pandemia do coronavírus, modificou alguns comportamentos do dia a dia, principalmente em relação a frequência de uso de veículos.
Com a adesão do modelo de trabalho remoto, por exemplo, é natural que os carros fiquem parados nas garagens mais tempo que o habitual, o que pode resultar em problemas que impactam o bom funcionamento em decorrência do pouco uso.
Um levantamento realizado pela InfoJobs mostrou que o número de vagas no modelo home office cresceu cerca de 85% no início de 2021, comparado aos primeiros meses de 2020.
Além disso, dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que somente na América Latina, o número de pessoas em trabalho remoto aumentou em 10 vezes.
Entre 20% e 30% dos trabalhadores da América Latina fazem home office e, antes da pandemia, esse número era inferior a 3%.
“Os veículos parados também necessitam de manutenção, pois sofrem com os efeitos da falta de uso. Todos os automóveis foram projetados para estarem em movimento e se ficarem parados por períodos prolongados, diversos sistemas e componentes podem ser danificados. Então, é necessário que sejam tomados alguns cuidados a fim de manter o bom funcionamento”, explica Diego Riquero Tournier, chefe de Serviços Automotivos da Bosch América Latina da Bosch.
Para evitar problemas e prejuízos com o veículo, a Bosch tem algumas dicas:
Motor e outros componentes mecânicos –
Para preservar o funcionamento correto de todos os sistemas mecânicos e eletrônicos do veículo, é ideal realizar uma rodagem a cada 30 dias, completando um circuito de aproximadamente cinco quilômetros ou 10 minutos, para que o motor atinja a temperatura normal de funcionamento.
“É importante circular com o veículo, já que além do motor, outros sistemas mecânicos como transmissão, freios e circuitos hidráulicos precisam ter um funcionamento periódico para atingir as temperaturas correspondentes de trabalho”, conta Tournier.
Baterias – Mesmo que em repouso, os componentes eletrônicos de um veículo moderno ainda consomem um alto nível de energia, por isso, para evitar danos à bateria, é recomendável que os veículos sejam ligados ao menos uma vez por semana, mantendo em funcionamento por aproximadamente 10 minutos.
Também é necessário observar se a partida está fraca, ou seja, se é preciso girar a chave por mais tempo ou repetidas vezes para que o veículo funcione.
A Bosch recomenda visitar uma oficina de confiança a fim de garantir mais assertividade na avaliação do item.
Pneus – O peso dos veículos pode ocasionar deformação nos pneus e, para evitar que isso ocorra, o ideal é não deixar o veículo estacionado na mesma posição por mais de 30 dias.
Outra dica importante é tirar o automóvel da garagem e rodar por alguns quilômetros e aproveitar para calibrar os pneus.
Combustível – Por se tratar de um produto químico, os combustíveis (gasolina, diesel ou etanol) têm vida útil, assim, é importante tentar consumi-lo antes de completar três meses do período do abastecimento.
Isso porque, após determinados períodos, inicia-se o processo de degradação dos componentes, gerando novos elementos químicos, que geralmente são agressivos para o motor.
Óleo de motor – Existe uma periodicidade certa para a troca ser realizada. A substituição desse componente é necessária após 12 meses da última troca, independentemente da quilometragem rodada, mesmo que tenha sido inferior à indicada pelo fabricante.
Fluido de freios – Em relação ao fluido dos freios, recomenda-se a troca de dois em dois anos para que não haja perda da eficiência.
Segurança no trânsito – Além dos cuidados com os itens acima, é importante seguir as recomendações das montadoras e realizar a revisão periódica.
“Fazer um check-up do veículo regularmente garante a segurança no trânsito, além de economia e mais tranquilidade”, destaca Tournier.