Sancionada em 8 de outubro, a nova legislação do Combustível do Futuro abre portas para as usinas de etanol com a introdução da tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS), permitindo a certificação do biocombustível como “zero emissor” ou até mesmo “emissor negativo”.
A lei do Combustível do Futuro foi sancionada nesta terça-feira (08/10) e traz grandes novidades para o setor sucroenergético. Segundo o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), relator da proposta na Câmara dos Deputados, a atividade de captura e armazenamento de carbono (CCS) recebeu um capítulo específico na nova lei, o que abre oportunidades de ganhos financeiros para as usinas de etanol.
A tecnologia de CCS tem potencial para permitir que o etanol de cana-de-açúcar seja certificado como um combustível de “zero emissor” ou até mesmo “emissor negativo”, o que é altamente valorizado em mercados internacionais que buscam soluções sustentáveis. A adoção dessa prática possibilita que as usinas gerem e comercializem créditos de carbono, aumentando a lucratividade das operações. Além disso, a nova legislação promete destravar projetos já em andamento e estimular investimentos no setor.
O mercado de captura e armazenamento de carbono tem a capacidade de atrair investimentos entre R$ 14 e R$ 20 bilhões por ano no Brasil, com grande participação do setor sucroenergético. De acordo com Jardim, mais de 360 usinas de etanol poderão se beneficiar da nova lei, acessando o mercado de créditos de carbono e reforçando a sustentabilidade do setor.
A tecnologia de CCS funciona ao capturar o CO₂ gerado durante a produção de biocombustível e armazená-lo no subsolo, em vez de liberá-lo na atmosfera. Isso não só reduz as emissões, mas pode gerar uma pegada de carbono negativa, tornando o etanol brasileiro ainda mais competitivo globalmente.
O deputado também destacou que o Brasil está bem posicionado para se tornar um líder mundial em descarbonização, com o potencial de atrair novos investimentos internacionais para o setor agroenergético.
Com a nova legislação, o mercado de CCS global deve movimentar bilhões de dólares nos próximos anos, com estimativas de atingir US$ 14,51 bilhões até 2032. O Brasil, como grande produtor de etanol e líder na transição para energias limpas, se coloca como um dos principais destinos para esses investimentos.