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Montadora do grupo NBR vai sair do papel em Pernambuco?

Marca possui cadastro de mais de 5.000 pessoas interessadas em seus modelos, prepara revelação de dois veículos em setembro e já foi prospectada para novas instalações na Espanha e Egito.

                Anunciada como a mais nova montadora de veículos nacional, o Grupo NBR confirmou suas instalações na cidade de Araripina, em Pernambuco, no mês de março, prometendo veículos em plataforma modular e preços competitivos.

Muitas pessoas duvidam que o projeto consiga sair do papel, por isso mesmo, Tarcisio Dias, editor do Mecânica Online®, entrevistou o diretor-presidente do grupo NBR, Evandro Lira, com foco no empreendimento, veículos que serão fabricados e oportunidades para as pessoas e fornecedores.

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Como está o andamento do projeto e qual a previsão de inauguração?

Os projetos estão em andamento e no início de agosto devem iniciar as instalações.

Poderíamos dizer que vocês serão concorrentes de grandes fabricantes, como Fiat, Chevrolet ou mesmo Volkswagen? Nem os chineses conseguiram esse feito. Vocês se intitulam fabricantes ou montadores de veículos?

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Não somos concorrentes dos grandes fabricantes nacionais, seremos pioneiros trazendo um carro totalmente diferente dos já oferecidos e seremos uma montadora em série de buggys, revolucionários e com design atualizado, que tem resgatado a imagem e lembrança da Gurgel.

45 dias após o anúncio da pedra fundamental, o sucesso tem sido grande e já fomos cotados para abrir uma fábrica no Egito, na Espanha, em prospecção.

O que diferencia o projeto de vocês quando já observamos fabricantes em Santa Catarina ou mesmo no Ceará que não conseguiram progredir independentes?

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Nosso diferencial é o planejamento, iniciado há cerca de seis anos, com produto inovador em fibra de vidro / carbono, para assim trazer de volta a realidade de termos uma montadora brasileira.

O complexo contará, ainda, com uma usina solar fotovoltaica e uma pista de testes, totalizando um investimento inicial de R$ 260 milhões.

Qual a origem desse investimento? 100% capital próprio? Benefícios políticos ou fiscais?

A origem desse investimento vem de capital próprio com investidores, contando também com incentivos fiscais, dos governos federal, estadual e municipal.

Em algumas matérias vi que se fala muito da fabricante de buggys BRM. Qual a relação de vocês com eles e se o quadro social é diferente?

A ideia inicial era buscar uma marca que já existisse no Brasil e a BRM foi cotada para essa negociação. Sem avanço da negociação, devido muitos problemas da BRM no mercado, juridicamente não foi viável. Por isso resolvemos começar do zero com uma marca zero, sem qualquer vínculo com a BRM.

Normalmente observamos que a cadeia de fornecedores fica na mesma área do complexo automotivo. Vocês consideraram isso no planejamento, na escolha da cidade e também na logística para distribuição dos veículos, visto a baixa qualidade das estradas na região?

Nosso maior acerto foi a escolha por Araripina pela proximidade com São Paulo e com os portos no Ceará e em Pernambuco, além de um raio de alcance para sete estados. Os fornecedores no primeiro momento não estarão junto ao complexo.

Quais os benefícios para região além das oportunidades de empregos?

Com certeza todo o mercado local vai crescer junto com a montadora e cerca de 3.000 empregos indiretos.

É possível fabricar um veículo nacional?

Com certeza. Temos profissionais experientes no mercado e vamos trazer um carro fantástico projetado por brasileiros que vai surpreender o mercado. No início de setembro, num grande evento, vamos apresentar todos os protótipos para a imprensa especializada e público em geral.

Quais serão os veículos montados em Araripina e qual a faixa de preços esperado?

Serão quatro modelos modulares – um carro fechado, um aberto tipo buggy, uma picape e outro estilo jipinho, para ocupar o espaço da Troller, que fechou, com opção 4×4.

Vocês anunciam que os carros serão fabricados com fibra de vidro e chassi tubular, um processo de certa forma artesanal, que requer muita mão-de-obra e considerando o emprego direto de 400-450 pessoas, teria uma capacidade de produção mensal de 200 carros.

A nossa capacidade inicial de produção será de 1.200 veículos mensalmente, chegando a 2.400 e contando com as parcerias que serão anunciadas em breve, com investidores internacionais, vamos deixar o projeto pronto para triplicar a produção, em função da crescente procura.

Falando em Mecânica Online, os motores que vocês anunciam são 1.0, 1.0 turbo, 1.3 e 1.5, inclusive com opção para GNV, tração 4×2 e 4×4, On e Off-Road, sistema de suspensão independente nas quatro rodas, direção hidráulica e sistema de iluminação em LED.
Quem vai fornecer os motores?

Nesse primeiro momento, em função dos últimos acertos, a negociação segue em sigilo e nos próximos dias vamos anunciar nosso fornecedor principal. As negociações estão avançadas.

Normalmente o custo de produção de um veículo menor termina sendo mais alto, muitas vezes sendo compartilhado entre marcas para que aconteça visto o processo de produção, testes, qualidade e pós-venda. Como tornar tudo isso viável?

Só daqui a 18 meses devemos iniciar a produção do primeiro carro e com isso, temos tempo de negociação com os fornecedores. Em 24 meses deveremos iniciar a primeira produção. Por isso estamos negociando.

Um carro de passeio possui exigências legais como airbags, ABS, Isofix, controle eletrônico de estabilidade e segurança cinco estrelas. Tudo isso custa muito caro. Como ter um carro entre 60-80 mil reais?

Vamos trazer um carro diferente, que não é feito um Toyota, um Honda, um Fiat, possuindo uma quantidade menor de peças que um carro mais tradicional. Todos esses custos estão sendo considerados por nossa equipe, buscando quantidade, juntamente com qualidade.

Os buggys são dispensados das tecnologias de segurança. Por isso esse preço?

Nesse caso apenas quando são feitos de forma artesanal, até 100 carros por ano. Nós, por sermos uma montadora, com produção de 1.200 carros / mês, vamos seguir todos os padrões / itens de segurança. Seremos um buggy numa linha de produção.

Modelos híbridos e elétricos. Já estão no radar?

Não é fácil a produção de veículos elétricos ou mesmo híbridos. Apesar de ser uma realidade, ainda vamos demorar a ver uma linha de produção de veículos elétricos no Brasil, com preço viável. Planejamos dentro de três anos trazer primeiramente uma versão elétrica e depois a opção híbrida.

Rede de concessionárias?

O Grupo NBR chegou para ficar e traremos um modelo diferente de apresentação, no estilo boutique. Já temos mais de 5.000 pessoas inscritas para comprar o carro.

Vamos conhecer mais sobre as oportunidades do Grupo NBR para as pessoas, fornecedores e para a região. A planta do Grupo NBR em Araripina vai combinar mão de obra humana e robotizada? Como será a qualificação profissional da mão-de-obra? Qual o melhor canal para quem deseja trabalhar com vocês?

Nossa planta vai ser mista e devemos contratar cerca de 450 profissionais para empregos diretos. Para quem desejar se candidatar pode acessar nosso site gruponbr.com.br.

Estamos em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco através da FIEPE oferecendo opções de cursos e treinamentos para favorecer os jovens, como opção de primeiro emprego, mesmo que no primeiro momento possamos contratar engenheiros de fora da região.

Esses equipamentos já foram comprados?

Vamos fazer o possível para ter equipamentos e produtos brasileiros em nossas instalações. A aquisição de robôs estamos considerando o mercado externo também.

Empregos diretos e indiretos no processo construtivo e também na fase operacional.

A partir de agosto vamos iniciar a obra com 250 empregos diretos na fase de construção. Já na operação serão 450 empregos diretos e, estima-se, mais de 3.000 mil empregos indiretos.

E para os fornecedores, existe uma forma de contato para aproximação?

O contato pode ser diretamente através de nosso site – gruponbr.com.br – para que eles possam apresentar suas novidades.

É cada vez maior observarmos iniciativas sustentáveis nos complexos industriais. Vi que vocês terão estação de tratamento de água, usina autossuficiente de energia solar, entre outras.

Na área social teremos o Instituto NBR para funcionários e parceiros, como oportunidade para transformar a região do Araripe, com oportunidades de melhorias de vida para as pessoas, através de cursos e treinamentos.

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