Desde o mês de agosto, todos os veículos inacabados que passam por concessionárias obrigatoriamente têm de estar integrados ao Registro Nacional de Veículos em Estoque (Renave), sistema que visa dar mais segurança e transparência às transações de compra e venda neste mercado, combatendo a fraude do primeiro emplacamento e a clonagem de automóveis no país.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), considera-se inacabado todo o chassi e plataforma para ônibus ou micro-ônibus ou, ainda, chassis de caminhões, caminhonetes e utilitários com cabine completa, incompleta ou sem cabine.
Como funciona? Com o novo módulo, as concessionárias que vendem essa categoria de veículos e as ITEs (Implementadoras, Transformadoras e Encarroçadoras) passam a se integrar ao sistema para realizar suas operações de estoque.
Neste novo fluxo, os chassis pré-cadastrados pelas montadoras ficam bloqueados e não podem ser emplacados pelos Detrans enquanto a concessionária ou ITE não emitir o ATPVe (Documento Eletrônico de Transferência) para o consumidor final.
“Esse procedimento evita certos tipos de fraude que se aproveitam de chassis não emplacados para ‘esquentar’ veículos roubados”, explica Luciano Fernandes, Gestor de Produto do Serpro.
A tecnologia veio para facilitar a vida de empresas e motoristas, pois todo o fluxo de emplacamento de veículos novos e inacabados, que antes dependia da tramitação de documentos físicos, passa a ser cem por cento digital e pode ser concluído em menos de 30 minutos.
Histórico do Renave – Desenvolvido pelo Serpro para a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o Renave foi lançado em fevereiro de 2021 para transacionar de forma eletrônica as operações de compra e venda de veículos usados.
De adesão facultativa tanto para Detrans quanto para revendedoras, o Renave Usados já foi adotado por sete estados da federação (SC, SP, ES, GO, MS, MT e PE).
Em janeiro de 2022 foi a vez do Renave Zero km entrar em operação, desta vez de forma nacional e obrigatória para todas as revendedoras de automóveis novos.
Agora em agosto, este novo módulo foi colocado em produção para incorporar também os veículos inacabados ao fluxo digital do sistema.
Além de desburocratizar o processo de compra, venda e gestão de estoque, o Renave foi pensado para reduzir o custo das operações e possibilitar o conhecimento de todo o ciclo de vida do veículo em suas etapas anteriores ao emplacamento, garantindo mais economicidade, segurança e transparência para o mercado automobilístico brasileiro.