O mercado de veículos automotores no Brasil registrou um crescimento de 5,9% em janeiro de 2025, com destaque para os segmentos de híbridos e ônibus. Apesar de uma queda em comparação com dezembro de 2024, os números são o melhor desempenho para o mês desde 2015.
Em janeiro de 2025, o mercado de veículos no Brasil superou as expectativas, com 341.435 unidades emplacadas, o que representa um aumento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho é considerado o melhor para o mês de janeiro desde 2015, marcando uma recuperação significativa no setor, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Apesar da desaceleração em comparação com o mês anterior, janeiro de 2025 demonstrou um desempenho positivo, refletindo uma recuperação do mercado automotivo após um 2024 desafiador.
O presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, atribui o bom resultado à recuperação do mercado em relação a janeiro de 2024, apesar da tradicional queda no volume de vendas de dezembro para janeiro. “O mês de janeiro é historicamente mais fraco devido a despesas de início de ano, como IPVA, material escolar e férias, o que impacta as decisões de compra”, explica Junior. Mesmo assim, o mercado reagiu positivamente, com números que reforçam a tendência de recuperação do setor.
Os segmentos de automóveis e comerciais leves mostraram evolução positiva, com uma alta próxima das projeções da Fenabrave para o ano. Já o segmento de veículos híbridos teve um desempenho impressionante, com 12.802 unidades emplacadas, marcando um crescimento de 67% em relação a janeiro de 2024. “Esse crescimento reflete a busca por eficiência energética, sem depender exclusivamente da infraestrutura de recarga elétrica”, destaca Arcelio Junior.
Por outro lado, os veículos 100% elétricos registraram um desempenho inferior, com 3.700 unidades emplacadas, o que representa uma queda superior a 15% em relação ao mesmo mês do ano anterior. “O mercado de veículos elétricos está em amadurecimento e, ao longo de 2025, vamos acompanhar seu desenvolvimento e as tendências no Brasil”, comenta o presidente da Fenabrave.
O segmento de caminhões, impulsionado pela crescente demanda do setor rodoviário de cargas, especialmente agronegócio, também teve bom desempenho. A recuperação econômica e a FENATRAN, que aconteceu em novembro de 2024, foram fatores determinantes para o resultado positivo. “O segmento de caminhões depende da atividade econômica e do desempenho do agronegócio, e as perspectivas para 2025 são otimistas”, afirma Junior.
No segmento de ônibus, o Programa Caminho da Escola foi um dos principais responsáveis pela alta de vendas, com destaque para a recuperação do transporte urbano e do turismo. Esse crescimento se reflete em uma maior demanda por novos ônibus, especialmente para o transporte escolar, embora a variação percentual também tenha sido influenciada pela continuidade de pedidos pendentes de prefeituras.
Por outro lado, o segmento de implementos rodoviários registrou uma retração de 15% em relação a janeiro de 2024. A sazonalidade e a instabilidade de alguns setores impactaram o desempenho, mas a expectativa é de uma recuperação ao longo de 2025, à medida que os investimentos em caminhões voltem a crescer.
O mercado de motocicletas continuou seu crescimento, impulsionado pela busca por mobilidade individual e pelo setor de serviços. As motocicletas seguem como uma opção popular para quem busca alternativas de transporte mais acessíveis e práticas. No entanto, o mercado de motocicletas elétricas ainda apresenta números modestos, com 1.026 unidades emplacadas em janeiro de 2025. A falta de marcas e a formação gradual do mercado são fatores que limitam o crescimento imediato, mas as perspectivas a longo prazo são de expansão.
Em relação às máquinas agrícolas, o ano de 2024 não foi favorável, com queda significativa de 15,2% nas vendas de tratores e uma redução de 54,2% nas vendas de colheitadeiras. A instabilidade climática e a volatilidade no mercado de commodities impactaram negativamente o setor. No entanto, Arcelio Junior se mantém otimista para 2025, destacando a expectativa de uma boa safra que deve impulsionar os investimentos e a renovação da frota agrícola.
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