O Brasil foi o primeiro país da América Latina a ter uma legislação que regulamenta a emissão de poluentes para máquinas e equipamentos pesados.
Segundo a regra em vigor, as máquinas agrícolas e de construção rodoviárias devem se adequar aos limites de emissões do PROCONVE MAR-1 (Máquinas Agrícolas e Rodoviárias-1), que exige modificações tecnológicas nos motores e a utilização de diesel com teor de enxofre reduzido.
A Umicore possui tecnologias de catalisadores e um centro de testes que oferece a acreditação específica dessa norma, homologando para o mercado os motores que atendem a este limite.
Segundo o Guia MAR-1 publicado pela ANFAVEA, a redução da poluição de material particulado com a implementação do MAR-1 pode chegar a 85% e a de NOx (óxido de nitrogênio) até 75%, se comparada com motores não certificados ou não regulamentados.
“Isso nos mostra que a legislação e a acreditação em centros acreditados são fundamentais, pois visam a conservação e melhoria do meio ambiente ao oferecer para o mercado produtos que cooperem com a melhor qualidade do ar.”, afirma Miguel Zoca, gerente sênior de Aplicação do Produto da Umicore
Está em análise no Senado o Projeto de Lei 4.322/2021, que limita o teor de enxofre no óleo diesel de uso rodoviário a 10 mg/kg (S10). Se a proposta se tornar lei, os postos em território nacional terão 3 anos para se adequarem e só poderão vender o diesel S10, marcando o fim do diesel S500 (500 mg/kg).
Mas ainda não há previsão de uma nova fase da legislação para máquinas agrícolas, ou seja, de adequações na lei que foi lançada em 2019, visto que há entraves na estrutura de abastecimento e desenvolvimento na qualidade do diesel e no mercado brasileiro.
O Brasil oferece S10 em muitos postos de combustíveis além do S500, segundo Zoca, para a implementação de normas ambientais mais restritivas seria é importante a oferta de diesel S10 em todo o território brasileiro. Dessa forma, é possível utilizar os filtros de partícula (cDPF) para minimização das emissões de material particulado.
“Antes do MAR-1, a legislação atual em vigor, o Brasil fornecia ao mercado um diesel de baixa qualidade: o S1800, com 1.800 mg de enxofre/kg de combustível. Essa especificação do diesel não permitia que os motores atingissem as emissões desejadas pelas normas. Já com a legislação atual, foi possível atender normas ainda mais rigorosas” explica Miguel.
Tecnologia para controle na emissão de gases poluentes – Além do DOC (Diesel Oxidation Catalyst) e do cDPF (Coated Diesel Particulate Filter) outra tecnologia que ajuda no controle e redução da emissão de poluentes ao converter gases nocivos em gases inofensivos também oferecida pela Umicore é o SCR.
O catalisador SCR, Redução Catalítica Seletiva ou Selective Catalityc Reduction (SCR), em inglês, requer a presença de um reagente líquido, composto de 32,5% de ureia de alta pureza e 67,5% de água desmineralizada, denominado no Brasil como Arla 32 (Agente Redutor Líquido de Óxido de Nitrogênio Automotivo). O reagente é pulverizado no gás de escapamento, viabilizando a reação química no catalisador que praticamente elimina o NOx.
Nos casos da utilização do SCR, pode haver um mecanismo de avaliação conhecido como OBD (On-Board Diagnose), que identifica a presença do Arla 32 e registra as falhas causadas pelo não uso do reagente. O OBD também poderá reduzir a potência do motor no caso de falta de Arla 32, além de alertar o operador por meio de luzes indicadoras no painel.
Quanto ao material particulado (MP), esse poluente normalmente é reduzido no próprio motor durante a combustão através da calibração e em casos mais específicos, quando não há a possibilidade de redução via calibração do motor, um cDPF (Coated Diesel Particulate Filter) pode ser aplicado, tecnologia essa, também oferecida pela Umicore.
Zoca complementa que o Sistema SCR se destaca por promover uma maior economia de combustível. Nesse sistema, o motor pode operar em condições mais favoráveis, proporcionando uma melhor combustão e consequentemente economia de combustível, entretanto, o NOx gerado nessas condições é eliminado no SCR “Propicia ganhos em emissões e desempenho, permitindo, assim, que os avanços conquistados pelas novas tecnologias sejam usufruídos”, afirma.